segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Da Bacia do Tapajós - Não Calarão nossa Voz!

Povos da Amazônia promovem encontro para fortalecer luta contra grandes projetos

Indígenas, ribeirinhos, pescadores, quilombolas, agricultores familiares e moradores das bacias dos rios Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu participam, de 25 a 27 de agosto, no Parque de Exposições de Itaituba, no Oeste do Pará, do “I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por grandes projetos de infraestrutura, nas bacias dos rios da Amazônia: Madeira, Tapajós, Tele Pires e Xingu”. A expectativa é que cerca de mil pessoas compareçam ao evento.

Em meio às polêmicas que giram em torno dos grandes projetos na Amazônia, o evento deve fortalecer o processo de resistência à construção de Usinas Hidrelétricas, e intensificar a luta em defesa da dignidade das pessoas que vivem próximo das bacias dos rios, onde o governo federal pretende construir os empreendimentos.

Durante o encontro, serão debatidas temáticas referentes aos fatores que impulsionam os grandes projetos na Pan-Amazônia e os impactos causados na vida das populações tradicionais. O assunto será discutido, entre outros, por representantes de povos indígenas, do Ministério Público Federal (MPF), de Organizações Não Governamentais (ONGs) e por pesquisadores universitários.

Segundo a organização do encontro, índios Mundurucus já confirmaram presença e, por meio de manifestações culturais, vão mostrar sua indignação com o governo federal durante o evento. Também confirmaram presença a professora da UFPA Sônia Magalhães, coordenadora do Painel de Especialistas que fez um estudo paralelo ao EIA/RIMA de Belo Monte; o pesquisador Guilherme Carvalho, da FASE Amazônia; além de diversos estudiosos, ambientalistas e representantes dos movimentos sociais.

No último dia do encontro, os participantes farão, nas ruas de Itaituba, uma caminhada em defesa da vida e contra construções de Hidrelétricas na Amazônia. A manifestação sairá a partir das 14 horas do Parque de Exposição e percorrerá diversos bairros, a fim de alertar a população local acerca dos problemas e dos impactos sócio-ambientais que poderão ser causados, caso a Usina Hidrelétrica do Tapajós venha a ser construída.

O Encontro dos Rios está sendo convocado pelas seguintes organizações: Movimento Xingu Vivo para Sempre; ALIANÇA – Movimento Tapajós Vivo; Movimento em Defesa do Rio Teles Pires; Movimento em defesa Rio Madeira Vivo; Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB; Movimento dos Pequenos Agricultores; Movimento Indígena (RO, PA, MT), COIAB; Comitê Metropolitano do Comitê Xingu Vivo para Sempre Fórum da Amazônia Oriental (FAOR), FASE, Fundo Dema, Fórum dos Movimentos Sociais, Frente em Defesa da Amazônia, CIMI, CPT, FAOC International Rivers.

Conta ainda com apoio da ASW, WWF Brasil, CASA, IR, FDA, IMV entre outros esforços coletivos.

por Marquinhos Mota
assessoria de Comunicação do FAOR

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A LUTA CONTINUA GUERREIRAS E GUERREIROS...



Acampamento contra Belo Monte termina com marcha em Altamira, PA


Evento que reuniu indígenas da Bacia do Xingu e ribeirinhos e agricultores ameaçados pela usina definem estratégias de luta unificada

Neste dia 12 de agosto, encerra-se em Altamira, PA, o acampamento Terra Livre Regional, evento que reuniu 400 indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares, atingidos por barragens e estudantes para debater a hidrelétrica de Belo Monte e demais projetos de infra-estrutura na Amazônia.

Na delegação indígena, além das etnias Juruna, Xipaya, Arara, Kuruaia e Xicrin da região de Altamira, participam do evento delegações Guajajara, Gavião, Krikati, Awa Guajá, Kayapó, Tembé, Aikeora, Suruí, Xavante, Karintiana, Puruborá, Kassupá, Assurini, Wajapi, Karajá, Apurinã, Makuxi, Tupiniquim, Javaé, Kaingang, Xucuru, Mundukuru e do Pará, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre, Maranhão, Tocantins, Bahia e Paraná.

Líder da resistência contra as barragens no rio Xingu há mais de 20 anos, o cacique Raoni Kayapó foi uma das principais lideranças a conclamar a unificação de todas as etnias da Amazônia contra a hidrelétrica de Belo Monte.

