quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MAIS UM INSTRUMENTO DE ANÁLISE DA DURA REALIDADE NO MADEIRA... NÓS PARTICIPAMOS DELE...

Antropólogo lança livro sobre Conflitos Sociais no Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira

Conflitos Sociais no Complexo Madeira. Este é o nome do livro do antropólogo Alfredo W. Berno de Almeida que será lançado no dia 26 de fevereiro (sexta), às 18h, na Estação Gasômetro Parque da Residência, em São Brás. A obra trata dos impactos socioambientais que ocorrerão no Rio Madeira, em Rondônia, lugar em que está sendo construído um complexo de usinas hidrelétricas. O evento abrirá espaço também para discussão sobre outros projetos de hidrelétricas que o governo tenta impor para Amazônia como Belo Monte, no Rio Xingu, o Complexo Tapajós, no Rio Tapajós, entre outros.

O evento é aberto ao público e a organização é da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), do Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, da Universidade do Estado do Amazonas (UEAM) e da Associação das Universidades Amazônicas (Unamaz).

A programação iniciará às 16h com exibição de filmes. Em seguida, às 18h, terá o lançamento da obra. Depois, às 18h30, haverá apresentação de Cristina Matos, cantora e compositora e membro do Grupo Hera da Terra, e Guilherme Fernandes, membro do Grupo Literário Extremo Norte. Às 19h30 acontecerá debate sobre a questão socioambiental provocada pelas hidrelétricas na Amazônia com a participação de Alfredo Wagner Berno de Almeida, Guilherme Carvalho, educador da Fase Amazônia, da professora Rosa Acevedo Marim, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) da Universidade Federal do Pará (UFPA), e de Dion Monteiro, economista e membro do Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre. A sessão de autógrafo e encerramento será às 20h.

Um dos trechos do livro traz o prisma dos pesquisadores, o que está sendo considerado como ‘Complexo Madeira’ tanto compreende alocuções, discursos, instrumentos jurídicos, iniciativas empresariais, planos oficiais e suas respectivas medidas, quanto seus efeitos sobre as práticas de diferentes agentes sociais referidos às ‘comunidades locais’ e as relações que lhe são adstritas.

Segundo o autor, a análise destas relações sociais contribui para uma compreensão das condições em que ocorrem os antagonismos de interesses e para um entendimento maior das possibilidades de mapeamento das áreas criticas de conflito e tensão social na região. “A versão dos planejadores oficiais, bem como dos interesses empresariais que lhes são adstritos, prioriza delimitar uma região estratégica, em que se concentram ações governamentais de curto e médio prazo. Os planejadores definem a prioridade em termos emergenciais e justificam a intensidade das ações nesta determinada região como imprescindível e inadiável”.

Serviço – Lançamento do livro Conflitos Sociais no Complexo Madeira, do antropólogo Alfredo W. Berno de Almeida, dia 26 de fevereiro (sexta), na Estação Gasômetro Parque da Residência, em São Brás. A programação iniciará às 16h e é aberta ao público.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CONSIDERAÇÕES... VIDAS...

MORTE E VIDA NO MADEIRA...
(fev. 2010)

