sexta-feira, 29 de junho de 2012

RURALISTA USAM INDÍGENAS CONTRA INDÍGENAS NO MT

http://maraiwatsede.wordpress.com/

Fazendeiros invasores armam resistência em Marãiwatsédé

Contrários à decisão da Justiça que determina retirada de latifundiários após 20 anos de invasão, fazendeiros orquestram manifestações e ameaças em Marãiwatsédé (MT) Por Gabriel Moreira, especial para a Repórter Brasil, com informações de Daniel Santini Desde a noite do último sábado, 23 de junho, a Terra Indígena Marãiwatsédé, homologada em 1998 pela Presidência da República, [...]

JUSTIÇA SEJA FEITA AOS TRABALHADORES SUPEREXPLORADOS... PARABÉNS SENHORA JUÍZA.

Construtor da UHE Santo Antônio é condenado a pagar R$ 1 milhão - Portalrondonia.com - Notícias de Rondônia e Região#.T-3-m7cC9Dw.facebook#.T-3-m7cC9Dw.facebook#.T-3-m7cC9Dw.facebook

Todo trabalhador tem direito à valorização de sua força de trabalho;
Todo trabalhador tem direito à dignidade;
Todo trabalhador tem direito a ter direito...
Parabéns senhora Juíza...
Chega de exploração...
É hora das empresas dividir os lucros por força de lei, já que adiantaram as obras, estão lucrando com a venda da energia, cuja obra foi construída superexplorando a força do trabalhador... multa neles... Direito a quem Precisa de Direito...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

HISTÓRIA DA FOME - Ilha das flores - filme curta metragem

BELO MONTE DE MENTIRAS E CONTRADIÇÕES "PREVISTAS" NO XINGÚ

Belo Monte - Índios querem que Belo Monte cumpra condiçõespara amenizar efeitos negativos da usina

O grupo Norte Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte emAltamira, no Pará, levará na quinta-feira uma resposta à pauta dereivindicações do grupo de índios que tomou conta de parte dos canteiros deobras. A ocupação ocorreu na última sexta-feira (22/06/2012), mas as demandassomente chegaram ao consórcio no domingo. Os construtores tentaram na Justiçaconseguir a desocupação, mas não tiveram sucesso em obter uma liminar durante ofim de semana.
Cerca de 200 índios xikrins e jurunas estão acampados nas obras da UsinaHidrelétrica de Belo Monte, na tentativa de acelerar o cumprimento dascondicionantes destinadas a amenizar os efeitos negativos da usina para as populaçõesindígenas afetadas.  De acordo com a colaboradora do movimento, RafaelaNgrenhdjan Xikrin, não há ligação entre esta ocupação e a ocorrida durante oencontro Xingu+23, iniciado no último dia 13 em Altamira (PA).

"Nosso movimento é contrário a ações como as dos mundurukus, até porqueeles não são daqui e não serão afetados pela obra", disse Rafaela Xikrin.O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) informou que a primeira ocupaçãoresultou na depredação de 35 salas. Pelo menos 50 computadores foram quebrados,notebooks e rádiocomunicadores foram furtados e dezenas de aparelhos de arcondicionado foram danificados. A estimativa, segundo o consórcio, é umprejuízo superior a R$ 500 mil.

A organização do movimento responsável pela ocupação atual está aguardando,para os próximos dias, a chegada de outros 100 índios das etnias Paracanã eXipaia para reforçar a manifestação nas obras da usina. Entre as reivindicaçõesapresentadas pelos xikrin e juruna acampados está a implantação do Plano BásicoAmbiental (PBA), destinado a estabelecer e efetivar os programas de compensaçãoe mitigação dos impactos já sentidos na região pelos índios.

Eles cobram também a definição da situação fundiária das terras indígenas TerraWangã, Paquiçamba, Juruna do Km 17 e Cachoeira Seca, além da construção de maisestradas, como alternativa ao transporte fluvial que será prejudicado pelabarragem e pela redução da vazão do Rio Xingu. Outra condicionante cobradapelos índios acampados é relativa à falta de investimentos de infraestruturanecessários às aldeias impactadas, visando a garantir captação de água potávelnas da Volta Grande do Xingu.