Primeiro encontro de grande porte a reunir todos os setores ameaçados por Belo Monte após a realização do leilão em 20 de abril, o Acampamento Terra Livre Regional selou a unidade entre o movimento indígena da Bacia do Xingu e ribeirinhos, agricultores e demais ameaçados pela usina em uma articulação de resistência unificada contra o projeto.

No último dia do evento (que começou no dia 9), serão fechadas as estratégias conjuntas de luta contra Belo Monte e demais grandes projetos na Amazônia que impactam Terras Indígenas e populações tradicionais (como os projetos de hidrelétricas no rio Madeira, RO, rio Tapajós, PA, e Teles Pires, MT, e as obras na rodovia 163). Também será apresentado em plenária o documento final do evento com a sistematização das demandas e definições do evento.

Esse documento será encaminhado para o Acampamento Terra Livre Nacional, que acontecerá do dia 16 a 20 de agosto de 2010, em Campo Grande/MS e em seguida enviado para os candidatos á presidência da República.

Às 14 hs, os organizadores do evento participam de uma coletiva de imprensa no Salão São Sebastião da Catedral de Altamira, na rua Coronel José Porfírio.

O Acampamento Terra Livre Regional será encerrado com uma grande marcha por Altamira, que parte da Catedral às 13:30 e contará com várias manifestações ao longo do percurso.

Serviço

- Coletiva de imprensa Acampamento Terra Livre Regional

Onde: Salão São Sebastião da Catedral de Altamira, na rua Coronel José Porfírio.

Quando: 14:00 no dia 12.08.2010

Ato público e marcha contra Belo Monte

Onde: Altamira

Quando: Saída às 15:30 do Salão São Sebastião da Catedral de Altamira, na rua Coronel José Porfírio.

Mais informações:

Marcos Apurinã - Coiab (93) 9162-7444

Sheyla Juruna – líder indígena Altamira (93) 9139-4388

Antonia Melo – Movimento Xingu Vivo para Sempre (93) 9135-1505

Moises MAB – (93) 9187-1030

Assessoria de comunicação

Letícia Campos (61) 9949-6926

Verena Glass (11) 9853-9950

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

VIA CAMPESINA LANÇA VÍDEO DO XINGU EM PORTO VELHO

A Via Campesina de Rondônia (MST, MPA e MAB), lançou na noite deste dia 10 no Centro Cultural do amigo Vrena, com a presença de amigos e convidados do Movimento, o vídeo que retrata a luta dos povos xinguanos e do madeira contra a instalação dos complexos Madeira e Belo Monte. A platéia após o filme fez um pequeno debate resgatando a luta e os calendários de luta em movimento em - Acampamento Terra Livre em Altamira e Encontro dos 4 rios em Itaituba, preparatórios ao V FSPAM em Santarém.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

AGOSTO, MÊS DE LUTAS - TOD@S RUMO A ALTAMIRA...

Indígenas e populações tradicionais da Amazônia debatem grandes obras no PA

Encontro acontece em Altamira e terá como destaque os debates sobre a construção da usina de Belo Monte

Cerca de 500 lideranças indígenas, ribeirinhos, comunidades tradicionais e populações atingidas por barragens participarão, de 09 a 12 de agosto, do Acampamento Terra Livre Regional, em Altamira, Pará, para debater os grandes empreendimentos e obras de infraestrutura na Amazônia. O acampamento, organizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Instituto Socioambiental (ISA), Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), acontece na Orla do Cais do porto de Altamira.

O evento, que faz parte do Acampamento Terra Livre Nacional, uma das maiores mobilizações anuais das populações indígenas brasileiras, focará as discussões nos temas Grandes Empreendimentos; A luta do Movimento Indígena; A luta do Movimento Popular/Social; e Terras Indígenas. A construção da Usina de Belo Monte, maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será uma das principais questões do debate.

No final do encontro será elaborado um documento com as reivindicações e propostas dos participantes, que servirá como referência da posição dos povos indígenas da região Norte para o Acampamento Terra Livre Nacional, que acontecerá em Campo Grande/MS, do dia 16 a 20 de agosto de 2010.

O Acampamento Terra Livre Regional conta com o apoio das organizações Amazon Watch, International Rivers, Amigos da Terra, Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Ministério da Saúde.

Programação:

09/08/2010 (De 8h às 12h)

- Chegada das delegações indígenas.