“As usinas estão provocando mortes no distrito de Jaci-Paraná; os grandes estão grilando terras para tirar madeira e receber indenização das empresas... terras da União, dos ex-soldados da borracha e tem pessoas do Incra apoiando esta grilagem. Os ribeirinhos que moravam nas terras tiveram suas casas derrubadas, queimadas, até trator esteira foi usado para passar por cima... através do Conselho Comunitário, que a Santo Antonio Energia incentivou para que pudéssemos garantir nossos direitos, nós denunciamos esta violência e agora estão matando os pequenos só porque tem ação no Ministério Público... é os grandes sufocando os pequenos e com apoio de policiais... vivemos em estado de medo, já mataram um e os outros se não fugirem vão ser mortos”... (Maurete N. Gomes)
Este depoimento foi feito em meados de novembro de 2009, pouco depois do assassinato do pescador Osmar Lima (tesoureiro do Conselho) e pouco antes do jovem líder comunitário Maurete Nogueira Gomes pegar o ônibus e fugir para o exílio, deixando pais e filho de apenas cinco anos para continuar vivo, só porque se colocou em defesa de seus amigos... uma semana depois, “Baianinho” que era testemunha de Osmar deixou a canoa arrumada para subir o rio e fugir do medo mas não teve tempo, foi assassinado e seu corpo encontrado dias depois longe da beira do rio Jaci...
Maurete, antes de viajar ainda ligou para seu amigo Izaías (secretário do Conselho), e disse que se escondesse para não ser assassinado, mas este esperava que a Justiça fosse feita antes de sua morte... lamentavelmente no início de janeiro de 2010 este foi brutamente assassinado e seu corpo até a data de hoje não foi encontrado...
No início de fevereiro policiais e civis pistoleiros foram presos e começou-se a desvendar os crimes, mas isso não basta, o povo de Jaci vive num estágio de medo intenso... e exige das empresas e da administração pública respeito, compensações e indenizações por tantas perdas materiais, culturais e emocionais...
Já em Mutum Paraná os moradores atingidos pela usina de Jirau deparam-se com a mesma situação de abandono pelas autoridades e nas mãos das empresas. Denunciam que suas vidas pararam no tempo. Não podem melhorar suas moradias por que não serão indenizados após o levantamento de benfeitorias de 2008. Quem tem pequenos comércios não terão a mesma oportunidade na Nova Mutum. Metade da população que tira sua renda do garimpo aluvial no Madeira, perderão a atividade de geração de renda pois o rio estará sempre cheio... denunciam que o novo lugar é num lugar rochoso que inviabilizará qualquer atividade agrícola.
O chamado “reassentamento em agrovilas” é um exemplo a não ser seguido em lugar algum, pois não levam em conta a modo de vida das pessoas que vivem em função do rio, transferi-los para terra firme e trancafia-los em casas de alvenaria (algumas construídas caindo partes), pequenos lotes de terra é aprisiona-los á morte cultural, física, alimentar... estas milhares de famílias passaram da condição de provedores de seus sustentos numa relação recíproca com o rio para a condição de dependentes das empresas e ou do poder público... é este modelo de sustentabilidade que queremos em nossa Amazônia?
Sinais de resistência e de proposições nascem da organização dos atingidos. Em Jaci-Paraná os atingidos nos lotes rurais e urbanos na beira do rio ou em Mutum-Paraná, Assentamentos Joana D'Arc, reivindicam reassentamentos que contemplem espaços que incorpore os membros das famílias, geralmente mais de 6 pessoas, bem como espaços físicos que lhes permita implementar atividades produtivas coletivas e individuais para gerar rendas e autonomia. Esta luta é fortalecida pela presença incansável do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Instituto Madeira Vivo, o que deve se intensificar cada vez mais para que novas propostas sejam construídas coletivamente, em prol das famílias atingidas, num enfrentamento às empresas para que parte dos lucros seja revertido aos atingidos de fato e de direito.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

POVOS DO XINGU EM PÉ DE GUERRA CONTRA BELO MONTE...

Índios farão aldeia em área a ser alagada
Foto: Tarso Sarraf - fonte: Diário do Pará - 09/02/2010

Cinco mil índios kaiapó deverão se deslocar de Mato Grosso até Altamira para engrossar as manifestações contra a construção da barragem da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os indígenas deverão se concentrar na área conhecida como Volta Grande do Xingu, uma grande curva do rio, que será cortado por uma barragem, segundo o projeto de construção da hidrelétrica.

“Eles não vêm para dançar nem para falar para microfones. Vem preparados para a guerra”, afirmou o líder indígena Luís Xipaia, que durante a semana passada coordenou a ocupação da sede da Funai em Altamira, em protesto contra a desarticulação da administração da Funai no município.

“A gente não entende bem essas questões de justiça. O que nós entendemos é que não vamos mais sentar na mesa para discutir Belo Monte. Para nós, tanto faz se o governo disse que liberou a licença-prévia ou não, se vai ter leilão. Isso não nos interessa. A única solução para nós é nos manifestarmos de forma diferente”, afirmou Luís Xipaia. Essa forma diferente deve ser a ocupação da área que o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse que era desabitado por indígenas. “Vamos mostrar a ele que tem índio lá”, afirmou Xipaia.

A idéia é que Volta Grande do Xingu se torne uma grande aldeia com várias etnias, o que praticamente inviabilizaria os planos de se construir uma hidrelétrica naquela que é considerada uma das mais ricas áreas de biodiversidade do planeta. “Para construir a barragem terão que passar por cima de nós”, alertou Luís Xipaia.

Segundo o bispo do Xingu e presidente do Conselho Missionário Indigenista, Dom Erwin Kraütler, o derramamento de sangue não é a melhor saída, mas a ação indígena é justa. “Ao defender Volta Grande, os Kaiapó estão defendendo o próprio futuro, a própria terra. O Xingu todo será sacrificado. Nossa luta é evitar o primeiro passo”, afirmou.

