terça-feira, 5 de dezembro de 2017

COMITÊ ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RO FOI CRIADO DIA 04/12

EM OFICINA COM A PRESENÇA DO ARTICULADOR DA FRENTE POR UMA NOVA POLITICA ENERGÉTICA PARA O BRASIL, SR. JOILSON COSTA EM PORTO VELHO, FOI CRIADO O COMITÊ ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RONDÔNIA NO ULTIMO DIA 04/12/2017, NO AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA FRANCISCO MEIRELES.

CONFORME FOTOS E CARTA DO MADEIRA, PODE-SE VERIFICAR OS OBJETIVOS E METAS DO COMITÊ CERPRO, CUJA CARTA SEGUE COM SUBSCRIÇÕES/ADESÕES DE PESSOAS, ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PRESENTES NO ATO.





CARTA DA BACIA DO MADEIRA

O COMITÊ DE ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RONDÔNIA -  CERPRO, foi constituído em 04 de Dezembro de 2017, após oficinas realizadas na cidade de Porto Velho, nos dias 20 de Agosto e 04 de Dezembro, localizada na Bacia do Rio Madeira, Amazônia Brasileira, Estado de Rondônia, para discutir os DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DA ENERGIA SOLAR À LUZ DA RESOLUÇÃO 482 DA ANEEL, O GUIA ENERGÉTICO MUNICIPAL, AS POLÍTICAS DE INCENTIVOS E A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO PROCESSO DE DECISÃO LOCAL, REGIONAL E NACIONAL. As oficinas foram articuladas e coordenadas conjuntamente pelo Instituto Madeira Vivo/IMV e pela Frente por Uma Nova Política Energética para o Brasil, com participação de representantes da sociedade civil organizada, instituições de pesquisa e extensão, movimentos sociais, pastorais sociais, povos indígenas, agricultores familiares, representantes do Legislativo Municipal/Estadual e de empresa que atua com energia solar. O presente instrumento surge de uma articulação municipal e regional, em que se reúne de forma livre e espontânea um conjunto de organizações da sociedade civil na perspectiva da sustentabilidade.
Sua missão é contribuir para a consolidação de uma nova política para o setor energético que responda adequadamente aos desafios do século 21 sob uma visão de desenvolvimento sustentável baseada nos seguintes princípios: participação popular; justiça socioambiental com respeito aos direitos humanos, da natureza e à diversidade cultural; eficiência energética; combate ao crescente uso dos combustíveis fósseis e à energia nuclear; diversificação da matriz energética - priorizando a geração descentralizada com fontes renováveis de menor impacto; e autonomia energética das pessoas e comunidades, na perspectiva do Bem Viver.
As organizações integrantes do COMITÊ DE ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RONDÔNIA concordam que o modelo atual de desenvolvimento capitalista – do qual a energia é um dos motores, é marcado pela concentração de renda e poder, pelo controle do território, pela exploração intensiva dos recursos naturais e do trabalho humano, e pela destruição dos ecossistemas, além de ser o grande responsável pelas alterações climáticas que ameaçam a vida em nosso planeta. Por isso, rechaçam esse modelo energético centralizado dominado por interesses privados e baseado em uma lógica mercantilista e especulativa de crescimento infinito para atender interesses econômicos e políticos de uma ínfima minoria da população brasileira e mundial, penalizando principalmente os povos indígenas e comunidades tradicionais, que sofrem mais diretamente com os impactos dos grandes empreendimentos energéticos.
Portanto, a fim de alcançar sua missão o COMITÊ DE ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RONDÔNIA – CERPRO, desenvolverá de forma permanente os seguintes objetivos:
1)      Promover a conscientização e mobilização de cidadãos e cidadãs em vista da transformação do atual modelo energético, a partir da compreensão da energia como um direito, garantido por políticas públicas do Estado brasileiro.
2)      Incidir junto às instituições públicas responsáveis por mudanças no marco legal das políticas relacionadas ao setor energético, de modo a corrigir erros, reparar danos e violações, superar desafios e viabilizar o aproveitamento de oportunidades energéticas comprovadamente sustentáveis e socialmente justas.
3)      Facilitar o intercâmbio de informações, projetos e experiências práticas entre comunidades, movimentos sociais (do campo, da cidade, da floresta e das águas), instituições públicas, pesquisadores e organizações da sociedade civil, a respeito de estratégias energéticas convencionais e alternativas, contribuindo para a sistematização de aprendizados, para a superação de entraves e para a disseminação de experiências energéticas inovadoras.
4)      Incentivar a adoção de soluções energéticas locais e de menor impacto ambiental e social, com a implementação de projetos-pilotos, incorporando o componente ético na matriz energética e contribuindo para uma mudança nas relações entre as pessoas e com o planeta.
A participação no COMITÊ DE ENERGIAS RENOVÁVEIS DE PORTO VELHO/RONDÔNIA - CERPRO é baseada na livre adesão de movimentos, instituições e organizações da sociedade civil da Bacia do Madeira e regiões geográficas adjacentes, na concordância formal com a presente Carta de Princípios, no exercício da democracia, no compromisso, na corresponsabilidade e colaboração, na comunicação frequente e no respeito mútuo entre as organizações membro que assinam esta Carta no Ato de sua homologação e por outras que pedirem adesão e serem aceitas pelo coletivo do Comitê.

Porto Velho-RO, 04 de Dezembro de 2017.

Assinam neste presente no Ato:

·         Iremar Antonio Ferreira – Instituto Madeira Vivo/IMV e Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável/GPERS/UNIR;
·         Olavo Nienow – Assessoria Deputado Lazinho da Fetagro;
·         Lígia Silvéria Vieira da Silva – Instituto Federal de Rondônia/IFRO;
·         José Inácio Cassupá – OPIC´s – Organização do Povo Indigena Cassupá e  Salamãi;
·         Adolfo Teixeira da S. Junior – IAS Engenharia;
·         Eliel Ferreira da Cunha – Central de Movimentos Populares;
·         Jair Bruxel – Instituto Madeira Vivo/IMV;
·         Emanuel Pontes Meireles – Coletivo pelo Direito à Cidade e Conselho da Cidade de Porto Velho;
·         Rosália O. da Costa – União por Moradias de Rondônia/UEMP/RO;
·         Joilson Costa – Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil;
Assinam e por Adesão enviada antecipada:
·         Professor Artur Moret – Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável/GPERS/UNIR;
·         Vereador Alekis Palitot – Câmara Municipal de Porto Velho;
Maria Petronila – Comissão Pastoral da Terra/CPT-RO;

domingo, 19 de novembro de 2017

VEREDITO DO I TRIBUNAL HIDRELÉTRICAS DO MADEIRA NO BANCO DOS RÉUS

"ÁGUAS PARA A VIDA E NÃO PARA A MORTE"
Foto: Uill Alves

OS ORGANIZADORES DO I TRIBUNAL POPULAR - HIDRELÉTRICAS DO MADEIRA NO BANCO DOS RÉUS, REALIZADO NO DIA 14 DE NOVEMBRO, NO AUDITÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, NA CIDADE DE PORTO VELHO/RO, TORNAM PÚBLICO O TEXTO DO VEREDICTO DO I TRIBUNAL POPULAR DESTA NATUREZA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA, SENDO ELES: 
GRUPO DE PESQUISA ENERGIA RENOVAVEL SUSTENTAVEL-GPERS/UNIR; INSTITUTO MADEIRA VIVO-IMV; MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS-MAB; COMISSÃO PASTORAL DA TERRA-CPT; CONSELHO INDIGENISTA MISSIONARIO-CIMI; CENTRAL DE MOVIMENTOS POPULARES-CMP; PASTORAIS SOCIAIS DA ARQUIDIOCESE DE PORTO VELHO; ORGANIZACIÓN COMUNAL DE LAS MUJERES AMAZONICAS DE BOLÍVIA; COMITE BINACIONAL DEFENSORES DA VIDA AMAZÔNICA EN LA CUENCA DEL MADEIRA E ALIANZA DE LOS RIOS PANAMAZONICOS.

