segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

DENUNCIAR É PRECISO...QUE A JUSTIÇA PREVALEÇA...

América Latina, 27 de noviembre 2014 (Signis ALC).- La Red Eclesial Pan-Amazónica, REPAM, que integra a Cáritas de América Latina, Departamento de Justicia y solidaridad del CELAM, Conferencia Latinoamericana de Religiosos, CLAR y la Conferencia Nacional de Obispos de Brasil, CNBB, denunció los macro proyectos económicos que están en marcha en la Amazonía que ponen en riesgo la flora, fauna y su rica biodiversidad. A través de una Carta Pastoral, que se hizo pública recientemente, se expresa la preocupación por los impactos de los macro proyectos que hacen "cada vez más palpable la amenaza del calentamiento global sobre esa región y sus repercusiones en todo el planeta"...

http://signisalc.org/noticia/iglesia-catolica-denuncia-mega-proyectos-amazonia

NÃO AO REDD+ NA COP 20 NO PERÚ

Car@s Amig@s
Por ocasião das negociações da ONU sobre mudanças climáticas, em Lima, Peru -COP20- e Cúpula dos Povos sobre Mudança do Clima, as organizações abaixo assinadas chamamos de ação para rejeitar forte e coletivamente REDD + e os serviços ambiental - que vao ser empulsionados a fim de incluí-los formalmente no próximo acordo internacional durante a cop21 em Paris em 2015. com esta chamada, queremos deixar claro que esses mecanismos são uma parte central da nossa luta contra o capitalismo e as indústrias extrativas e na defesa dos territórios e da vida.
Por isso, pedimos a sua organização, grupo, rede ou movimento para se juntar ao chamado em apoio as comunidades em resistência que nos alertam para os muitos perigos desses mecanismos. Podem acessar o chamado em quatro línguas: Espanhol, Inglês, português e francês nos documentos disponíveis em http://wrm.org.uy/
Para apoiar o chamado à ação, pedimos que você envie um e-mail para [NoREDDCop20@wrm.org.uy] com o nome de seu grupo, país ou região de trabalho e contato antes de 05 de dezembro. Junte-se à ação para rejeitar REDD + e as indústrias extrativas! Para enfrentar o capitalismo e defender a vida e os territórios!