SOB AS ÁGUAS

“Esse pessoal pensa que prender um rio é como prender um boi. Não tem como segurar a água. Se prende num canto ela vai para outro”. O raciocínio simples, mas direto, de Celso Albertino da Silva, morador da Transamazônica há 20 anos, resume o receio de grande parte dos que vivem sob a influência do rio Xingu. O travessão onde Celso vive e planta cacau e pimenta e cria gado, é uma área que, de acordo com o projeto, vai virar uma espécie de cuia, com as bordas – os morros- sendo o único ponto não alagado. Isso porque são nesses travessões, em localidades como Paquisamba, por exemplo, que o rio será desviado, formando imensos lagos. “Estamos com muito medo de perder as coisas todas”, diz ele.

O medo e a indefinição é maior ainda entre as famílias que moram em pequenas ajuntamentos às margens do rio Xingu. No Paratizão mora a família de Emerson Nascimento Pessoa. Ele nasceu ali, entre as pedras do rio e as plantações de cupuaçu. “Fui criado na beira do rio. Não tenho vontade de sair daqui”, diz.

Emerson tem 26 anos e três filhos pequenos que cria com a mulher Silmara Mendes Costa, a Caçulinha. “Ave Maria, se a gente sair daqui vai ser uma tristeza”, diz ela. Os pais de Emerson, que moravam logo ao lado, abandonaram a casa em que viviam, já desiludidos com o que pode vir a acontecer. “Eles quiseram sair antes pra não ter que ver isso aqui perdido”, diz Emerson.

“Algumas famílias estão abandonando os locais onde sempre viveram. É por isso que eu acho que esse projeto vai acabar com a gente”, diz Maria de Fátima, 47 anos. Fátima foi criada ali, na beira do rio. Assim como ela, a filha Joelma também. “Eu nasci aqui”, diz ela. “Meus dois filhos também. E eu quero criar todos eles aqui mesmo”, afirma.

Maria de Fátima é enfática. “Eles querem jogar nós no sofrimento. Dizem que não vai atingir ninguém, mas já veio gente da empresa e mostraram que vai alagar tudo por aqui. Para onde nós vamos?”.

Na localidade de Arroz Cru, mais acima no rio Xingu, Francélia Nogueira da Costa, 50 anos, é uma das mais intensas combatentes contra a usina. Francélia sempre viveu da roça. O marido pesca. “Eu nasci numa ilha e me criei no beiradão desse rio. Estou desanimada com essa história. Não falam em indenização. Só falam que as pessoas vão ser asseguradas, mas não em dinheiro. Como é isso?”.

“É tudo uma tapeação”, diz Antônia Melo, da Organização Não Governamental Viver, Produzir, Preservar, uma das mais atuantes contra a usina hidrelétrica de Belo Monte. Antônia Melo critica a ação da Eletronorte. “Eles fizeram contato com moradores e prefeitos, propondo barganhas e compensações para as entidades de classe, as organizações populares, as comunidades indígenas e os dirigentes de órgãos públicos, com o claro objetivo de romper com qualquer ação de resistência ao projeto de barragem do rio Xingu”, diz.

O DIÁRIO foi até a sede da gerência da Eletronorte para Belo Monte, em Altamira, mas o escritório estava fechado.

POVOS INDÍGENAS EM PÉ DE GUERRA COM GOVERNO LULA...

A NOTA ABAIXO FOI ENVIADA HOJE PELA MANHÃ POR UM CACIQUE QUE LIDERA JUNTO COM OUTROS CACIQUES A OCUPAÇÃO DA FUNAI EM BRASÍLIA CONTRA A AÇÃO DE EXTINÇÃO DE ADMINISTRAÇÕES DA FUNAI SEM A PRÉVIA CONSULTA AOS POVOS INDÍGENAS... ESSE ATO REPRESENTA PARA MUITOS POVOS O FECHAMENTO DO ÚNICO CANAL DE DIÁLOGO COM A SOCIEDADE ENVOLVENTE QUE OS ESPREME PELOS CAMPOS DE SOJA, CANA E BOI PELA AMAZÔNIA BRASILEIRA E DEMAIS REGIÕES DO BRASIL... ESSE GRITO DE ALERTA PRECISA ECOAR POR TODOS OS CANTOS PARA QUE A TOLERÂNCIA COM O OUTRO DE FATO ACONTEÇA E NÃO FIQUE SOMENTE NOS TRATADOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS ASSINADOS PELO GOVERNO BRASILEIRO... boa leitura...