- Instalação do Acampamento.

(De 14h às 18h)

- Abertura do Acampamento: formação de mesa, apresentação das delegações e da programação.

- Plenária: orientações metodológicas do Acampamento.

- Formação de Grupos de Trabalho: dividido por 3 eixos temáticos - Grandes Empreendimentos (Usina de Belo Monte, Hidrelétrica do Rio Madeira, Rodovia 163, etc); Terras Indígenas (demarcação, atividades que impactam a cultura dos povos indígenas, desmatamento, etc); A Luta do Movimento Indígena; A Luta do Movimento Social.

(Às 20h)

- Lançamento do Filme do MAB – “Xingu: o sangue da nossa sobrevivência”.

10/08/2010 (De 8h às 12h)

- Debate sobre os grandes projetos na Amazônia: Marcos Apurinã da COIAB; Guilherme (FASE); Prof. Herrera (UFPA); Experiências de lideranças Indígenas de algumas regiões impactadas.

- Continuação do Grupo de Trabalho: debate e discussão sobre as problemáticas apresentadas.

(De 12h às 14h)

- Intervalo de almoço.

(De 14h às 18h)

- Fala do representante da COICA: lutas de resistência em outros países da Amazônia.

- Apresentação dos Grupos de Trabalho: com exemplificação de casos de grandes projetos na Amazônia Brasileira.

(Às 20h)

- Visão jurídica sobre a Usina de Belo Monte: discutir com os povos indígenas, comunidades tradicionais e locais a visão jurídica sobre esse Projeto (Ministério Público Federal; Assessoria Jurídica da Prezaria do Xingu; Presidente do TRF1; Juiz da 9ª Vara Agrária e Ambiental Federal de Belém; Assessoria Jurídica do CIMI; Marco Apolo da SDDH e Antônio Carlos Campelo-Juiz Federal).

11/08/2010 (De 8h às 12h)

- Debate sobre os impactos de Belo Monte para a Floresta Amazônica, povos indígenas e comunidades tradicionais (Francisco Hernandez (USP) e painel de especialistas, Sônia Magalhães (UFPA)e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens).


(De 12h às 14h)

- Intervalo de almoço.

(De 14h às 18h)

- Formas de luta do Movimento Indígena e Movimentos Sociais acerca de Belo Monte.

(Às 20h)

- Noite Cultural.

12/08/2010 (De 8h às 12h)

- Sistematização das propostas e denúncias sobre Belo Monte e apresentação do documento oficial.

- Coletiva com a imprensa.

(De 14h às 18h)

- Ato Público.


(Às 20h)

- Encerramento.


Serviço

O que: Acampamento Terra Livre Regional

Quando: 9 a 12 de agosto de 2010]

Onde: Orla do cais do Porto, Altamira, Pará

CONVOCAÇÃO: TOD@S A ITAITUBA...








CARTA DE CONVOCAÇÃO POPULAR
Amazônia/Brasil, junho de 2010.

Os povos e comunidades rurais e urbanas da Amazônia brasileira, habitantes das bacias do rios: Madeira, Teles Pires, Tapajós e Xingu, atingidas e ou ameaçadas por grandes projetos de infra-estrutura: hidrelétricas, hidrovias, rodovias, gasodutos e mineração, à serviço do capital avassalador, que não leva em conta nossa sócio-diversidade cultural, econômica e ambiental, vem CONVOCAR todas as guerreiras e guerreiros da Pan-Amazônia, do Brasil e do Mundo para um grande “empate”, à exemplo de Chico Mendes, em favor da VIDA.
Convocamos-os para uma grande assembléia popular, um gesto político e de solidariedade mútua entre os povos e comunidades atingidos e ou ameaçados pelos grandes projetos de infra-estrutura, os quais tem contribuído diretamente para o aumento do desmatamento, concentração fundiária, concentração de poder político e financeiro, privatização e contaminação dos recursos hídricos, depredação dos recursos florestais, comprometendo a “qualidade de vida” de centenas de povos indígenas, comunidades quilombolas, pescadores tradicionais, seringueiros, ribeirinhos, agricultores familiares e moradores dos núcleos urbanos.
Convoca-os para que juntos, façamos ecoar para todo o Planeta que os Povos e Comunidades da Pan-Amazônia estão pagando com suas vidas pela integração econômica forçada, promovida pela IIRSA – Iniciativa de Integração da América do Sul e o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento do governo brasileiro, pois ambos não promovem a “integração” dos povos e comunidades, ao contrário, desintegra-os, a exemplo do que está acontecendo com os povos e comunidades no Complexo Madeira, Interoceânica e Complexo Xingu. O desenvolvimento prometido por empresas e governos é para poucos.
Venham todas e todos a Itaituba/PA, entre os dias 25 a 27 de agosto de 2010, tragam suas bandeiras de lutas do campo e da cidade, de todos os Povos e Comunidades. Vamos realizar o I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidos por grandes projetos de infra-estrutura nas bacias dos rios da Amazônia: Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu. Faça parte desta luta... porque na luta do povo ninguém se cansa...!
Este grande encontro é parte do processo de preparação ao Fórum Social Pan-Amazônico a ser realizado em Santarém de 24 a 29 de novembro. A organização do encontro está sob responsabilidade da Aliança e do Movimento Tapajós Vivo, com apoio do Movimento Xingu Vivo para Sempre, do Movimento Madeira Vivo e do Movimento em Defesa do Rio Teles Pires... Participem...!!