Em solidariedade,
equipe do WRM


CHAMADO À AÇÃO
 PARA RECHAÇAR REDD+ E AS INDÚSTRIAS EXTRATIVAS PARA ENFRENTAR O CAPITALISMO E DEFENDER A VIDA E OS TERRITÓRIOS 
COP20, Lima, Dezembro de 2014
Por ocasião das negociações da ONU sobre mudanças climáticas em Lima, no Peru - conhecidas como a COP20 -,advertimos que rechaçar REDD+ e os ‘serviços ambientais’, no contexto da ‘economia verde’, é uma parte central da nossa luta contra o capitalismo e as indústrias extrativas e em defesa dos territórios, da vida e da Mãe Terra. 
Os acordos das Nações Unidas sobre o clima têm falhado em reduzir as emissões de gases que geram o aquecimento global. De fato, os mecanismos e políticas surgidos a partir destes acordos, entre os quais está REDD+, têm permitido continuar, legitimar e intensificar atividades destrutivas como são as mineiras, petroleiras, gasíferas e carboníferas, as monoculturas florestais e o agronegócio, entre outros. Estas indústrias, que são as principais causadoras da crise climática, têm adotado discursos de ‘sustentabilidade’, ‘desmatamento zero’, ‘responsabilidade socioambiental’, ‘dissociação’ ou ‘projetos de baixo carbono’, sob o guarda-chuva de uma economia “verde”. Mas sabemos que mais além da propaganda para lavar sua imagem, o modelo extrativista e o capitalismo global institucionalizado sempre resultam no saqueio de Mãe Terra, assim como no despojo, violência, destruição e criminalização das comunidades, povos, terras e territórios. 
No marco da economia ‘verde’, seus promotores pretendem fazer-nos crer que é possível um ‘crescimento sustentável’ da economia, que pode ‘dissociar-se da natureza’ com as formas de produção capitalista, ou que é factível ‘compensar’ ou ‘mitigar’ a contaminação ou a destruição de um lugar com a ‘recriação’ ou ‘proteção’ de outro. Sob uma lógica  injusta e colonialista, a economia ‘verde’ subjuga a natureza e os povos autônomos ao impor restrições sobre o uso e controle de seus territórios para encher os bolsos de alguns poucos, inclusive quando as comunidades são as que mantém títulos de propriedade.
Um dos pilares fundamentais do novo capitalismo global são os ‘serviços ambientais’. Eles significam a submissão, financerização, mercantilização, servidão e escravização da natureza à lógica do capital. O mercado de carbono, a compensação de biodiversidade ou os mercados de água são parte desta forma de capitalismo. Os ‘serviços ambientais’ são, em si mesmos, interdependentes do modelo econômico hegemônico. 
Uma das suas formas é o programa para a Redução das Emissões derivadas do Desmatamento e da Degradação das florestas (REDD), e da conservação, manejo sustentável e aumento de ‘reservas’ de carbono (REDD Plus ou REDD+), e agora também, a agricultura chamada ‘climaticamente inteligente’. Os impulsores de REDD+ esperam que a COP20 em Lima sente as bases para incluí-lo formalmente no próximo acordo internacional sobre o clima em 2015 durante a COP21 em Paris. De todas maneiras, desde vários anos existem projetos e programas deste tipo, e que estão em constante expansão. Várias empresas, ONG e governos, assim como os fundos de carbono do Banco Mundial e da ONU, estão empenhados em seguir adiante com esse negócio. 
Na prática, dado que as florestas se encontram principalmente em terras indígenas e que os camponeses e camponesas alimentam ao mundo, estes esquemas convertem os territórios indígenas e as terras agrícolas tanto em ‘sumidouros’ de dióxido de carbono como em ‘bancos’ de água ou biodiversidade.
Por outro lado, do ponto de vista de combater o desmatamento o mecanismo é também absurdo, pois quanto mais desmatamento e ameaça às florestas haja, mais projetos de REDD+ podem ser justificados e levados a cabo com o objetivo de vender a ‘escassa’ mercadoria do carbono.
Assim, com REDD+ a capacidade das florestas e solos de absorver carbono e retê-lo, das plantas de fazer fotossíntese, de criar a água, de cultivar ou criar biodiversidade está sendo quantificada, monetarizada, apropriada, privatizada e financeirizada como qualquer mercadoria. O comercio de ‘serviços ambientais’ também impulsiona a impunidade dos contaminadores e destruidores porque, ao invés de cumprirem leis que os proíbe contaminar e desmatar, podem ‘compensar’, além de evitar combater a mudança climática, pois não se ataca o que a provoca. A imperante necessidade de não extrair mais combustíveis fósseis, de deter a agricultura e as monoculturas industriais ou de assegurar o respeito aos direitos dos povos indígenas, que dependem, vivem e são parte das florestas, e dos camponeses e camponesas, de manejar, manter e controlar seus territórios, não são temas na agenda das negociações, de modo que a espiral continua e aumenta.
Um claro exemplo nefasto dos projetos tipo-REDD+ é aquele firmado entre os estados da Califórnia no Estados Unidos, Chiapas no México, e Acre no Brasil, que pretende que as indústrias que contaminam na Califórnia o possam continuar fazendo em troca da compra de créditos de carbono de atividades REDD+ no Acre e em Chiapas. Se bem o Acre seja geralmente apresentado ao mundo como o ‘modelo da economia verde’, a realidade é outra: a exploração de madeira e o comércio de carbono vem deixando devastação nos territórios e viola os direitos dos povos da floresta (1), como está sendo reportado pela Plataforma DHESCA (de direitos humanos, econômicos, sociais culturais e ambientais), depois da sua missão no Acre em 2013 (2). Outros exemplos incluem o caso da comunidade N'hambita em Moçambique, que assinou um contrato com a empresa inglesa Envirotrade para que esta comercializasse créditos de carbono REDD+, pelo quê seus habitantes, em lugar de alimentos, terão que ‘cultivar carbono’ em seus territórios durante 99 anos (3). Outros exemplos como no Quênia (4), Congo (5), Papua Nova Guiné (6), Camboja (7), Brasil (8), e mais casos, demonstram como projetos REDD+ podem significar despejos forçados, prisões e despojo de territórios. 
Já são numerosas as comunidades que têm sido pressionadas ou enganadas a firmar contratos que supõe a perda de seus direitos sobre suas terras e territórios ancestrais (9). Os projetos tipo-REDD+, além disso, não garantem que as empresas extrativas não ingressem nos territórios. Por exemplo, ‘Socio Bosque’, o programa tipo-REDD+ do Equador, onde as comunidades estão obrigadas a cuidar a floresta por 20 ou 40 anos para que o Estado possa assegurar-se que os ‘serviços ambientais’ estejam conservados e possam ser comercializados, permite a extração de petróleo ou a mineração nestas zonas (10).