"Caros irmãos,informei que estaria indo a brasilia fala com o presidente da funai com 16 liderança a pedido dele,mais ele corvardimente disse que só poderia nos atender depois do carnaval e colocou condicionante, que só nos receberia se nos dessoucupasse o predio da e da ufpa e da funai, mais por outro lado entrou com ação de reitegração de posse isto só agravou a situação do movimento indigena pois o que poderia ser facil podera se transforma em uma batalha entre os indigenas e policiais póis nós não sairemos do predio da funai e restiremos a te a ultima vida que esta talveis seja a ultima ves que estamos nos falando pois sou um guerreiro e serei o primeiro a tomba se for precisso já estamos canssado de tenta ressolver só com palavra agora e a vés do tudo ou nada um grande abraço de seu irmão cacique luis xipaya.


abs,cacique luis xipaya".

VIDA LONGA AOS POVOS DA PACHAMAMA...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

AMAZÔNIA... AVATAR EM TRÊS D...desmatamento, desilusão, destruição...

Quinta, 4 de fevereiro de 2010

Pandora é aqui?
Marina Silva
De Brasília (DF)

O Ibama concedeu a licença prévia para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Trata-se de um projeto muito polêmico, localizado no rio Xingu, no Pará, próximo ao município de Altamira, numa região conhecida como Volta Grande do Xingu. O nome deve-se ao desenho do rio que, visto de cima, assemelha-se a uma "ferradura".

Por meio de barragens, as águas do rio serão desviadas para um canal que unirá as pontas mais próximas dessa "ferradura". Ao final desse canal, as águas passarão pelas turbinas antes de retornarem ao seu curso normal.

Como tudo na Amazônia, os números que envolvem a obra são gigantescos. A quantidade de terra e pedra que será retirada na escavação do canal é cerca de 210 milhões de m“ - um pouco menor da que foi removida na construção do Canal do Panamá. E ainda nem se definiu qual a destinação desse material.

Pelo leito do rio Xingu passa uma vazão de 23.000 m“/s de água no período de cheia. Um volume correspondente a quatro vezes a vazão, também nos períodos de cheia, das Cataratas do Iguaçu.

Os impactos socioambientais também terão essa mesma ordem de grandeza. E ainda não foram concluídos. Só sobre a fauna, segundo dados coletados durante o Estudo de Impacto Ambiental, podemos ter uma idéia. Na área existem 440 espécies de aves (algumas ameaçadas de extinção, como a arara-azul), 259 espécies de mamíferos (40 de porte médio ou grande), 174 de répteis e 387 de peixes.

Apenas a eficiência energética da usina não será tão grande. Uma obra colossal que custará certamente mais de R$ 30 bilhões - se somados todos os gastos, como o custo e a extensão da linha de transmissão, por exemplo - terá uma capacidade instalada de gerar, em média, 4.428 MW, em razão do que poderá ser suportado pelo regime hídrico do rio, nesta configuração do projeto. E não os 11.223 MW que estão sendo equivocadamente anunciados.

A energia média efetiva entregue ao sistema de distribuição será de 39% da capacidade máxima de geração, enquanto a recomendação técnica indica que essa eficiência seja de pelo menos 55%.

Para que Belo Monte possa apresentar um grau de eficiência energética compatível com as recomendações técnicas, seria necessária a construção de outras três hidrelétricas na bacia do rio Xingu, que teriam a função de regularizar a vazão do rio. Por ora, a construção dessas usinas foi descartada pelo governo porque estão projetadas para o coração da bacia, onde 40% das terras pertencem aos indígenas.

No entanto, a insistência em manter o projeto nessa dimensão (apesar de haver alternativa de barragem com quase metade da capacidade instalada e perda de pouco mais de 15% na potência média gerada) provoca forte desconfiança, tanto dos analistas como das comunidades e dos movimentos sociais envolvidos, de que a desistência de construir as outras três hidrelétricas seja apenas temporária.

A população indígena - são mais de 28 etnias naquela região - ficará prensada entre as cabeceiras dos rios que formam a bacia, hoje em processo acelerado de exploração econômica e com alto nível de desmatamento acumulado. E a barragem, além de interromper o fluxo migratório de várias espécies, vai alterar as características de vazão do rio.

É incrível que um empreendimento com esse nível de interferência em ambientes sensíveis seja idealizado sem um planejamento adequado quanto ao uso e à ocupação do território.