"Nossas lideranças não querem a participação de outros movimentos porqueisso pode comprometer nosso objetivo, que é cobrar o cumprimento dascondicionantes previstas", disse a colaboradora xikrin. "Essaocupação conta apenas com a participação de índios, para evitar o risco de serdescaracterizada ou manobrada. Em princípio, não somos contrários à obra, maspoderemos passar a ser, caso as condicionantes [previstas] não sejamcumpridas", argumentou.

O CCBM avalia a atual ocupação como pacífica. De acordo com a assessoria doconsórcio, os índios que participaram da primeira ocupação "eram de MatoGrosso e chegaram ao local com crachás, acompanhados de manifestantes nãoindígenas que integram organizações não governamentais (ONGs) [ligadas aoMovimento Xingu Vivo], notadamente contrárias à construção dahidrelétrica".

Consultada pela reportagem, a Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou quenão há aldeias munduruku nas áreas a serem influenciadas pela obra. De acordocom a assessoria do órgão, os munduruku mais próximos estão na região da Usinade Teles-Pires, em Mato Grosso.

A assessoria de comunicação do Movimento Xingu Vivo reiterou que não houvequalquer participação de seus integrantes na quebradeira ocorrida durante aprimeira ocupação, à época do Xingu+23 - evento promovido pela entidade."Nenhum dos nossos membros participou da quebradeira; nenhum dos nossosintegrantes mexeu em qualquer caneta do CCBM; e não fizemos qualquer incitaçãopara que a invasão acontecesse", garantiu a assessora Verena Glass.

Perguntado sobre a nova ocupação de índios nas obras de Belo Monte, o ministroda Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que omovimento atual "faz parte do direito de protesto", e que os índiostêm o direito de manifestar suas preocupações.

"Nosso pessoal está lá dialogando [com eles] e, assim como outras vezes,vamos, por meio de métodos pacíficos, superar essa questão. Belo Monte não temcomo voltar atrás. É uma usina que já está em processo de construção. Estamostomando todos os cuidados para diminuir os efeitos negativos à população locale para fazer as compensações sociais e ambientais. O governo está agindo comresponsabilidade. Agora, o direito de protesto, como todos sabem, é livre nopaís", disse o ministro.
(Agência Brasil)