A FRASE DE ENCERRAMENTO DO TEXTO DO VEREDICTO "ÁGUAS PARA A VIDA E NÃO PARA MORTE", EXPRESSA, PARA ALÉM DA LUTA DO MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS O SENTIMENTO E A CONDENAÇÃO DOS QUE AGIRAM E AGEM CONTRÁRIOS A ESTE DIREITO ESSENCIAL QUE É A VIDA DOS POVOS E COMUNIDADES DO CAMPO, DA CIDADE, DAS FLORESTAS E DAS ÁGUAS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO E BOLIVIANO.

LEIAM ABAIXO A INTEGRA DO DOCUMENTO:

VEREDICTO DO 1º. TRIBUNAL POPULAR: HIDRELÉTRICAS DO MADEIRA NO BANCO DOS RÉUS


No dia 14 de novembro de 2017, no auditório do Ministério Público Estadual, do Estado de Rondônia, na cidade de Porto Velho, foi realizado no período das 14hs às 18hs, o primeiro Tribunal Popular intitulado Hidrelétricas do Madeira no Banco dos Réus, organizado por ORGANIZAÇÕES E MOVIMENTOS SOCIAIS DE POVOS E COMUNIDADES DO CAMPO, DA CIDADE, DAS FLORESTAS E DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO MADEIRA, do Brasil e da Bolívia. 
O corpo de Jurados e Juradas, composto por pessoas, que defendem e promovem a Defesa dos Direitos Socioambientais, fundamentais para as atuais e futuras gerações, sendo elas: bispo emérito Dom Antonio Possamai; Pastor Aluizio Vidal; senhor Claudinei Lucio Soares dos Santos, graduando em Direito pelo PRONERA na Bahia e militante do MST em RO; jornalista Luciana de Oliveira e Silva e o Deputado Lazinho da FETAGRO, sob a Presidência deste Magistrado, Marco Aurélio Bastos de Macedo.

Foram ouvidas oito testemunhas presentes, representantes da etnodiversidade social, cultural e intelectual dos povos que, com suas vidas, enfrentam no dia-a-dia os desafios colocados pela implantação do Complexo do Madeira, sendo elas: senhora sacerdotisa Marlene de Souza Monteiro (representando as comunidades religiosas de matriz africana); senhor Jayro Moreira Rodrigues (representando os moradores de comunidades periurbanas de Porto Velho); senhor Iremar Antonio Ferreira (representando pesquisadores comprometidos com os movimentos sociais); senhor Márcio Santana de Lima, pescador (representando os pescadores da bacia do rio Madeira); o senhor João Marcos Rodrigues Dutra, membro do MAB (representando as milhares de famílias articuladas pelo MAB e violentadas pelas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau); senhor Francisco das Chagas, agricultor familiar (representando os agricultores familiares do Projeto de Assentamento Joana Dark duramente afetado pela formação dos lagos das usinas); senhor Juan Carlos Ojopi Barba, ex-deputado, campesino e educador, boliviano (representando os inundados em seus direitos em território boliviano diretamente pela formação do lago da UHE Jirau); e senhora Ana Flávia Nascimento – atingida pelas UHE´s Santo Antonio e Jirau, representa os moradores de Jaci-Paraná e Nova Mutum.

Foram ouvidas ainda onze testemunhas complementares sendo elas: senhor Orlando Karitiana – presidente da Associação do Povo Karitiana; senhor Elivar Karitiana, membro do povo Karitiana; senhor José Inácio Cassupá, presidente da Associação do Povo Kassupá; senhora Laura Vicuña, coordenador do Conselho Indigenista Missionário/CIMI/RO; senhora Gigliane Damasceno, representante dos moradores da Vila Nova Teotônio, antiga cachoeira do Teotônio; senhora Hilda Azevedo, militante social urbana; senhora Rosália Oliveira, membra da Central de Movimentos Populares; senhor Eracílio Vieira da Silva, morador de Jaci-Paraná; senhora Ivaneide Bandeira, da Associação Etno-Ambiental Kanindé; senhor Padre Juquinha, membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho e da Pastoral Carcerária; senhora Ivanilce de Souza Andrade, militante do MAB em Abunã e filha da senhora Nicinha, brutalmente assassinada em 2016, cujo depoimento encheu de emoção todos os presentes que, invocaram a presença e a força de Nicinha.

Após manifestação do advogado popular de acusação, o Corpo de Jurados e Jurada se reuniu e PASSA AGORA À EMISSÃO DO VEREDICTO DO 1º. TRIBUNAL POPULAR: HIDRELÉTRICAS DO MADEIRA NO BANCO DOS RÉUS, concluindo que, as Hidrelétricas construídas no Rio Madeira, associadas a elas, empresas e governos com seus órgãos licenciadores, são responsáveis e culpadas pela destruição dos modos de vida, de cultura, de tradições, da economia e do meio em que as pessoas afetadas vivem, no campo, nas cidades, vilas, distritos e comunidades, nas florestas e nas águas, em aldeias, seringais, beiradões, igarapés, rios, lagos e barrancas, no lado brasileiro e na parte boliviana da grande extensão da bacia do Rio Madeira, no qual se unem, num só caminho de vida, que corre sem fronteiras, os rios Abunã, Madre de Díos, Itenez, Mamoré, Pacaás Novos, Sotério, Branco, Guaporé e tantos outros interligados, como veias coronárias da Mãe Terra. 

Conclui, também, que todas as promessas feitas à vasta e diversa população desta região, no sentido de que as obras do Complexo Hidrelétrico do Madeira seriam a vanguarda do desenvolvimento, do progresso e da distribuição de riquezas, por meio de serviços públicos de qualidade, de indenizações, benfeitorias e compensações, contrastam com a realidade apresentada, com riqueza de detalhes, pelas testemunhas ouvidas, de sonhos frustrados, tristezas e lágrimas, partilhados por inúmeras pessoas, num doloroso rastro de destruição e morte no lado brasileiro e boliviano.