A solução de problemas dessa dimensão não pode ser delegada exclusivamente a uma empresa com interesse específico na exploração do potencial hidrelétrico, com todas as limitações conhecidas do processo de licenciamento.

Com a obra, são esperadas mais de 100 mil pessoas na região. Não há como dar conta do adensamento populacional que será provocado no meio da floresta amazônica, sem um planejamento para essa ocupação e um melhor ordenamento do território. Isso só pode ser alcançado através da elaboração de um Plano de Desenvolvimento Sustentável na região de abrangência da obra.

Essa foi uma grande omissão nesse processo, mas não a única. Não temos como deixar de indagar se não há outros aproveitamentos hidrelétricos que seriam mais recomendados, sob o ponto de vista dos impactos ambientais ou da eficiência energética.

No entanto, não há projetos com estudo de viabilidade técnica e econômica prontos para serem submetidos ao licenciamento ambiental. Apesar de o diagnóstico ser conhecido desde 2003, apenas em meados do ano passado foram finalizadas as primeiras revisões de inventário de bacia hidrográfica, como a do Tapajós.

Com isso, projetos polêmicos e com grandes impactos têm que ser analisados em prazos muitas vezes incompatíveis com o grau de rigor que deveriam ter, numa clara demonstração de como, muitas vezes, os ativos ambientais são afetados pela falta de planejamento de outros setores de governo.

Porém, nada foi mais afetado do que nosso compromisso ético frente à responsabilidade com o futuro de povos e culturas. Não foram sequer feitos estudos sobre os impactos que os povos indígenas terão. Só para exemplificar, o que significará para eles ter a vazão reduzida significativamente num trecho de 100km em função do desvio das águas para o canal? O plano de condicionantes tampouco menciona a regularização de duas Terras Indígenas (Parakanã e Arara), já bastante ameaçadas.

Estas e outras comunidades indígenas manifestam inconformidade por não terem sido ouvidas adequadamente, segundo os preceitos da Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, mas nunca implementada para valer.

O Brasil possui um importante potencial de geração de energia hidrelétrica a ser desenvolvido. Mas as dificuldades em retomar o planejamento do setor na velocidade que possibilite escolhas e uma análise segura por parte do setor ambiental, somada à indisposição em discutir uma proposta de desenvolvimento sustentável para as obras de infraestrutura localizadas na Amazônia, à percepção de que o governo não faz o suficiente para melhorar a eficiência energética do sistema (não só na geração) e para desenvolver as energias alternativas, acaba por produzir conflitos agudos e processos equivocados, que poderiam ser evitados.

Apesar dos discursos em contrário, ainda estamos operando no padrão antigo, que considera o meio ambiente como entrave ao desenvolvimento. Temos ainda um longo dever de casa a ser feito para ingressarmos definitivamente no século 21. Quem pensa que a história relatada no filme Avatar só pode ocorrer em outro planeta, engana-se: Pandora também pode ser aqui.


Marina Silva é professora de ensino médio, senadora (PV-AC) e ex-ministra do Meio Ambiente.

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4245422-EI11691,00-Pandora+e+aqui.html

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PARA ENTENDER A CONCEPÇÃO DO VIVER BEM... LEIAM...vivam...



cerimônia tradicional para empossar Evo Morales no segundo mandato na Bolívia


25 postulados para entender el “Vivir Bien”
En una entrevista, el ministro de Relaciones Exteriores y experto en cosmovisión andina, David Choquehuanca, explica los detalles principales de este planteamiento que sitúa a la vida y a la naturaleza como ejes centrales.