Não obstante, REDD+ anuncia querer combater o desmatamento, garantir a participação local, melhorar a gestão das florestas, melhorar as condições de vida e desenvolvimento das populações locais e, em certas ocasiões, inclusive implementar os direitos territoriais, além de alegar combater as mudanças climáticas. Mas os incontáveis programas nacionais e sub-nacionais, acordos bilaterais e multilaterais e os projetos REDD+ a nível mundial demonstram cada vez mais que estas são mentiras e que seu objetivo é o de acumular mais capital e controlar territórios. As comunidades afetadas por projetos REDD+, seja de forma direta ou indireta - através das empresas contaminadoras que se beneficiam com os créditos de carbono gerados por tais projetos, ou através do Estado, não têm sido realmente informadas do que significa este tipo de compromissos. Os projetos REDD+ já estão definidos por seus promotores antes de serem apresentados às comunidades, roubando-lhes na prática a opção real de aceitar ou não o projeto, ou simplesmente são enganadas e caem na ‘redd’, vendo as promessas não serem cumpridas.
Da mesma forma que REDD+, a chamada agricultura ‘climaticamente inteligente’, em lugar de ser uma solução para as mudanças climáticas, é uma tentativa a mais das corporações de biotecnologia e do agronegócio para patentear as sementes e controlar as terras agrícolas. 
Este mecanismo incitado pela FAO e o Banco Mundial, entre outros, aponta a que as camponesas e os camponeses adotem determinadas práticas de cultivo e utilizem sementes transgênicas ‘prontas para o clima’, despojando-lhes de seus campos, de sua autonomia, soberania alimentar e conhecimentos ancestrais. A Via Campesina denunciou que a agricultura ‘climaticamente inteligente’ é a continuação de um projeto iniciado com a revolução Verde na década de 1940 e que continuou nos anos 70 e 80 com os projetos de Redução da Pobreza do Banco Mundial que dizimaram as economias campesinas particularmente no Sul, provocando a perda da soberania alimentar e os tornando dependentes do Norte para poder alimentar a sua população” (11). Hoje, por exemplo, um programa do Banco Mundial no Quênia busca gerar créditos de carbono ao exigir ‘praticas sustentáveis de manejo de terras’, as quais incluem o uso sementes de uma variedade de milho híbrido que a Syngenta vende localmente, pressionando para que os camponeses e camponesas abandonem suas espécies nativas (12). Os partidários dessa perigosa falsa solução querem converter os campos, solos e cultivos em créditos de carbono, o que levaria a um incremento na usurpação de territórios e no despojo de direitos. 
Inclusive as monoculturas de árvores estão sendo camufladas como ‘climaticamente inteligentes’. O avanço das plantações em grande escala de árvores de eucaliptos, pinus, acácias, palma africana e outros é em realidade um processo de aprofundamento da acumulação de capital impulsionada pelas corporações sobre os territórios. As plantações são consideradas como ‘sumidouros’ de carbono e por tanto aptas para beneficiarem-se de créditos de carbono. Assim, em Aceh, no norte da Indonésia, um projeto REDD+ com 770 mil hectares foi desenvolvido pela ONG Fauna & Flora Internacional, a empresa broker de carbono Carbon Conservation e o então governador de Aceh. O documento do projeto afirma que uma forma de ‘compensar’ a perda de florestas na área designada para o projeto REDD+ seria através das plantações de palma africana, para as quais se estimou a ‘capacidade de absorver carbono’, para poder antecipar assim quantos créditos de carbono poderia gerar o projeto. Por sua vez, as comunidades locais na área do projeto têm afirmado em numerosas ocasiões não haver sido devidamente consultadas sobre o mesmo ou não ter recebido nenhum beneficio, senão ao contrário, a questão da propriedade de suas terras segue sendo um grave problema sem resolver (13). 
Empresas como a petroleira Shell ou a mineira Rio Tinto, de plantações florestais e papel e celulose como Green Resources e Suzano, agroindustriais como Wilmar, Monsanto e Bunge, organismos multilaterais como PNUD ou FAO, transnacionais da conservação como Wildlife Works, WWF, The Nature Conservancy ou Conservação Internacional, empresas consultoras, bancos públicos e privados e muitos governos elaboram, apóiam e financiam projetos e programas REDD+ e de agricultura ‘climaticamente inteligente’. Estes mecanismos minam as verdadeiras soluções à crise climática pois são uma distração às mudanças necessárias nas formas de produção e consumo e rumo a economias e sociedades livres de combustíveis fósseis.
Não devemos deixar-nos enganar pelas mentiras e propagandas enganosas. Sabemos que as negociações sobre o clima, cada vez mais capturadas pelo poder corporativo não tratam de salvar o clima, nem proteger as florestas e as terras, nem erradicar a pobreza ou respeitar os direitos dos povos indígenas. Pelo contrário, protegem covardemente a corporações depredadoras, reforçando um modelo destrutivo e patriarcal. O que é ainda pior, manipulam informação para culpar pequenos agricultores e agricultoras e povos que vivem e dependem das florestas como se fossem os principais causadores das mudanças climáticas por criar parcelas para a agricultura de subsistência, quando na realidade são justamente os e as habitantes tradicionais dos territórios que têm permitido a conservação das florestas, das fontes de água e dos ecossistemas. 
Não podemos permitir que as falsas soluções para as mudanças climáticas, como REDD+ e a chamada agricultura ‘climaticamente inteligente’, destruam o equilíbrio da Mãe Terra. Devemos nos opor a este tipo de programas e aos ‘serviços ambientais’ que buscam perpetuar o capitalismo. 
Devemos seguir impulsionando a transformação do atual modelo de produção e lutar contra as políticas impostas sobre os povos que priorizam a reprodução do capital por cima da reprodução da vida. São as lutas de indígenas, camponeses e camponesas, residentes urbanos, pescadores e pescadoras, mulheres, homens e jovens em defesa dos direitos e dos territórios que vêm guiando o caminho. São os povos que se opõem a extração petroleira e mineira, aos serviços ambientais, aos projetos agroindustriais e de monoculturas, os que estão dando passos certeiros frente às mudanças do clima. A esses povos, em lugar de criminalizá-los, há que respeitá-los e reconhecer seus esforços por contribuir a uma transformação global.
Devemos nos organizar pela defesa dos territórios indígenas, pela defesa das populações que vivem, dependem e são parte doas florestas, pela defesa da autonomia sobre o controle de seus territórios, pela defensa de Mãe Terra.
Por essas razões dizemos SIM à defesa dos territóriosà defesa das populações que vivem, dependem e são parte das florestas, a sua autonomia sobre seus territórios, eà defesa dos direitos da natureza.
BASTA DE PROJETOS EXTRATIVOSNÄO AOS SERVIÇOS AMBIENTAIS, LUTAR CONTRA REDD+ TAMBÉM  É COMBATER O CAPITALISMO !NÄO À CRIMINALIZAÇÄO DOS POVOS QUE DEFENDEM SEUS TERRITORIOS !JUNTE-SE A MARCHA DA CÚPULA DOS POVOS !

