quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ATINGIDOS POR BARRAGENS NO MADEIRA EM MOVIMENTO...

Atingidos pelas barragens do Rio Madeira cobram direito ao reassentamento


Depois de uma rodada de assembléias nas comunidades atingidas pela barragem de Samuel, em Rondônia, para discutir a pauta de reivindicações com a Eletronorte, agora as assembléias acontecem nas comunidades atingidas pelas barragens do rio Madeira.


No dia 31 de outubro, cerca de 300 famílias discutiram sobre os direitos dos atingidos na comunidade Joana D’Arc. Eles reivindicam o direito ao reassentamento e pleiteiam um plano de desenvolvimento local. As famílias reunidas ainda resistem à retirada forçada pela empresa Odebrecht, dona da barragem, que vem fornecendo apenas a carta de crédito (um valor em dinheiro) ou agrovilas urbanas, sem local de produção.



Essa é uma das denúncias que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está fazendo em Rondônia. Segundo as lideranças, os ribeirinhos praticamente estão tendo que pagar para serem desalojados, pois com o valor da indenização, eles são obrigados a pagar o custo da moradia (cerca de R$ 65 mil reais), o que acaba saindo a um custo maior do valor recebido.


“Por isso o MAB é contra a carta de crédito e às agrovilas urbanas, o dinheiro acaba logo com a compra da casa e na agrovila eles não terão condições de produção, como eram acostumados. Nosso povo deve ser reassentados em áreas que dêem condições mínimas de reestruturação das famílias, como possibilidade de continuarem produzindo na terra. O que vem acontecendo com os que já saíram das comunidade é que eles não encontram trabalho e já engrossam as periferias de Porto Velho”, disse Tânia Leite, do MAB.


Ao todo, as assembléias nas comunidades de Joana D’arc (atingida pela barragem de Santo Antonio no Madeira), Triunfo, Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste (atingidas pela barragem de Samuel) reuniram mais de 700 famílias. “Isso é muito significativo para a animação e luta do povo, que resiste à imposição das empresas. Estaremos preparando novas assembléias nas comunidades, só assim garantiremos o mínimo de condições para continuarmos sobrevivendo”, disse Tânia.

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