El Vivir Bien, el modelo que busca implementar el gobierno de Evo Morales, se puede resumir como el vivir en armonía con la naturaleza algo que retomaría los principios ancestrales de las culturas de la región. Éstas considerarían que el ser humano pasa a un segundo plano frente al medio ambiente.
El canciller David Choquehuanca y uno de los estudiosos aymaras de ese modelo y experto en cosmovisión andina, conversó con LA RAZÓN durante una hora y media y explicó los detalles de estos principios reconocidos en el artículo 8 de la Constitución Política del Estado (CPE)
“Queremos volver a Vivir Bien, lo que significa que ahora empezamos a valorar nuestra historia, nuestra música, nuestra vestimenta, nuestra cultura, nuestro idioma, nuestros recursos naturales, y luego de valorar hemos decidido recuperar todo lo nuestro, volver a ser lo que fuimos”.
El artículo 8 de la CPE establece que: “El Estado asume y promueve como principios ético–morales de la sociedad plural: ama qhilla, ama llulla, ama suwa (no seas flojo, no seas mentiroso ni seas ladrón), suma qamaña (vivir bien), ñandereko (vida armoniosa), teko kavi (vida buena), ivi maraei (tierra sin mal) y qhapaj ñan (camino o vida noble).
El Canciller marcó distancia con el socialismo y más aún con el capitalismo. El primero busca satisfacer las necesidades del hombre y para el capitalismo lo más importante es el dinero y la plusvalía.
Según D. Choquehuanca el Vivir Bien es un proceso que recién comienza y que poco a poco se irá masificando.
“Para los que pertenecemos a la cultura de la vida lo más importante no es la plata ni el oro, ni el hombre, porque él está en el último lugar. Lo más importante son los ríos, el aire, las montañas, las estrellas, las hormigas, las mariposas (...) El hombre está en último lugar, para nosotros, lo más importante es la vida”.
En las culturas
Aymara • Antiguamente los pobladores de las comunidades aymaras en Bolivia aspiraban a ser qamiris (personas que viven bien).
Quechuas • De igual manera las personas de esta cultura anhelaban ser un qhapaj (gente que vive bien). Un bienestar que no es el económico.
Guaraníes • El guaraní siempre aspira a ser una persona que se mueve en armonía con la naturaleza, es decir que espera algun día ser iyambae.

El Vivir Bien da prioridad a la naturaleza antes que al humano
Éstas son las características que poco a poco se implementarán en el nuevo Estado Plurinacional.
Priorizar la vida
Vivir Bien es buscar la vivencia en comunidad, donde todos los integrantes se preocupan por todos. Los más importante no es el humano (como plantea el socialismo) ni el dinero (como postula el capitalismo), sino la vida. Se pretende buscar una vida más sencilla. Sea el camino de la armonía con la naturaleza y la vida, con el objetivo de salvar el planeta y da prioridad a la humanidad.
llegar a acuerdos en consenso
Vivir Bien es buscar el consenso entre todos, lo que implica que aunque las personas tengan diferencias, al momento de dialogar se llegue a un punto neutral en el que todas coincidan y no se provoquen conflictos. “No estamos en contra de la democracia, pero lo que haremos es profundizarla, porque en ella existe también la palabra sometimiento y someter al prójimo no es vivir bien”, aclaró el canciller David Choquehuanca.
Respetar las diferencias
Vivir Bien es respetar al otro, saber escuchar a todo el que desee hablar, sin discriminación o algún tipo de sometimiento. No se postula la tolerancia, sino el respeto, ya que aunque cada cultura o región tiene una forma diferente de pensar, para vivir bien y en armonía es necesario respetar esas diferencias. Esta doctrina incluye a todos los seres que habitan el planeta, como los animales y las plantas.
Vivir en complementariedad
Vivir Bien es priorizar la complementariedad, que postula que todos los seres que viven en el planeta se complementan unos con otros. En las comunidades, el niño se complementa con el abuelo, el hombre con la mujer, etc. Un ejemplo planteado por el Canciller especifica que el hombre no debe matar a las plantas, porque ellas complementan su existencia y ayudan a que aquél sobreviva.
Equilibrio con la naturaleza
Vivir Bien es llevar una vida de equilibrio con todos los seres dentro de una comunidad. Al igual que a la democracia, a la justicia también se la considera excluyente, según el canciller David Choquehuanca, porque sólo toma en cuenta a las personas dentro de una comunidad y no a lo que es más importante: la vida y la armonía del hombre con la naturaleza. Es por eso que Vivir Bien aspira a tener una sociedad con equidad y sin exclusión.
Defender la identidad
Vivir Bien es valorar y recuperar la identidad. Dentro del nuevo modelo, la identidad de los pueblos es mucho más importante que la dignidad. La identidad implica disfrutar plenamente una vida basada en valores que se han resistido por más de 500 años (desde la conquista española) y que han sido legados por las familias y comunidades que vivieron en armonía con la naturaleza y el cosmos.