Assinam, inicialmente:
Acción Ecológica, Equador
Aliança RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras
Alternativa Intercambio con Pueblos Indígenas, Estado espanhol
Amigos de la Tierra, América Latina y el Caribe (ATLAC)
Amigos de la Tierra, Brasil
Asamblea Nacional de Afectados Ambientales, México
Bia´lii, Asesoría e Investigación, A.C., México
Carbon Trade Watch
Ceiba / Amigos de la Tierra, Guatemala
Censat / Amigos de la Tierra, Colômbia
Centro de Investigación, Documentación y Asesoría Poblacional (CIDAP), Peru
Centro de Mujeres Aymaras Candelaria, Patacamaya, Bolívia - Sud América
Cesta / Amigos de la Tierra, El Salvador
Coeco Ceiba / Amigos de la Tierra, Costa Rica
Colectivo de Miradas Críticas del Territorio desde el Feminismo, Equador
Colectivo Voces Ecológicas (COVEC), Panamá
Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), Pueblo Lenca, Honduras
Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), Acre e Sul do Amazonas, Brasil
Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Brasil
Corporate Europe Observatory (CEO)
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Brasil
GroundWork / Amigos de la Tierra, Sudáfrica
Grupo de Estudos em Produção do Espaço Amazónico (UFAC)
Instituto Transnacional (TNI)
Marcha Mundial de las Mujeres
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Brasil
Movimento Mulheres pela P@Z!    
Movimiento Mundial por los Bosques Tropicales (WRM)
Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (UFAC)
Observatorio ciudadano de servicios públicos, Guaiaquil, Equador
Oilwatch América Latina
Oilwatch Internacional
Otros Mundos Chiapas / Amigos de la Tierra, México
Red de Ambientalistas Comunitarios de El Salvador (RACDES), El Salvador
Red Latinoamericana contra los Monocultivos de árboles (RECOMA)
REDES / Amigos de la Tierra, Uruguai
Redmanglar Internacional
Regional Latinoamericana de la UITA
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri – Acre, Brasil
The Corner House, UK
Para unir-se a esse chamado, enviar nome da organização e país para NoREDDCop20@wrm.org.uy
 