Observa-se, nesse particular, que as 33 Condicionantes apresentadas pelo IBAMA, no ano de 2007, para concessão do Licenciamento Ambiental da UHE Santo Antonio, a fim de dar início e impulsionar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na Amazônia, serviram unicamente para revestir de legalidade as ações das empresas envolvidas no processo de retirada das populações de seus territórios, enquanto desmatavam, enterravam e sepultavam madeiras, e criminalizavam pessoas, lideranças e movimentos que se opunham à forma violenta de desagregação provocada nas famílias com o processo de remanejamento e recebimento das cartas propostas e das migalhas oferecidas pelos Consórcios Santo Antônio Energia (liderado por Odebrechet e Furnas) e Energia Jirau (liderado pelo grupo franco-belgo Suez Tractebel/GDF Suez). 

Diversos programas socioambientais do Plano Básico Ambiental (PBA), algumas condicionantes específicas, tais como: Programa de Apoio às Atividades Pesqueiras, Programa de Remanejamento da População Atingida, Programa de Monitoramento do Lençol Freático, Programa Saúde Pública, Programa de Hidrossedimentológico, vem sendo sistematicamente descumpridos, o que deveria, para este Corpo de Jurados, levar o IBAMA a suspender ou cancelar a Licença de Operação. Entretanto, ao que indica, prevalece a conivência prevalece em detrimento do cumprimento das normativas ambientais, prática passiva e comum aos dois empreendimentos: UHE Santo Antonio e UHE Jirau.

Constata-se que milhares de processos individuais e/ou coletivos tramitam na Justiça Comum em busca do Direito negado pelos consórcios, muitos dos quais ainda aguardam uma decisão definitiva. 
Do Rio, foi tirado o direito essencial de ser livre para criar vidas. Violou-se o direito humano do rio Madeira e de seus formadores.

Do pescador, foi tirado o direito de pescar e, do peixe, o direito de se reproduzir, com os barramentos no meio do caminho de seu processo migratório e de reprodução.

Do morador da periferia de Porto Velho e região, foi tirado o direito de comprar peixes oriundos do rio Madeira a preço acessível e compatível com seu o ganho, sendo obrigado a consumir peixes produzidos em cativeiro, cheios de hormônio e a preços elevados. 

Dos agricultores familiares e agroextrativista foi lhes tirado o direito de trabalhar a terra e produzir alimentos para os seus e gerar renda, à exemplo do Assentamento Joana Dark inviabilizado após a formação do lago da UHE Santo Antonio com a elevação do lençol freático. Como dizer que não há formação de lago nas duas represas?

Dos moradores dos núcleos urbanos nas barrancas do Madeira, lhes foram tirados o direito de ir e vir e de permanecer no espaço escolhido para a sua moradia, sendo obrigados a aceitar a saída forçada “para não perder tudo”. Com o advento das represas pôde ser sentido no dia-a-dia o aumento da violência urbana, a exploração sexual de crianças, adolescente e jovens, principalmente em Jaci-Paraná; a explosão demográfica nos bairros; a superlotação das unidades de saúde (já que o novo hospital prometido não saiu do papel); os altos índices de acidentes de transito e o crescimento desordenado da periferia de Porto Velho.

Das religiões de matriz africana foi-lhes tirada a Cachoeira de Santo Antônio e Teotônio, violando o direito de uso coletivo das águas das cachoeiras, espaços sagrados para inúmeras pessoas, comunidades religiosas e povos indígenas. 

As inúmeras pesquisas e os trabalhos realizados sobre a implantação das Hidrelétricas no Rio Madeira, associados ao depoimento das testemunhas acima referidas, tornam explícito que as mudanças ocorridas na vida da população desta vasta região, que antes vivia às margens de um rio livre e agora assiste a um manancial de águas aprisionado, tornaram mais difícil e penosa a realidade cotidiana dos grupos sociais mais vulneráveis.

Apenas a título de ilustração, pode-se apontar 1) a grande inundação de 2014, a qual, em território boliviano, país irmão, da bacia do rio Madeira, provocou morte de 60 pessoas e de milhares de cabeças de gado; 2) a grande seca de 2016 que, representa as mudanças climáticas em curso, ocasionadas pela interferência econômica no curso dos rios, e, principalmente, a produção de gases de efeito estufa como consequência de seu represamento, conforme estudos do professor Philip Fearnside do INPA.

Os povos indígenas foram brutalmente afetados. Primeiro pela ausência da consulta prévia, livre, bem informada e de boa fé conforme preconiza a Convenção 169 da OIT da qual o Brasil é signatário. Com isso, de modo particular os povos indígenas em condição de isolamento e risco na margem direita do rio Madeira tiveram seu território de perambulação violentado com a formação de lago e desflorestamento, comprometendo sua segurança física e cultural, obrigando-os a buscar novas áreas com a presença de garimpeiros e até agroextrativistas. Já os povos das terras indígenas Karitiana, Karipuna, Kaxarari, Ribeirão, Cassupá e Laje sequer conseguiram sair do plano de ação emergencial das compensações, ficando boa parte dos recursos perdidos na burocracia governamental e sem investimentos nestes povos que, enfrentam toda sorte de problemas decorrentes do processo de migração desordenada, invasão de territórios por madeireiros, grileiros de terra e garimpeiros, doenças, empregos temporários e desagregação familiar.

À luz de tudo o que foi relatado, é imperioso concluir que estas hidrelétricas e suas barragens não são produtoras de “energia limpa”, por tudo de negativo produzido na vida destas famílias, razão pela qual, analisadas as provas apresentadas pelas organizações e movimentos sociais de povos e comunidades do campo, cidade, das florestas e das águas da Bacia do Rio Madeira, este TRIBUNAL POPULAR DECLARA QUE AS EMPRESAS MULTINACIONAIS, OS AGENTES FINANCEIROS E OS GOVERNOS DAS TRÊS ESFERAS DA FEDERAÇÃO, QUE PARTICIPARAM DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO E CONSTRUÇÃO DAS HIDRELÉTRICAS DE SANTO ANTONIO E JIRAU, NO RIO MADEIRA, SÃO CULPADOS E CULPADAS POR SEMEAR A DESTRUIÇÃO E A MORTE DE VIDAS, DE SONHOS E DA ECOLOGIA VITAL PARA O PLANETA TERRA.

ESTE TRIBUNAL SE DECLARA A FAVOR DE PROJETOS QUE GEREM VIDA A TODOS OS POVOS E CULTURAS.

ESTE TRIBUNAL DIZ NÃO A QUALQUER PROJETO HIDROELÉTRICO NOS RIOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA E DA PANAMAZONIA, POR ENTENDER QUE REPRESENTA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA, DE PODER POLÍTICO E FINANCEIRO.

ESTE TRIBUNAL DIZ NÃO AO AUMENTO DA COTA DOS RESERVATÓRIOS DE SANTO ANTONIO E JIRAU, PORQUE A INUNDAÇÃO DE 2014 JÁ DEIXOU CLARO QUE OS IMPACTOS SÃO MONSTRUOSOS E MAIOR AINDA A OMISSÃO DOS CONSÓRCIOS.

ESTE TRIBUNAL AFIRMA QUE A UHE JIRAU É BINACIONAL, MESMO SEM A ELEVAÇÃO DA COTA, E, PORTANTO, DEVE-SE GARANTIR AO POVO BOLIVIANO ATINGIDO O MESMO DIREITO ASSEGURADO AOS BRASILEIROS.