link de reportagem sobre energias limpas pelo Greenpeace e participação do Iremar sobre o Encontro dos 4 Rios no Conexão Futura:

ITAITUBA - LOCAL DE GRANDE ENCONTRO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA...

I ENCONTRO DOS POVOS E COMUNIDADES ATINGIDAS POR PROJETOS DE INFRA-ESTRUTURAS NAS BACIAS DOS RIOS DA AMAZÔNIA: MADEIRA, TAPAJÓS - TELES PIRES E XINGU
Itaituba – PA, de 25 à 27 de agosto 2010.

Justificativa:
A expansão da infra-estrutura de transporte e energia na Amazônia, em marcha e a planejada, tem contribuído diretamente para o aumento do desmatamento, degradação ambiental e conflitos sociais na região, o que tem preocupado e mobilizado várias organizações da sociedade civil que tratam o tema.
As grandes obras de infra-estrutura com maior impacto social e ambiental para a região amazônica, previstas ou em execução de modo particular no Eixo Madeira, estão contidas na IIRSA e no Programa de Aceleração do Crescimento PAC I e II - lançado em 2007 pelo Governo Brasileiro, que é praticamente uma reedição do malfadado Avança Brasil: rodovias, hidrovias, hidrelétricas, mineração, bases para o agronegócio.
As grandes obras de infra-estrutura se constituem na espinha dorsal dos processos de ocupação da Amazônia, por criarem as condições para a extração da madeira e de recursos minerais, e o avanço indiscriminado da pecuária e da monocultura agrícola de forma extensiva. As conseqüências sociais e ambientais são amplamente conhecidas, sendo as mais evidentes os milhares de quilômetros quadrados desmatados a cada ano e as intensas queimadas.
O PAC e a IIRSA como propulsores de “desenvolvimento” voltados para infra-estrutura são os novos indutores dos antigos processos de ocupação da região, com desenhos que multiplicam os efeitos danosos, pois promovem as vias de penetração na floresta. As conseqüências previsíveis são ampliação dos índices de desmatamento, com suas conseqüências locais, regionais e globais.
Na carteira de obras prioritárias do PAC I-II e IIRSA encontram-se: Complexo Madeira, Complexo Tapajós, Teles Pires e Xingu, gasodutos, BR 319 e BR 163, portos e complexos de exploração mineral. Este conjunto de obras fere e rasga o coração da Amazônia, cenário onde vivem centenas de Povos Indígenas, com culturas e línguas diferentes; comunidades quilombolas, ribeirinhas, faxineiras, pescadores tradicionais, pequenos agricultores familiares – homens, mulheres, jovens, crianças e idosos que compartilham de um modo de vida harmônico com o meio em que vivem. Infelizmente o Governo Federal, associado a um conjunto de empresas de capitais multinacionais brasileiras, ávidos por lucros a qualquer custo, querem se apossar deste território expulsando e marginalizando-os. Violam leis, acordos nacionais e internacionais.
Propomos:
1. Face a situação de total desrespeito aos direitos constituídos dos Povos e Comunidades habitantes destas regiões com a implantação dos Complexos Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu, alem das BR's 319 (Porto Velho-Manaus), 163 (Cuiabá-Santarém) e portos para exploração mineral;
2. Face à manobra governamental em aprovar estudos de impactos ambientais sem a real participação dos povos e comunidades atingidas;
3. Face à estruturação de grandes empresas na execução destas obras e na expansão das monoculturas da cana, soja e do boi;
4. Face à violação das leis e tratados internacionais a exemplo da Convenção 169 da OIT e o Tratado de Cooperação Amazônica-OTCA;
O QUÊ?
A realização de um grande encontro dos Povos e Comunidades Atingidas por estas grandes obras, como forma e espaço de manifestação contra as obras do PAC/IIRSA na Amazônia brasileira.