Xingu Vivo » Nota de apoio em Inglês

Xingu Vivo » Nota de apoio – Vítimas de Belo Monte não são criminosos

CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO SOCIAL CONTRA BELO MONTE

Polícia pede prisão preventiva de ativistas contra Belo Monte

Sem provas, concessionária responsável pela usina acusa 11 pessoas de roubo, formação de quadrilha e perturbação, entre outros crimes. Pedido de prisão ainda não foi aceito
A polícia civil do Pará pediu à Justiça a prisão preventiva de 11 pessoas acusadas de participar dos protestos contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte entre os dias 13 e 17 de junho, durante a realização do evento Xingu +23 na Vila de Santo Antônio, a 50km de Altamira, oeste do Pará. O pedido de prisão preventiva aguarda o parecer do Ministério Público Estadual (MPE).
Entre os acusados no inquérito estão integrantes e assessores do Movimento Xingu Vivo para Sempre, um padre que rezou uma missa e abençoou o encontro, uma freira, um pescador que teve sua casa destruída pelo Consórcio poucos dias antes, missionários indigenistas e um documentarista de São Paulo.
A polícia acusa essas pessoas de terem planejado uma ação no escritório do Consórcio Norte Energia, “apesar de não existir nos autos uma única imagem comprovando isso”, diz Marco Apolo Leão, advogado e presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, que atua na defesa dos militantes. Também há acusações de danos, roubo, incêndio, desobediência, esbulho possessório, perturbação da ordem pública e formação de quadrilha.
Diante das ameaças de prisão da polícia divulgadas na imprensa, advogados do movimento entraram com um pedido de habeas corpus preventivo para garantir a liberdade dos perseguidos. Protocolado pela defesa na sexta-feira, 22, o pedido de Hábeas Corpus recebeu parecer favorável do Ministério Público, mas foi negado pela justiça na segunda-feira, 25. “Vamos recorrer dessa decisão e manter a posição de que ninguém falará na polícia, pois não conseguimos ter acesso a todas as peças do inquérito”, afirma o advogado. O depoimento de oito dos 11 acusados está marcado para quarta-feira, 27, em Altamira.
DEFESA
Além da dificuldade de acessar todas as peças do processo, a defesa dos integrantes do movimento Xingu Vivo alega que as investigações sobre o caso carecem de legitimidade e imparcialidade, já que as polícias civil e militar, em Altamira, são, em grande parte, “patrocinadas e financiadas pelas próprias empresas que constroem Belo Monte”, por conta de um termo de cooperação assinado com o governo estadual.
A defesa também diz que este é mais um caso de criminalização das lideranças de movimentos sociais e, por isso, uma grande rede de solidariedade e manifestações está sendo construída para apoiar os integrantes do movimento Xingu Vivo e as outras pessoas vítimas das acusações do Consórcio Norte Energia e da polícia. Uma nota de apoio aos militantes já conta com assinatura de 146 instituições da sociedade civil de todo o Brasil, entre eles a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).
Ainda esta semana, a frente jurídica do movimento irá encaminhar um informe denunciando a criminalização dos ativistas para a ONU e a OEA.

PARA COMPREENDER UM POUCO DA Crise no Paraguai, onde os brasileiros são parte da discórdia!

Crise no Paraguai expõe conflito entre sem-terra e brasiguaios

OBS.: Eu Iremar Antonio Ferreira nasci no Estado do Paraná em 1970.
Meus pais trabalharam de meados da década de 70 a início dos anos 80 em terras de agricultores na região de Palotina-PR que aos poucos foram vendendo e comprando terras no Paraguai porque era mais barato e não tinha burocracia...
Em meados de 1982 meu pai foi mandado embora da fazenda e fomos morar na cidade de Assis Chateaubriand, de onde em 1986 seguimos para Juína no MT, onde somente em 1997 meu pai Sr. Salvador Antonio Ferreira recebeu do INCRA seu lote, fruto da reforma agrária tão sonhada e lá vive com minha mãe Sra. Maria J. Garcia Ferreira.
Enfim, a história de conflitos no Paraguai é fruto da expropriação da terra, calcada em legislação arcaica e privatizante, tendo brasileiros como protagonistas desta pressão social e política... É preciso rever nossa presença na América Latina, abaixo o imperialismo brasileiro...