ESTE TRIBUNAL DECLARA APOIO AOS REPRESENTANTES DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAL E FEDERAL EM RONDÔNIA, QUE, NO CUMPRIMENTO DE SUAS FUNÇÕES PÚBLICAS, NA DEFESA DO DIREITO DIFUSO, RECORREM À VIA JUDICIAL COMO ÚLTIMO RECURSO PARA COMBATER AS VIOLAÇÕES DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL.

ESTE TRIBUNAL DEFENDE O USO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS, DE MODO PARTICULAR A ENERGIA SOLAR, PRESENTE NA VIDA COTIDIANA DE NOSSOS POVOS PANAMAZONICOS, E QUE, PODEM POR MEIO DA GERAÇÃO DESCENTRALIZADA, CONTRIBUIR PARA A SUSTENTABILIDADE DAS ATUAIS E FUTURAS GERAÇÕES.

ESTE TRIBUNAL POPULAR DEFENDE ÁGUAS PARA A VIDA E NÃO PARA A MORTE!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PLANO PLURI ANUAL - PPA DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO EM DEBATE

O DESAFIO DE CONSTRUIR UM PPA PARTICIPATIVO


Na tarde do ultimo dia 28 de agosto de 2017, participei juntamente com poucas pessoas, entre elas representante da Central de Movimentos Populares, da primeira plenária do PPA de Porto Velho.
Pouco mais de vinte pessoas se fizeram presente a este debate, o qual foi chamado numa quinta feira para se reunir em audiência pública na segunda feira, o que foi objeto de críticas é claro.
O Secretário Municipal de Orçamento e Gestão, sr. Cantídio conclamou a sociedade para que participe do processo de fundamental importância, alegando que o PPA não terá a cara da Porto Velho de 20130 se ela não participar, o que pareceu interessante e ao mesmo tempo desafiador na atual conjuntura, ou seja muito descrédito no poder executivo.
O consultor, responsável pela equipe elaboradora, professor Márcio fez uma apresentação motivadora do PPA e os desafios na construção do mesmo e da Porto Velho de 2030, embora o PPA seja do período de 2018 a 2021, mas segundo ele para mudar a cara desta cidade para melhor no mínimo teremos que ter 3 PPA´s nesta direção.
O consultor apresentou os desafios para este processo frente ao cenário de retrocesso financeiro nas administrações municipais, mas bateu na tecla da participação social na gestão da cidade.
Por fim deu a palavra para a platéia da qual usei em nome do Instituto Madeira Vivo e da Frente por uma nova Política Energética, traçando um cenário de futuro frente aos atuais problemas socioambientais de nossa região assim como, pela situação financeira, que se queremos mudar a cara de Porto Velho, do serviço público isso passa pela economia com a adoção de políticas ousadas na geração de energia elétrica descentralizada pelo sistema de compensação, iniciando pelas repartições públicas e incentivando a sociedade a conhecer e adotar medidas nesta direção. Para contribuir com a equipe entreguei Carta da Frente esclarecendo a Resolução 482 da ANEEL sobre o assunto.
O sr. Márcio e o secretário Cantídio agradeceram e pediram que os procurasse na SEPOG para contribuir com o assunto no PPA.
Foi informado ao final que à partir do dia 3 de setembro até dia 30 o PPA estará recebendo contribuições populares via on line ou via correios.
A agenda da equipe do PPA prevê uma série de audiências pelo município, distritos e com alguns setoriais.
Nós enquanto Comitê pró-Energia Solar vamos continuar a marcar presença neste processo, e vamos fazer de tudo para que na Porto Velho de 2030 a energia solar tenha papel de destaque, começando pelo PPA 2018 a 2021.

Secretário Cantídio na abertura

nossas contribuições nas mãos do professor Márcio






domingo, 27 de agosto de 2017

FOSPA 2017 - CAMBIO CLIMÁTICO grupos p2

Forum Social Tematico Energia e suas fontes de energia para a Vida

FOSPA 2017 - CAMBIO CLIMÁTICO

Oficina Minha Casa Solar Pvh



No dia 20 de agosto de 2017, durante todo o dia, na paróquia de Santa Luzia, zona sul de Porto Velho, o Instituto Madeira Vivo/IMV, juntamente com a Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil na pessoa do nosso articulador Joilson Costa, foi realizado o Seminário/Oficina Nossa Casa Solar, oportunizando um processo de troca de informação, debate e esclarecimento sobre a Resolução 482 da ANEEL, sobre o sistema de compensação de energia solar fotovoltaica.
Participaram representantes comunitários, professores, agricultores agroecológico, estudantes, militantes sociais e professores universitários.
Nas conclusões a decisão de constituir um Comitê Popular pró-Energia Solar de Porto Velho, assim como fazer incidência na elaboração do Plano Pluri Anual 2018-2021, para que a Energia Solar faça parte da matriz energética sustentável, em detrimento da construção de hidrelétricas. 

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VOZES DA AMAZÔNIA AO VIVO - 20/08/2017

PROGRAMA VOZES DA AMAZÔNIA DIA 27 DE AGOSTO DE 2017

sábado, 19 de agosto de 2017

COMUNIDADE CAVALCANTE NO RIO MADEIRA...3 ANOS DEPOIS PEDE SOCORRO!!!!



COMUNIDADE CAVALCANTE NO RIO MADEIRA...3 ANOS DEPOIS PEDE SOCORRO!!!!

Hoje dia 19 de agosto de 2017, eu membro do Instituto Madeira Vivo, juntamente com o engenheiro elétrico, assessor/articulador da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, Joilson Costa fomos visitar esta comunidade que tenta à duras penas reconstruir suas vidas, duramente afetadas, inundadas em 2014.
Sr. Edemir, vice presidente da associação local nos recebeu na boca do rio Jamari e nos conduziu até lá por cerca de 30 minutos rio Madeira à baixo após o Distrito de São Carlos.
Um grupo de pessoas se juntaram para a roda de conversa, cujo tema central foi a questão energia elétrica.
As mais de 140 famílias cadastradas na associação oriundas das antigas comunidades Terra Caida e Curicacas, além de outras tantas que também ocupam o mesmo espaço na antiga fazenda Eldorado, desapropriada para fins de reassentamento das famílias que perderam tudo com a inundação de 2014, anciosamente esperam soluções para seus problemas.
Antes ambas eram atendidas pela antiga distribuidora CERON e suas terceirizadas, agora vivem dependendo do pouco recurso de cada um para comprar diesel e gerar pelo menos duas horas diárias de energia elétrica...isso mesmo, pelo menos duas horas e gastam mais de R$ 2.800,00 mensais?!
Mas se antes eram atendidas pelo Programa Luz para Todos porque o mesmo desde 2014 não os atende na nova morada forçada? Porque não foi instalado mesmo que provisoriamente alguma estrutura de geração seja ela com motor estacionário ou solar por exemplo? Porque o poder público fiscalizador não cobrou ações dessa envergadura dos responsáveis, já que foram feitas promessas pela Defesa Civil e Eletrobras de que seria instalado geração de energia no local? Porque quem tem sempre que pagar a conta são as próprias vítimas?
No campo da educação por exemplo, por meio de transporte fluvial durante o dia crianças e jovens estudam em São Carlos, mas o estudantes da Educação de Jovens e Adultos noturnos desde 2014 não foram mais atendidos...isso é justo para com dezenas de pessoas que querem ter o direito sagrado à alfabetização? Porque a SEMED não manteve o mesmo direito de acesso onde estão ou em São Carlos? 
No tocante a água consumida a mesma é oriunda do rio Madeira. Não deveria o poder público abastecer de água potável esta comunidade já que ainda vivem em estágio de Alojamento Provisório Emergencial? Não há recursos públicos destinados à este tipo de atendimento?
O importante é que representantes comunitários já encaminharam propostas para solucionar pelo menos a energia, com a religação do motor gerador instalado na antiga Curicacas, com reabertura do Linhão, estendendo-a até Cavalcante, que inclusive já tem parceria comunitária para reabertura e extensão da linha de distribuição. 
Tá passando da hora do Plano Estratégico de Reconstrução dos Distritos atingidos pela Inundação de 2014 com seriedade. Parece que se as comunidades cansam as autoridades descansam e as esquecem...até quando isso ???
Nós assumimos o compromisso de somar aos representantes na pressão junto aos órgãos e autoridades que tem competência e obrigação de colaborar para a melhoria da qualidade de vida destas mais de 140 famílias da Comunidade Cavalcante.
Força Comunidade...nossos agradecimentos a todos e todas que participaram desta roda de diálogo...planejamento participativo se faz junto...