Este encontro pretende demarcar uma posição firme e unificada dos atingidos e ameaçados contrários aos empreendimentos, porque eles representam uma clara manobra de viabilização dos grandes capitais em detrimento da melhoria da qualidade de vida das centenas e milhares de comunidades e povos amazônidas.
ONDE?
A cidade de Itaituba, situada nas barrancas do Rio Tapajós, com grande concentração urbana, próxima da maior hidrelétrica planejada no Complexo Tapajós, foi escolhida e será o palco deste grande encontro com duração de três dias, de 25 a 27 de agosto/2010, por se encontrar num momento em que o Complexo Tapajós se materializa com muita força, após o jogo sujo para viabilizar o licenciamento dos Complexos Madeira e Xingu. A vinda de povos e comunidades das bacias do rios Madeira, Xingu e Teles Pires é muito significante para fortalecer a resistência. É uma forma de alertar a comunidade da região do Tapajós e Teles Pires que ainda não têm a dimensão da destruição que isso representa.
Desta forma, os povos do Complexo Madeira que vem enfrentando todos os desafios de um desastre sócio-ambiental e cultural denunciado e anunciado nos estudos, somados á resistência de décadas dos povos xinguanos ao Complexo Belo Monte, desejam somar ao Movimento Tapajós Vivo e ao Movimento em Defesa do rio Teles Pires na construção de uma resistência qualificada e senso critico quanto as perdas que tudo isso representa. Por outro lado, juntos perceber a conjuntura geopolítica e econômica que orienta estes projetos e construir instrumentos de resistência e enfrentamento.
O QUE SE ESPERA ALCANÇAR?
Como resultado almeja-se construir agendas comuns de resistência à partir das reflexões e o aprimoramento de estratégias de resistência a mega-projetos desastrosos a partir do compartilhamento e discussão de experiências entre os movimentos sobre temas fundamentais, p.ex.: mobilização e educação de base; atuação em redes; ações na justiça/colaboração com Ministério Público; pressões sobre financiadores e empresas (estatais e privadas); estratégias de comunicação, etc.; nas trocas de experiências à partir dos erros e acertos identificar as ações positivas, bem como identificar projetos alternativos que potencializem a melhoria da qualidade de vida dos povos e comunidades desta vasta região. Para tanto, serão convidados pesquisadores e comunitários da região para apresentar suas experiências com projetos alternativos (em andamento e seus resultados), para instigar os presentes a lutar para que estes se tornem políticas publicas regionais;
Promover a troca de experiências de movimentos, entidades, e pessoas engajadas nos movimentos de resistência, para discutir aprendizados e estratégias de resistência;
Sensibilizar agentes políticos, culturais, religiosos, comerciantes e população da região de Itaituba à cerca dos impactos sócio-ambientais, econômicos e culturais que o Complexo Tapajós representa;
Promover um grande debate popular que alimentará por conseqüência o V Fórum Social Pan-Amazônico a ser realizado em Santarém no mês de novembro/2010, que será um grande marco na grande Pan-Amazônia.
QUEM PARTICIPARÁ?
Movimento Xingu Vivo para Sempre;
Movimento Tapajós Vivo;
Movimento em Defesa do Rio Teles Pires;
Movimento em defesa Rio Madeira Vivo;
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB;
Movimento dos Pequenos Agricultores;
Movimento Indígena (RO, PA, MT) e COIAB;
Entidades Sociais (FASE, CIMI, CPT, FAOR, FAOC...);
Moradores e Comunidades de Itaituba e região.