sábado, 23 de junho de 2012

INDÍGENAS XIKRIN OCUPAM CANTEIRO DE BELO MONTE

ÍNDIOS DA REGIÃO DE ALTAMIRA OCUPAM BARRAGEM DE BELO MONTE

Desde ontem, quinta 21/06/2012, os índios afetados pela Hidrelétrica de Belo Monte ocupam um terreno de construção da Barragem. Eles decidiram pela ocupação para manifestar sua insatisfação com o desrespeito de seus direitos e o não-cumprimento das condicionantes, em especial aquelas relativas aos indígenas. Com organização própria e contando apenas com seus recursos, eles ocuparam uma ensecadeira que está sendo construída no Sítio Pimental que visa permitir a construção da obra.
A manifestação é pacífica, e eles exigem a presença de representantes do governo e da Norte Energia
Sociedade Anônima.
Ontem, os Xikrin daTerra Indígena Trincheira-Bacajá e Juruna do Paquiçamba chegaram à ensecadeira por rio, vindos de suas TI, que ficam a jusante da barragem, na região que sofrerá com a seca, em área chamada pelo empreendimento de Vazão Reduzida do Xingu. Embarcações partiram também de Altamira, onde alguns indígenas chegaram por estrada vindos das aldeias mais distantes, e de onde partiram indígenas que permaneciam ou residem na cidade. São esperados os Arara da Volta Grande do Xingu e representantes de todas as Terras Indígenas na região, vindos dos rios Iriri e do Xingu, a montante de Altamira, além dos citadinos. Hoje de manhã lideranças parakanã partem para se reunir aos que já se encontram acampados na ensecadeira.
Os índios estão insatisfeitos com a situação, já que as condicionantes que deveriam anteceder as obras não estão sendo devidamente cumpridas em suas terras e em Altamira. Além daquelas que afetam a todos – como a demora em investir na infra-estrutura da cidade, nos serviços de saúde e educação e no saneamento básico que estão cada vez mais sobrecarregados com o aumento populacional já sentido pela região –, os povos indígenas preocupam-se com a demora na implantação do Plano Básico Ambiental – componente indígena (PBA), que deveria estabelecer e efetivar os programas de compensação e mitigação dos impactos já sentidos na região pelos indígenas; com a demora na entrega aos Xikrin dos Estudos Complementares do Rio Bacajá, que por ora apenas foram apresentados nas aldeias, e que permitiria um melhor dimensionamento dos impactos neste rio e para os Xikrin, e garantia da definição de programas de compensação e mitigação destes impactos, em especial pela seca que prevêm que seu rio sofrerá com a construção do empreendimento; pelo desconhecimento do PBA pelos indígenas, do qual se pede mais e melhores apresentações para todos entenderem; pela demora em definir a situação fundiária das Terras Indígenas Terra Wangã, Paquiçamba, Juruna do Km. 17 e da Cachoeira Seca; pela indefinição no sistema de transposição da barragem e o temor de que eles fiquem isolados de Altamira, cidade onde estão os principais serviços que lhes atendem (de saúde, educação, escritórios da FUNAI); por não autorizarem a construção de mais estradas como alternativa ao transporte fluvial atualmente utilizado pelos indígenas e que será dificultado pela transposição da barragem e pela seca (vazão reduzida) do leito do rio; e pela falta do investimento necessário e anterior à obra em infraestrutura nas aldeias impactadas, como por exemplo para garantir a captação de água potável nas aldeias da Volta Grande do Xingu, nas quais a água do rio, até então consumida pela população, já está barrenta e insalubre devido à construção.
Quem quiser apoiar esta iniciativa ou conhecê-la melhor, pode entrar em contato com Ngrenhdjan
Xikrin, pelo email xikrin@hotmail.com

VÍDEO DE TV ALEMÃ CONTESTA ENERGIA LIMPA NA UHE SANTO ANTÔNIO

VÍDEO REALIZADO POR TELEVISÃO ALEMÃ DEMONSTRA IMPACTOS DAS USINAS NO RIO MADEIRA, QUESTIONANDO O DISCURSO DE "ENERGIA LIMPA POR MEIO DE BARRAGENS".
http://www.youtube.com/watch?v=DP26AWIqrY4
DECLARAÇÃO FINAL
CÚPULA DOS POVOS NA RIO+20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
EM DEFESA DOS BENS COMUNS, CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA

Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos e organizações da sociedade civil de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.
A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.
As instituições financeiras multilaterais, as coalizões a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferência oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.
Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro.
As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista associado ao patriarcado, ao racismo e à homofobia. As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistemática violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus
interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade.
Avança sobre os territórios e os ombros dos trabalhadores/as do sul e do norte. Existe uma dívida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos do sul do mundo que deve ser assumida pelos países altamente industrializados que causaram a atual crise do planeta.
O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitario sobre os recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessários à sobrevivencia.
A atual fase financeira do capitalismo se expressa através da chamada economia verde e de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.
As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e transformador.
A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economía cooperativa e solidária, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética,  são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.
A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos. A construção da transição justa supõe a liberdade de organização e o direito a contratação coletiva e políticas públicas que garantam formas de empregos decentes.
Reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação, e à saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A maior riqueza é a diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada e as que estão intimamente relacionadas.
Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para corporações.
A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas comuns a partir das resistências e proposições necessárias que estamos disputando em todos os cantos do planeta. A Cúpula dos Povos na Rio+20 nos encoraja para seguir em frente nas nossas lutas.

Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012.
Comitê Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20 - Cúpula dos Povos

quinta-feira, 14 de junho de 2012

ONG´s E MS´s OPINAM RUMO À CUPULA DOS POVOS NA RIO+20



CARTA DE RONDÔNIA PARA CÚPULA DOS POVOS
Nós organizações, movimentos sociais e pessoas comprometidas com o bem comum, com o bem viver, reunidos em 02 de junho do corrente ano, manifestamos nossa opinião neste momento em que o mundo se dirige para o Rio de Janeiro e expor a situação resultante da presença do Capital em nossa Região.
O formato em construção para impulsionar o desenvolvimento em nosso Estado está carregado de uma diversidade de problemas ocasionados ou tensionados com a implantação dos projetos de barragens, hidrovia e rodovias que assolam na Bacia do Madeira. Esses grandes projetos devem ser refletidos, pois não beneficiam verdadeiramente as comunidades impactadas por eles. Em alguns casos potencializam a pobreza extrema, pois tiram po pulações inteiras de seus territórios e exterminam a produção tradicional, comprometendo a segurança alimentar das periferias dos centros urbanos. Tudo pelo tal do desenvolvimento, sem nenhum respeito com quem aqui está à reconhecer que a Amazônia pertence aqueles/as que nela vivem.
Lutar contra o capitalismo e suas formas de exploração do Meio Ambiente, do Trabalho Humano, degradação e desumanização das relações sociais é fortalecer e promover iniciativas de outro pensamento/forma de conviver com o mundo em suas etnodiversidades em inter- relações.
Somos contra os monocultivos e o agronegócio e assim apoiar outras formas de consumo pautado na preservação ambiental, na organização de cadeias produtivas e redes de produção, comercialização e consumo, valorizando a potencialidade amazônica, a economia solidária e o saber tradicional.
Entendemos que o conceito de "economia verde" proposto por Governos e Empresas se refere apenas à manutenção do crescimento econômico, abandonando a articulação necessária com o social e o ambiental. Ele representa a mercantilização da Vida dos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e áreas florestais. Caminhamos p ara o conceito de desenvolvimento sustentável à partir das práticas das comunidades, por isso afirmamos que é papel do Governo garantir Políticas Públicas e Não à Privatização da Vida!.
Ressaltamos ainda que, os conflitos no campo por terra tiveram acentuado crescimento, com o aumento de despejos e assassinatos de camponeses, apoiadores, militantes e lideranças pela pistolagem. Nenhum mandante e executor foi preso ou teve suas propriedades colocadas á disposição para fins da Reforma Agrária, pelo contrário continuam dominando enormes extensões de terra e explorando trabalhadores. O que existe ademais par a o agronegócio é a criminalização das lutas e o aumento do aparato repressivo, além do encorajamento dos bandos armados a serviço do latifúndio. Queremos a Reforma Agrária Já!.
Por fim reafirmamos que nossas bandeiras de lutas na reinvenção do mundo são: reforma agrária, homologação de terras indígenas, investimentos em agroecologia e economia solidária, autonomia de gestão dos territórios, saúde e educação para todos, democratização dos meios de comunicação.
Nos colocamos em defesa permanente da Amazônia, da Vida, da integridade dos povos e de seus territórios e contra a mercantilização da natureza.
Nos propomos a realizar ações que articulem a troca de saberes/conhecimentos populares e trabalhem a identidade amazônica com sua etnodiversidade no campo e na cidade. (como dos povos indígenas, comunidades tradicionais como ribeirinhas, quilombolas, trabalhadoras/es camponesas/es, trabalhadores urbanos,).
Acreditamos na Economia Solidária, nas tecnologias sociais que promovem a Vida e nas diversas redes de organização popular à exemplo do Fórum Social Pan-Amazônico a ser realizado de 1 a 4 de Dezembro de 2012 em Cobija - Bolívia.
Estamos em Luta permanente pelo Bem Viver!
Porto Velho 02 de junho de 2012.