NOTAS:
2.     Plataforma DHESCA Brasil, http://www.escr-net.org/es/node/364729
4.     REDD-Monitor. Illegal evictions of the Embobut Forest in Kenya. 15 de Janeiro 2014.
6.     The Economist“Money grows on trees”. 6 de Junho de 2009.
8.     Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM). Um projeto de redução de desmatamento no Paraná, Brasil, e a perseguição das comunidades. Boletim 169. Agosto 2011.
9.     Ver por exemplo: Amigos da Terra Internacional, The Great REDD Gamble , 2014 em www.foei.org
10.  CEDIB. PETROPRESS 21. Agosto de 2010. Industrias extrativas e o programa REDD. O que peca e reza, empata. 
11.  Via Campesina. Desmascarando a Agricultura Climaticamente Inteligente. Setembro de 2014
12.  Institute for Agriculture and Trade PoliciesAn Update on the World Bank’s Experimentation with Soil Carbon. Outubro de 2012.
13.  REDD-Monitor. Série de artigos sobre o projeto em Aceh, Indonésia, Ulu-Masen
Documento de Projeto Ulu-Masen. Project design note for CCBA Audit. Descimbre 2007

NOTA DO MOVIMENTO INDÍGENA DE RONDÔNIA: DENUNCIA URGENTE!

PARA ACESSAR A NOTA CLIK NO LINK...

http://racismoambiental.net.br/2014/10/movimento-indigena-de-rondonia-denuncia-repressao-ao-povo-tenharim/ 

REGISTRO DE ATIVIDADE DA SOENAMA DO POVO PAITER SURUÍ DA LINHA 10

ASSOCIAÇÃO SOENAMA DO POVO SURUÍ PROMOVE CAPACITAÇÃO

A Associação SOENAMA do Povo Paiter Suruí da Linha 10, Aldeia Iratana, município de Cacoal, realizou entre os dias 19 e 20 de novembro realizou oficinas de capacitações de seus membros homens e mulheres.
Este processo é resultado de parcerias construída pela diretoria da SOENAMA, na pessoa de seu presidente Isaque Mopilô Tavá Surui.
Seu início se deu ainda no início de 2013, quando de uma reunião com o deputado federal Padre TON na Aldeia Indígena para tratar do Programa Minha Casa Minha Vida, em fase inicial de implantação junto à este povo atendendo mais de 50 famílias. Contudo, nasceu ai o interesse da SOENAMA de pensar projetos de sustentabilidade à partir do potencial dos recursos naturais existentes na Terra Indígena Sete de Setembro.
Para apoiar este intento, membros da equipe do Mandato do Padre TON foram pra Aldeia Iratana, atendendo a convite da SOENAMA e após duas reuniões ainda em 2013 elaboraram com a comunidade o Projeto Babaçu Paiter Suruí, que inicialmente foi encaminhado ao edital da Fundação Banco do Brasil 2014, que infelizmente não foi aprovado, mas que em seguida contou com apoio do Fundo Carbono do Povo Suruí, administrado conjuntamente pela Associação METAREILÁ do Povo Suruí e pelo FUNBIO, no valor de 20 mil reais, dividido em duas parcelas e a primeira já possibilitou iniciar a execução do plano de trabalho. A primeira oficina de produção de carvão vegetal foi assessorada por Iremar Ferreira, coordenador técnico deste projetinho e membro do Instituto Madeira Vivo (IMV).
A Associação SOENAMA também tem se preocupada em inserir as mulheres neste processo de formação e por isso convidaram a Rede de Educação Cidadã (RECID-RO) na pessoa de Fabianny Castro para assessorar o I Encontro de Mulheres Indígenas Paiter Suruí da SOENAMA no tema: cultura, trabalho e geração de renda à partir da produção de artesanato.
Ainda durante as atividades os indígenas receberam visita de técnicos da Coordenadoria Técnica Local da FUNAI de Cacoal para identificar demandas desta aldeia em equipamentos para o ano de 2015, o que foi decidido investir em materiais para potencializar a geração de renda para mulheres.
Ao encerrar os trabalhos o presidente Isaque foi enfático ao afirmar que: "é com parcerias como essas que os Suruí e demais povos poderão melhorar sua qualidade de vida e gerar renda com os produtos da floresta".  