De onde vem os 480 Participantes?
1. Bacia do Madeira: Porto Velho/RO – 10 participantes (2 indígenas, 1 MAB, 2 atingidos, 4 entidades e 1 boliviano;
2. Bacia do Xingu: Altamira – 80 participantes (indígenas, MXVPS, MAB, atingidos);
3. Bacia do Tapajós: Santarém – 40 participantes; Itaituba 300 participantes (indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares, moradores de núcleos urbanos, entidades e movimentos sociais, etc);
4. Bacia do Teles Pires: Lucas do Rio Verde e Sinop – 30 participantes;
5. Apoiadores de Belém e outras cidades: 20 pessoas;

PROPOSTA E PROGRAMAÇÃO
25-08-2010 – todo dia:
chegada, credenciamento, lista de presença encaminhamento do povo recepção.
17:00 - entrevista coletiva com a imprensa por lideranças representantes dos quatro rios.
18:00 - Abertura de boas vindas às margens do Rio Tapajós. (mística utilizando os quatro elementos – terra, fogo, ar e água que representam os quatro rios – orienta-se que o Movimento de cada Rio traga 4 litros de água, para simbolizar junto com o Tapajós a aliança dos povos das águas). Segue com apresentações culturais, show com cantores locais, intercalados com exibição de filmes das regiões.
Dia 26/08/2010
7:00 café da manha
Mistica de abertura dos trabalhos – cada RIO traz suas bandeiras de lutas, seus maracás, bordunas, arcos e flechas, etc.
8:00 às 9:30hs - Mesa Redonda
Tema: Fatores que impulsionam e impactos dos grandes projetos na Pan-Amazônia: formas de resistência – convidados: Guilherme Carvalho (FASE-Rede Brasil), Antônia Melo (MXVPS), Jesielita (MTPJV), Iremar (IMV) e Nilfo (Movimento de Defesa do Teles Pires)
9:30 às 10:30 - Aprofundamento da Mesa: Fila do povo.
10:30hs às 11:30 – Mesa Redonda
Tema: O Painel de Especialistas junto ao Movimento Social e Aspectos Jurídicos do Processo de Licenciamento dos grandes projetos na Amazônia brasileira - convidada – Prof. Dra. Sônia Magalhães, Dr. Felício Pontes (MPF/PA) e Dr. Raul do Valle (ISA).
Aprofundamento do Debate: Fila do povo.
12:15 às 14:00 – Almoço
14:00hs às 16:30 - Cinco Oficinas temáticas (os participantes escolherão por interesse):
1. Formas e estratégias políticas de resistência aos grandes projetos: aprendizados com a mobilização e educação de comunidades atingidas, com enfoque para ações de conscientização sobre ameaças e direitos, desafios para manter a união entre diferentes grupos, etc. (Iremar, Toinha, MAB, Josielita, e...);
2. Os meios de comunicação social como ferramentas de resistências dos Movimentos Sociais aos grandes projetos (Renata, Edilberto Sena e Verena Glass);
3. Resistências das mulheres frente aos grandes projetos (Graça Costa e Irma Fátima do Juruti Velho);
4. Conflitos entre grandes projetos de infra-estrutura e outras políticas públicas (mudanças climáticas, biodiversidade, territórios da cidadania, etc) na Amazônia (Rede Brasil, RBJA, Prof. Célio Berman, Pedro Bara);
5. Estratégias de pressão sobre financiadores (bancos, fundos de pensão, etc.) e empresas (estatais e privadas) envolvidas em mega-empreendimentos (Brent Millikan, Roland, Gabriel e Carlos Tautz);
16:30 às 17:00 - Socialização dos resultados das oficinas (uma pessoa será escolhida para sistematizar o debate) e construção de uma agenda prévia das entidades, movimentos sociais e aliados frente aos grandes projetos.
17:00 às 18:00 - Fila do povo e Encerramento do dia
19:30 – Noite Politico/Cultural – filmes, falas, músicas e dança;
Coordenação fechamento do documento final;
Dia 27/08/2010
08:00 – Mística de abertura e encaminhamentos do dia;
08:30 às 11:30 – Visita/arrastão da cidadania, aos moradores e comerciantes de Itaituba com Panfletagem dialogado sobre atingidos no Madeira e Xingu e convidando para o Marcha e Ato Público na parte da tarde.
15:30 - Concentração e Marcha pelas principais ruas e órgãos públicos com protocolo do documento final.
17:00 Ato Cultural de encerramento na beira do rio Tapajós com leitura do documento final.
18:30 – Jantar e Retorno para seus lugares de origem.