Uno de los objetivos principales del Vivir Bien es retomar la unidad de todos los pueblos
El ministro de Relaciones Exteriores, David Choquehuanca explicó que el saber comer, beber, danzar, comunicarse y trabajar son también algunos aspectos fundamentales
Aceptar las diferencias
Vivir Bien es respetar las semejanzas y diferencias entre los seres que viven en el mismo planeta. Va más allá del concepto de la diversidad .”No hay unidad en la diversidad, sino es semejanza y diferencia, porque cuando se habla de diversidad sólo habla de las personas”, dice el Canciller. Este planteamiento se traduce en que los seres semejantes o diferentes jamás deben lastimarse.
Priorizar derechos cósmicos
Vivir Bien es dar prioridad a los derechos cósmicos antes que a los Derechos Humanos. Cuando el Gobierno habla de cambio climático, también se refiere a los derechos cósmicos, asegura el Ministro de Relaciones Exteriores. “Por eso el Presidente (Evo Morales) dice que va a ser más importante hablar sobre los derechos de la madre tierra que hablar sobre los derechos humanos”.
Saber comer
Vivir Bien es saber alimentarse, saber combinar las comidas adecuadas a partir de las estaciones del año (alimentos según la época). El ministro de Relaciones Exteriores, David Choquehuanca, explica que esta consigna debe regirse en base a la práctica de los ancestros que se alimentaban con un determinado producto durante toda una estación. Comenta que alimentarse bien garantiza la salud.
Saber beber
Vivir Bien es saber beber alcohol con moderación. En las comunidades indígenas cada fiesta tiene un significado y el alcohol está presente en la celebración, pero se lo consume sin exagerar o lastimar a alguien. “Tenemos que saber beber, en nuestras comunidades teníamos verdaderas fiestas que estaban relacionadas con las épocas estacionales. No es ir a una cantinas y envenenarnos con cerveza y matar las neuronas”.
Saber danzar
Vivir Bien es saber danzar, no simplemente saber bailar. La danza se relaciona con algunos hechos concretos como la cosecha o la siembra. Las comunidades continúan honrando con danza y música a la Pachamama,principalmente en épocas agrícolas; sin embargo, en las ciudades las danzas originarias son consideradas como expresiones folclóricas. En la nueva doctrina se renovará el verdadero significado del danzar.
Saber trabajar
Vivir Bien es considerar el trabajo como fiesta. “El trabajo para nosotros es felicidad”, dice el canciller David Choquehuanca, quien recalca que a diferencia del capitalismo donde se paga para trabajar, en el nuevo modelo del Estado Plurinacional, se retoma el pensamiento ancestral de considerar al trabajo como una fiesta. Es una forma de crecimiento, por eso que en las culturas indígenas se trabaja desde pequeños.
Retomar el abya laya
Vivir Bien es promover que los pueblos se unan en una gran familia. Para el Canciller, esto implica que todas las regiones del país se reconstituyan en lo que ancestralmente se consideró como una gran comunidad. “Esto se tiene que extender a todos los países, es por eso que vemos buenas señales de presidentes que están en la tarea de unir a todos los pueblos y volver ser el Abya Laya que fuimos”.
Reincorporar la agricultura
Vivir Bien es reincorporar la agricultura a las comunidades. Parte de esta doctrina del nuevo Estado Plurinacional es recuperar las formas de vivencia en comunidad, como el trabajo de la tierra, cultivando productos para cubrir las necesidades básicas para la subsistencia. En este punto se hará la devolución de tierras a las comunidades, de manera que se generen las economías locales.
Saber comunicarse
Vivir Bien es saber comunicarse. En el nuevo Estado Plurinacional se pretende retomar la comunicación que existía en las comunidades ancestrales. El diálogo es el resultado de esta buena comunicación que menciona el Canciller. “Tenemos que comunicarnos como antes nuestros padres lo hacían,y resolvían los problemas sin que se presenten conflictos, eso no lo tenemos que perder”.