UM RIO EM MINHA VIDA !


RIO MADEIRA: UNS GANHAM, MUITOS PERDEM!
Esse meu rio que já foi canal de escoamento de drogas do sertão rumo à Europa;
Esse meu rio que já foi canal de escoamento de indígenas capturados para trabalhar em fazendas do Grão-Pará;
Esse meu rio que já foi palco de revoltas como a de Juricaba (Manao) e a Cabanagem (a única revolta que o povo assumiu o poder de fato, mesmo que por pouco tempo abaixo da linha do Equador);
Esse meu rio que já foi espoliado pela extração de minérios diversos;
Esse meu rio que já foi caminho da navegação das pelas de borracha para servir à guerra americana no oriente;
Esse meu rio que já sentiu o gosto amargo do deslizar de embarcações cheias de combustível, gás, alimentos e remédios para povos amazônicos e que enriqueceram empresários diversos;
Esse meu rio que sente as mazelas das dragas de garimpo extraindo de suas veias o ouro falso, que pouca riqueza gera porque sai na ilegalidade, embora alimente muitos filhos de tuas beiras;
Esse meu rio que foi extrupado por barramentos em suas cachoeiras, mudando seu curso normal gerando energia elétrica para grupos econômicos transnacionais e consumidores ávidos do restante do Brasil, enquanto filhos teus abaixo e acima continuam com seus direitos inundados e sem um bico de luz se quer;
Esse mesmo rio que agora alimenta o caixa de empresas ricas que ganham competições/licitações marcadas, para retirar de seu leito teus sedimentos e deposita-os em tuas margens, rendendo bilhões de reais para empresas que ajudam empresas à navegar, enquanto o povo de tuas margens fica à espera de algum barco ou expresso para levar até algum lugar necessário...
Teus sedimentos que antes geravam VIDA agora alimentam empresas que alimentam grupos econômicos-políticos... e quem paga a conta é teu POVO!!!
Até quando...!!!??

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A FORÇA DA TRADIÇÃO, DA HISTÓRIA, DA MEMÓRIA E DA SOLIDARIEDADE NA VILA DE NAZARÉ

A FORÇA DA TRADIÇÃO, DA HISTÓRIA, DA MEMÓRIA E DA SOLIDARIEDADE NA VILA DE NAZARÉ, NO BAIXO RIO MADEIRA, AMAZÔNIA, PANAMAZÔNIA...
foto: Anny Barros Fotografia
A força da tradição Boi Curumim

Foto: Tanan Mura
Maloca Mura - a força da reafirmação indígena em Nazaré


Fernando Pessoa em um de seus poemas eternamente continua dizendo: "tudo vale a pena quando a alma não é pequena...". Porque sê-la se o mundo é tão grande lhe pergunto carxs leitores !?
Penso que as pessoas em sua maioria, em pleno século XXI, se sentem ausentes de si mesmas... como pensar nas outras se tenho que competir comigo mesma, se tenho que sanar minhas ansiedades no mundo capitalista e consumir, consumir cada novo dia novas novidades... é assim que percebo muitos ao meu redor...
Sair dessa roda gigante, dessa engrenagem que moe, que mata e que fere muita gente se torna tarefa dificil...
Mas é preciso coragem para sair deste banzeiro, é preciso olhar o mundo do século XXI com olhos de séculos que já marcaram a história da humanidade, de momentos em que a vida não era fácil, mas o jeito de vencer as dificuldades era se juntando, trabalhando em coletividade, nos sistemas de aldeias, de campesinato, de aldeões, de trocas, de reciprocidade...
É nesse modo de vida em construção, que na Vila de Nazaré o ano todo esse processo coletivo ocorre e de forma mais específica no mês de julho quando o Festival Folclórico Cultural acontece, que neste ano de 2017 foi a quinquagésima primeira (51) edição. Neste mês juntam-se todos e todas nesta empreitada...é gente da beira, das comunidades vizinhas, crianças, jovens, adultos e gente de longe do NAPRA - Núcleo de Apoio as Populações Ribeirinhas da Amazônia e os Doutores Sem Fronteiras, ambos do Estado de São Paulo, que irmanados às gentes da beira, do Instituto Socio Ambiental Minhas Raizes, do Instituto Madeira Vivo/Maloca Mura, da Universidade Federal de Rondônia e tantos outros e outras voluntários se hermanam na árdua tarefa de fazer o bem de forma solidária e não meramente assistencialista, na base da troca e como elemento maior desta o AMOR ao próximo.
Todos e todas movidos pela força da tradição, da história deste lugar, da memória dos que já se foram e deixaram o legado, na solidariedade pulsante fincam raízes e fazem a diferença onde o poder público não alcança...aqui a troca é de irmandade, de parente!
Se você quiser fazer parte deste processo é fácil, é só vir ver pra somar... faça como os amigos e amigas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Assentamento Coletivo 14 de Agosto, da Comissão Pastoral da Terra que já somaram a esta luta dos povos da beira dos rios...
Ispia maninho e manazinha as fotos abaixo e some-se, pois no coletivo é que a gente pode construir o Bem Viver...
Parabéns a todos e todas que fazem parte desta corrente do bem...tamo junto...
https://www.facebook.com/institutominhasraizes/photos/a.485400661528533.1073741829.484993161569283/1348006188601305/?type=3&theater 
https://www.facebook.com/caio.machado.1297?ref=br_rs&sw_fnr_id=1277442309&fnr_t=0 


terça-feira, 27 de junho de 2017

NOTA DE SOLIDARIEDADE AO POVO KAXARARI...JUSTIÇA EM NOME DE MANOEL...


NOTA DE SOLIDARIEDADE, LUTO E POR JUSTIÇA.

NÓS DO INSTITUTO MADEIRA VIVO - IMV, Maloca Querida e Vozes Da Amazônia Imv nos enlutamos e nos solidarizamos com o Povo Kaxarari pela perda do parente Manoel Quintino da Silva kaxarari (40), que foi morto na Vila Marmelo, localizada na Br 364 entre Extrema de Rondônia e Vista Alegre do Abunã. Informações dão conta que por volta de 19hs de segunda-feira (26/06/17), dois homens encapuzados desceram de uma motocicleta e chamaram por Manoel, que ao atender, foi alvejado com tiro no rosto.
Esta região tem sido depredada pela sanha dos madeireiros e grileiros de terra dos Kaxarari, que já gerou várias denuncias aos órgãos de proteção e fiscalização.
Foi nesta região que em maio de 2011 foi assassinado Adelino Ramos, o Dinho, crime até hoje não solucionado.
Diante desta situação, exigimos dos órgãos de polícia apuração e punição aos executores de Manoel e aos mandantes, que ao que tudo indica envolve a extração ilegal de madeira.
Exigimos da SEDAM a suspensão de planos de manejo insustentáveis nesta região, até que se apure o crime e se identifique a legalidade ou não da extração de madeira desta região.
Nos somamos à COPIR - Coordenadoria dos Povos Indigenas do Governo de RO e à Opiroma Opiroma - Organização dos Povos Indigenas de RO, noroeste do MT e sul do AM na cobrança aos órgãos governamentais na apuração deste bárbaro crime.
JUSTIÇA JÁ! NENHUM INDÍGENA À MENOS! PRISÃO AOS EXECUTORES E MANDANTES...


http://painelpolitico.com/indio-kaxarari-e-morto-por-pistoleiros-na-ponta-do-abuna-em-rondonia/ 

sábado, 24 de junho de 2017

RELATO DA VIAGEM AO FOSPA TARAPOTO - PERÚ

com meu amiguinho e amiguinha no Fospa que queriam pegar no meu cabelo para saber se era de verdade...uma simpatia os dois...

RELATÓRIO DE VIAGEM AO VIII FÓRUM SOCIAL PANAMAZONICO – FOSPA/TARAPOTO
“Vamos al llamado del bosque” y de los rios!
PERÍODO DA VIAGEM: 24 DE ABRIL A 04 DE MAIO

PARTICIPANTES DA VIAGEM:
-Iremar Antonio Ferreira – Instituto Madeira Vivo;
-Miquéias Ribeiro – Movimento dos Atingidos por Barragens;
-Adriano Karipuna – Movimento Indigena;
-Lídia Anty Anty – Organizacion Comunal da Mujer Amazonica – Guayaramerin/Bolívia