El Vivir Bien no es “vivir mejor” como plantea el capitalismo
Entre los preceptos que establece el nuevo modelo del Estado Plurinacional, figuran el control social, la reciprocidad y el respeto a la mujer y al anciano.
Control social
Vivir Bien es realizar un control obligatorio entre los habitantes de una comunidad. “Este control es diferente al propuesto por la Participación Popular, que fue rechazado (por algunas comunidades) porque reduce la verdadera participación de las personas”, dijo el canciller Choquehuanca. En los tiempos ancestrales, “todos se encargaban de controlar las funciones que realizaban sus principales autoridades”.
Trabajar en reciprocidad
Vivir Bien es retomar la reciprocidad del trabajo en las comunidades. En los pueblos indígenas esta práctica se denomina ayni, que no es más que devolver en trabajo la ayuda prestada por una familia en una actividad agrícola, como la siembra o la cosecha. “Es uno más de los principios o códigos que nos garantizarán el equilibrio frente a las grandes sequías”, explica el Ministro de Relaciones Exteriores.
No robar y no mentir
Vivir Bien es basarse en el ama sua y ama qhilla (no robar y no mentir, en quechua ). Es uno de los preceptos que también están incluidos en la nueva Constitución Política del Estado y que el Presidente prometió respetar. De igual manera, para el Canciller es fundamental que dentro de las comunidades se respeten estos principios para lograr el bienestar y confianza en sus habitantes. “Todos son códigos que se deben seguir para que logremos vivir bien en el futuro”.
Proteger las semillas
Vivir Bien es proteger y guardar las semillas para que en un futuro se evite el uso de productos transgénicos. El libro “Vivir Bien, como respuesta a la crisis global”, de la Cancillería de Bolivia, especifica que una de las características de este nuevo modelo es el de preservar la riqueza ancestral agrícola con la creación de bancos de semillas que eviten la utilización de transgénicos para incrementar la productividad, porque se dice que esta mezcla con químicos daña y acaba con las semillas milenarias.
Respetar a la mujer
Vivir Bien es respetar a la mujer, porque ella representa a la Pachamama, que es la Madre Tierra poseedora de dar vida y cuidar a todos sus frutos. Por estas razones, dentro de las comunidades, la mujer es valorada y está presente en todas las actividades orientadas a la vida, la crianza, la educación y la revitalización de la cultura. Los pobladores de las comunidades indígenas valoran a la mujer como base de la organización social, porque transmiten a sus hijos los saberes de su cultura.
Vivir Bien y NO mejor
Vivir Bien es diferente al vivir mejor, que se le relaciona con el capitalismo. Para la nueva doctrina del Estado Plurinacional, vivir mejor se traduce en egoísmo, desinterés por los demás, individualismo y solamente pensar en el lucro. Considera que la doctrina capitalista impulsa la explotación de las personas para la captación de riqueza en pocas manos, mientras que el Vivir Bien apunta a una vida sencilla que mantenga una producción equilibrada.
Recuperar recursos
Vivir Bien es recuperar la riqueza natural del país y permitir que todos se beneficien de ésta de manera equilibrada y equitativa. La finalidad de la doctrina del Vivir Bien también es la de nacionalizar y recuperar las empresas estratégicas del país en el marco del equilibrio y la convivencia entre el hombre y la naturaleza en contraposición con una explotación irracional de los recursos naturales. “Ante todo se debe priorizar a la naturaleza”, agregó el Canciller.
Ejercer la soberanía
Vivir Bien es construir, desde las comunidades, el ejercicio de la soberanía en el país . Esto significa, según el libro “Vivir Bien, como respuesta a la crisis global”, que se llegará a una soberanía por medio del consenso comunal que defina y construya la unidad y la responsabilidad a favor del bien común, sin que nadie falte. En ese marco se reconstruirán las comunidades y naciones para construir una sociedad soberana que se administrará en armonía con el individuo, la naturaleza y el cosmos.
Aprovechar el agua
Vivir Bien es distribuir racionalmente el agua y aprovecharla de manera correcta. El Ministro de Relaciones Exteriores comenta que el agua es la leche de los seres que habitan el planeta. “Tenemos muchas cosas, recursos naturales, agua y por ejemplo Francia tampoco tiene la cantidad de agua ni la cantidad de tierra que hay en nuestro país, pero vemos que no hay ningún Movimiento Sin Tierra, así que debemos valorar lo que tenemos y preservarlo lo más posible, eso es Vivir Bien”.
Escuchar a los mayores
Vivir Bien es leer las arrugas de los abuelos para poder retomar el camino. El Canciller destaca que una de las principales fuentes de aprendizaje son los ancianos de las comunidades, que guardan historias y costumbres que con el pasar de los años se van perdiendo. “Nuestros abuelos son bibliotecas andantes, así que siempre debemos aprender de ellos”, menciona. Por lo tanto los ancianos son respetados y consultados en las comunidades indígenas del país.

http://www.la-razon.com/versiones/20100131_006989/nota_247_946416.htm

MMA E IBAMA ANUNCIAM LICENÇA A BELO MONSTRO... é pra acabar...

COLETIVA: Minc anuncia liberação da licença da hidrelétrica de Belo Monte


01/02/2010

Quando: Segunda-feira 01/02, às 16h30

Onde: Gabinete do ministro do Meio Ambiente, 5º andar - Esplanada dos Ministérios, Bloco B - Brasília-DF

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias, anunciam, em entrevista coletiva à imprensa, a liberação da licença ambiental para construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).

ASCOM