Viagem de Ida
Antes de partirmos rumo à Tarapoto, na tarde do dia 24 de abril, as 14hs nos reunimos na sede da CPT/RO, juntamente com outros movimentos como Coletivo pelo Direito a Cidade e Central dos Movimentos Populares para nivelarmos sobre o FOSPA/Tarapoto e procedimentos de participação à distância, bem como sobre os eixos temáticos, subeixos e estratégia de participação de nossa delegação. Alguns membros da CPT já haviam partido rumo ao FOSPA.
Nossa viagem teve início as 21:30 do dia 24 rumo à Rio Branco no Acre. Deveríamos ter feito o mesmo juntamente com a CPT, porém, devido a comunicação da coordenação do FOSPA não ter sido clara, já que todo o processo foi construído e planejado para ocorrer entre os dias 28 de maio a 2 de junho, e assim nós adquirimos as passagens aéreas em tempo hábil para evitar transtornos e maiores tarifas. Entretanto, nas proximidades da realização do FOSPA foi informado que as oficinas autogestionadas ocorreriam dias 26 e 27, o que gerou transtorno em nossa participação, já que nossas passagens aéreas nos permitiria chegar somente dia 26 próximo da meia noite.
E assim foi, com nossa saída as 21:30 resultou que as cinco da manhã já estávamos saindo de viagem de táxi lotação de Rio Branco/AC rumo à Assis Brasil/Iñambari, cuja viagem transcorreu dentro da normalidade o que nos permitiu chegar na fronteira oficial por volta das 11hs e tão logo fizemos o permisso de saída do Brasil na Policia Federal já tomamos outro táxi lotação de Iñambari a Puerto Maldonado onde chegamos por volta das 14hs e após hospedarmos fomos almoçar. Nesta cidade pernoitamos porque nosso vôo sairia no dia seguinte, dia 25 as 11:40hs. Esse tempo nos permitiu andar e conhecer um pouco da cultura peruana nesta região do rio Madre de Dioz bastante castigado pelo garimpo de ouro, mas também de perceber que o potencial turístico na região do Parque Tambopata é intenso com presença de muitos turistas estrangeiros. Já os moradores da cidade são muitos solícitos e atenciosos.
No dia seguinte pelo meio da manhã seguimos para o aeroporto de onde partimos rumo à Tarapoto, mas antes paramos em Cuzco e Lima, capital do Peru, onde esperamos por algumas horas e seguimos para o destino final Tarapoto. Nesta cidade ficamos hospedados no Hotel Homagua, bem perto da praça central, de onde partiria a marcha de abertura no dia 28.
Na manhã do dia 27 nos dirigimos para a Universidad San Martin, território do FOSPA e podemos participar na parte da manhã de uma oficina sobre a Expansão de la palma azeitera em los bosques peruanos, organizado pela Oxfan e parceiros locais. Já na parte da tarde colaboramos com a CPT na oficina de lançamento do caderno de conflitos no campo 2016. Atendendo ao pedido da Coordenação metodológica do FOSPA, organizamos e movimentamos o campus universitário com uma marcha animada com músicas de luta, entre elas “Pra não dizer que não falei das flores”, com gritos de Fora Temer. Este ato chamou atenção da comunidade acadêmica até então à margem do que ocorreria dentro do Campus. Esta marcha percorreu por mais de duas horas as dependências da universidade, estando encarregados eu Iremar (violão), Miqueias (MAB) e Petronila (CPT) de fazer a animação, intercalada com falas de explicação sobre o momento político vivido no Brasil e a luta por democracia e importância da luta pelos bosques e rios. Ao regressar ao auditório foi concluído a oficina da CPT e em seguida teve inicio da oficina da International Rivers com Monti Aguirre, falando da estratégia jurídica de declarar rios como ser vivo nas legislações para garantir direitos humanos aos rios. Ainda deu tempo de participar da finalização da oficina promovido pela Oxfan e de apresentar a canção Pérola Azulada para fechamento desta oficina e abertura da próxima sobre Hidrelétricas na Bolívia, principalmente sobre UHE Bala e a experiência de resistência dos povos e comunidades da região, dizendo não à mesma. Foi importante estar com eles para convidá-los a somar-se na luta contra barragens na bacia do Madeira/Mamoré. Imagens que registram alguns passos relatados: https://www.facebook.com/iremar.ferreira/media_set?set=a.10213115958195784.1073741961.1299001563&type=3 .
Nesta tarde ainda foi possível (durante as inscrições das caravanas) encontrar representantes de outros rios da Amazônia e da Panamazônia e juntos cantar por liberdade de nossos rios.
Importante registrar que a presença de lideranças indígenas, militantes sociais, campesinos, pesquisadores entre outros vindos da Panamazonia e dos Andes deu nova dinâmica ao processo, já que esta conexão Amazonia-Andina é inseparável, ambas de conectam e sofrem problemas comuns com os câmbios climáticos, que necessita juntos pensar caminhos.
Na manhã do dia 28 nos encontramos no Campus da Universidad Nacional de San Martín, para seguir juntos ao Distrito de Lamas onde seria realizado o cerimonial de abertura pelo Pueblo Kichwa-Lamista, indígenas desta comunidade. De van seguimos em grupos para Lamas distante cerca de 40km. A mobilização dos presentes para seguir em marcha ocorreu no centro do pequeno distrito, animados pela juventude com seus atabaques deram o tom e passo da marcha por mais de 3 km (com nossas bandeiras, gritos e faixas) até chegarmos no local do cerimonial, o qual ocorreu de forma com profundo respeito à Madre Tierra por seus filhos e filhas locais e visitantes, num compromisso fecundo (plantado na terra) de continuar a luta pela terra viva, pelos rios, pelos bosques e por cidades sustentáveis e humanas.
Até a chuva veio nos brindar com sua presença e deixando a marca de lamas, barros em nossos pés. A partilha de deste momento nos deu a certeza de que nossa luta é comum em defesa da Mãe Terra, da Pachamama e do Bien Vivir.
Ao encerrar (alguns adquiriram produtos culturais da comunidade) e retornamos para o campus universitário pois já era 13hs e as 15:30 deveríamos estar na praça pra marcha de abertura.
As 15hs já chegamos na Plaza de Armas de Tarapoto e começamos animando o povo com músicas de luta, enquanto o povo chegava e colocava suas bandeiras de luta, faixas, instrumentos musicais no centro da praça para colorir e chamar a atenção para as diversas causas. A juventude articulada por MOCICC com seus tambores puxaram a marcha, que teve em sua frente as mulheres, depois povos originários/indígenas e em seguida os demais movimentos, entre eles nós do Brasil, da Aliança dos 4 Rios, que durante toda a caminhada fizemos a diferença com cantos e danças, animando os que nos acolhiam ao longo da marcha na beira das calçadas, principalmente as crianças que ao longo dos 8 km da marcha sempre estiveram presentes, nas portas das escolas, lojas ou com seus pais. Motivados, a criançada entrava no coro “por los bosques, por los rios”.
A marcha também se solidarizou com a greve geral no Brasil e o grito de Fora Temer e Democracia já tomou conta dos protestos ao longo da caminhada, embora muitos não sabiam o que estava acontecendo no Brasil e queriam saber porque este protesto, o que nos deixa claro que há boicote na informação externa da realidade brasileira. Éramos mais de duas mil pessoas na grande marcha que passou por ruas do centro comercial, cultural e religioso de Tarapoto para depois seguir por bairros, ruas empoeiradas ou enlameadas, pisando o chão do povo desta terra até chegar no campus universitário San Martin. Imagens desta grande Marcha e vários outros momentos podem ser vistos em: https://www.facebook.com/iremar.ferreira/media_set?set=a.10213150302214363.1073741962.1299001563&type=3 , onde nossa faixa da Alianza de los rios Panamazonicos, por los bosques y los rios marcou todos os processos de marchas e na tenda central.
Concluímos a marcha as 19hs no campus universitário e na tenda principal tivemos “Mesa inaugural, saludo y bienvenida: Gobernador Regional, Rector de la Universidad Nacional San Martín, Representantes de Comité Local, Comité Nacional, Comité Internacional, Representante del Foro Social Mundial”. Na sequencia tivemos a leitura da Carta de Macapá y Pre Foros Nacionales 2016 - Breve balance Carta de Macapá (Secretaría Nacional del VIII FOSPA): - Presentación de proceso y punto principal de cada Declaración de los Pre Foros Nacionales (Representantes de países); - Presentación del programa del VIII FOSPA (Secretaría Nacional del VIII FOSPA). A cerimônia foi encerrada com cantos indígenas abençoando os presentes.
No dia 29 pela manhã começamos as nove horas animando com cantos de luta e em seguida na grande plenária tivemos a Mesa de presentación sobre Territorialidad (problemática y agenda). Na sequência foi encaminhado os trabalhos para os Nueve Espacios de Diálogo y Debate en torno a la problemática de la Territorialidad en la Panamazonía-Andina:
• Mujeres Panamazónicas-Andinas
• Cambio climático y Amazonía
• Soberanía y seguridad alimentaria
• Megaproyectos y extractivismo
• Educación Comunitaria Intercultural
• Juventud Panamazónica Andina3
• Ciudades para vivir en la Panamazonía-Andina
• Descolonialidad del Poder y Autogobierno Comunitario
• Comunicación Panamazónica para la vida
A orientação dada é que “Cada Espacio de Diálogo y Debate analiza su tema teniendo como eje transversal la Territorialidad y Pueblos Amazónicos–Andinos y sigue “la metodología del cuidado” para identificar:
1. ¿Cuáles son los principales problemas y cómo nos impactan de manera diferenciada: mujeres/hombres, como pueblos?
2. ¿Qué hemos hecho frente a estas problemáticas?
Estes trabalhos tomaram conta de boa parte da manhã até o final do dia, quando ao retornar pra plenária cada eixo apresentou um resumo das discussões realizadas durante o dia, e indicativos de ações para superar desafios.
Eu pessoalmente participei do eixo Câmbio Climático y Amazonía, não somente dos debates, mas colaborando na transmissão ao vivo dos debates, conforme podem ser conferidos em: https://www.youtube.com/watch?v=1Sm-gW_DIeI; https://www.youtube.com/watch?v=byzzPeOUIE8 ;
Na noite deste dia 29 nós fizemos em nome de Brent da International Rivers o Lançamento do filme: Belo Monte depois da Inundação, como parte da ação da Aliança dos Rios Panamazônicos, com transmissão ao vivo conforme link: https://www.youtube.com/watch?v=fHlJoJL_M-s&t=87s . Tivemos a presença no final do filme da Maria Helena do Movimento Xingu Vivo; Adriano Karipuna – Movimento Madeira Vivo; Manoel Lopes – Aliança dos Rios Panamazonicos/Bolivia; Joilson – Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social e eu Iremar Ferreira – Aliança dos 4 rios da Amazônia e Aliança dos Rios Panamazônicos/Brasil.
Devo registrar que atendendo a convite da Rede de Rádio ALER presente, por volta das 13hs participei de um programa para toda a Amazonía onde apresentei a canção: Reggae dos Rios Panamazonicos por mim construída para apresentar no FOSPA, conforme pode ser visto no vídeo: https://www.facebook.com/search/top/?q=aler%20satelital .
No dia 30 de maio iniciamos o programa as 9hs na grande plenária com um Ato de protesto e solidariedade ao Povo Gamela do Maranhão, que foi vítima de ataque de policias. O ato contou com a participação de muita gente e com o canto “Formigueiro” demarcou nossa dor e pedido de justiça. Na sequencia se deu a Mesa de presentación sobre Cuidado de los bienes de la Naturaleza (problemática y agenda). Em seguida fomos encaminhados para os Nueve Espacios de Diálogo y Debate en torno a las propuestas alternativas y procesos de resistencia al modelo de desarrollo capitalista, vinculadas al Cuidado de los Bienes de la Naturaleza.
Cada Espacio de Diálogo y Debate analiza su tema teniendo como eje transversal el Cuidado de los bienes de la Naturaleza y sigue “la metodología del cuidado” para identificar:
1. ¿Qué podemos hacer para fortalecer nuestras respuestas frente a las amenazas a la Panamazonía-Andina?
2. ¿Con quiénes podemos articularnos para visibilizar más nuestras agendas e incidir en los gobiernos de la Panamazonía-Andina?
No final do dia por volta das 17hs retornamos para a grande plenária para compartir os resultados e planos de ações, que balizariam a elaboração da Carta de Tarapoto.
Convém destacar que no dia de ontem e neste no início da noite foi realizado o Tribunal: Justicia y Defensa de los Derechos de las Mujeres Panamazónicas-Andinas.
Todos os dias e até as 22hs foram realizadas: Acto culturales y Feria de Productores, Feria Gastronómica, Feria de Libros y publicaciones, Exposiciones gráficas, Espacio Cultural permanente.
Nesta noite foi feita uma noite cultural promovida pelos brasileiros em apoio à candidatura da Guiana Francesa para o próximo FOSPA.
Neste dia 30 fui convidado ainda pela manhã voltei à Rádio ALER para apresentar a canção Pérola Azulada, do Zé Miguel e Joaozinho do Amapá, na versão em espanhol, o que rendeu mais um convite para cantar na Rede NAVE de comunicação dentro do território do FOSPA no momento do pessoal da rádio Pororoca do Amapá para animar nossa luta.
No dia 01 de Maio, dia do Trabalhador, iniciamos cantando a canção “Pra não dizer que não falei das flores” e em seguida iniciamos os trabalhos com a seguinte pauta:
-Plenária: Conclusiones finales y Pronunciamientos especiales: momento que foram apresentados os planos de ações e subscrição dos interessados em somar-se. Nós da Aliança dos Rios Panamazonicos apresentamos um painel e tivemos adesão de várias outras frentes/redes/organizações e pessoas.
Foram apresentadas as moções entre as quais a nossa da Aliança dos Rios Panamazônicos: “A Alianza de los Rios Panamazonicos fortalecidos con la realización del VIII FOSPA em Tarapoto, Peru, con el encuntro de pueblos de los bosques y de los rios, denuncia que la criación y o flexibilización de leis ambientales na Panamazonia, à exemplo do se passa en Brasil con la propuesta del "licenciamento flex" para acelerar la implantación de mega obra de infraestructura energetica, mineria y lo ogronegócio aceleran la usurpación dos territórios, la expulsión de pueblos indigenas y comunidades tradicionales promoviendo la muerte de nuestra Madre Tierra.
Dizemos no à expoliación de nuestros territorios, de nuestros bosques y de nuestros Rio Panamazonicos”.
- Designación de Sede del IX Foro Social Panamazónico: foi anunciado que a Colombia sediará o próximo FOSPA e a Guiana Francesa fica no indicativo para o subsequente;
- Elección de Comité de Seguimiento: A Colombia apresentou um conjunto de representações na composição do Comitê: religiosas, indígenas, campesinos, entidades parceiras, pesquisadores, etc.;
- Declaración final – Carta de Tarapoto, que pode ser acessada: http://www.forosocialpanamazonico.com/carta-de-tarapoto-viii-foro-social-panamazonico/ .
Ceremonia Espiritual Final de envio de todos e todas.
Foi encerrado as 13:30hs do dia 01 o FOSPA Tarapoto.
Nosso regresso ocorreu na noite do dia 02 devido falta de espaço nas aeronaves, onde chegamos perto da meia noite em Lima e ficamos até as 7hs da manhã do dia 03, seguindo até Cuzco onde ficamos mais umas três horas e depois seguimos para Puerto Maldonado, chegando as 11:45. Depois de almoçarmos as 13hs iniciamos retorno com táxi lotação até Assis Brasil e de lá com táxi brasileiro até Rio Branco onde chegamos por volta das 20:30hs e saindo as 22hs de ônibus para Porto Velho onde chegamos as 5hs da madruga do dia 04/05/2017. Dona Lídia ainda seguiu de ônibus para Guajara Mirim e de voadeira cruzando o rio para Guayaramerin. Nossa saga de ida, permanência e volta do FOSPA Tarapoto.
Aprendizados e Articulações:
-Intensa troca de informações desde em viagem com os membros da caravana, com os participantes de diversas regiões da Panamazonia e de outros países;
-Contribuir com a Comissão Organizadora no processo de mobilização e animação dos universitários, durante a Marcha de abertura e em momentos das mesas de trabalhos foi gratificante;
-Contribuir com a Equipe de Documentação e Registro filmando e transmitindo ao vivo partes do evento foi de grande importância para conectar pessoas distantes num evento de tamanha relevância para a Amazonía e Andina;
-Levar por meio da arte musical nossa luta por meio do palco ou pelas rádios: RED LAR e LA NAVE foi gratificante;
-Encontrar com pessoas de outras redes que atuam no tema Cambio climático e justiça social, para fortalecer a luta contra barragens foi importante para fortalecer a Aliança dos Rios Panamazonicos;
-Conhecer a vida das comunidades Lamas e da cidade de Tarapoto com suas motos nervosas, sua culinária tradicional foi prazeiroso e enriquecedor;
-Possibilitar que movimentos sociais diversos, por meio do projeto com apoio do Fundo CASA participassem deste momento é firmar alianças e compromissos de luta;
-Compreender que a Amazonía e os Andes enfrentam os mesmos desafios e somar-se faz com que tenhamos a certeza de que problemas comuns devam ser encarados estrategicamente juntos, pois menos bosques significa mais águas nos rios com o degelo e por sequencia inundações...
-Nossa luta já tá em continuidade com comunidades bolivianas com a construção de um projeto conjunto para três anos, na perspectiva de fazer um processo de intervenção em comunidades estratégicas na resistência aos projetos hidroelétricos de cachoeira Ribeirão e Esperanza;
-Nos permitiu fazer alianças com organizações que atuam no mesmo tema, na Bolívia, no Perú e na Colombia, para juntos promover um debate mais proativo em nível panamazonico no Fórum Alternativo Mundial da Água e Fórum Social Mundial em 2018 no Brasil;
-Trabalhar mais canções de luta (autoral ou não e traduzi-las para espanhol) e difundi-las por meio de mídia digital ou gravável, para socializar com pessoas interessadas de outros países;

-Nossa participação e aprendizado só foi possível pelo apoio viabilizado pelo Fundo Socioambiental CASA e Fundo Brasil de Direitos Humanos, aos quais agradecemos e fazemos o compromisso de seguir na luta em defesa dos bosques e dos rios... “nenhuma barragem mais nos rios da Panamazonia”.