Fonte: assessoria
Foto: Iremar (IMV), Isaque e Márcia (SOENAMA) e Fabianny (RECID-RO)

Diretoria da SOENAMA: José Mopiraneme Suruí (secretário), Isaque Mopilô Tavá Suruí (presidente) e Izanoel Irpererrô Suruí (tesoureiro)
Iniciando forno para produzir carvão de Babaçu
Inicio da Oficina das Mulheres

Cesto Paiter Suruí de palha de Babaçu

Início da queima do Babaçu...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DOUTORANDAS DE RO NA USP DISCUTEM SITUAÇÃO DOS TENHARIN DO SUL DO AMAZONAS

CONVITE

Estimadas e Estimados,

Vimos, através deste, convidar a comunidade em geral para o debate “Tenharin: Etnocídio no Sul do Amazonas – 2014”, cujo objetivo é problematizar a questão do povo Tenharin, indígenas atualmente em situação de conflito no Sul do Amazonas.

O debate é aberto não somente para a academia, mas para toda a sociedade/comunidade que tenha interesse em conhecer um pouco mais sobre a Amazônia e os conflitos que perpassam terras indígenas em função da exploração dos recursos naturais, subjugando um povo inteiro que atualmente vive numa situação de privação de muitos dos seus direitos humanos.

Data: 17 de setembro de 2014, das 14h às 18h.
Local: Anfiteatro de Geografia (Departamento de Geografia/FFLCH/USP – Campus Butantã).

As inscrições são gratuitas e poderão ser realizadas através do e-mail debate.tenharin@gmail.com ou presencialmente no dia do evento. Deverá constar no assunto “INSCRIÇÃO” e no corpo da mensagem o nome completo, a instituição e/ou curso e o contato.

Haverá emissão de certificados.

A realização da inscrição prévia não é obrigatória. Pode ser realizada no momento do debate também para que possamos emitir os certificados. Lembramos que a participação é livre e o debate aberto a todas e todos.

Realização:
Núcleo de Estudos de História Oral (NEHO/USP)

Apoiadores:
Diversitas (USP)
Aliarne (USP)
Instituto Madeira Vivo (IMV/Porto Velho-RO)

Carta Explicativa

O Povo Tenharin do sul do Amazonas está sofrendo ataques etnocêntricos na cidade de Humaitá e dentro de sua terra indígena demarcada e homologada.

Há registros de conflitos entre povos indígenas e colonos na cidade de Humaitá desde o início do século XX, quando as violentas expedições do ciclo da borracha quase dizimaram os povos indígenas da região. Na década de 70, os Tenharin tiveram seu território atravessado pela rodovia Transamazônica e desde então sofrem as consequências decorrentes.

Em Dezembro de 2013, ocorreu a morte de um dos caciques do Povo Tenharin e, em seguida, a acusação e prisão sem provas concretas de cinco Tenharin, pelo desaparecimento e morte de três não indígenas no trajeto entre Humaitá e Santo Antônio do Matupi (sul do Amazonas).

Desde então, eclodiu um ataque anti-indígena direto aos Tenharin, mas afetou todos os demais povos indígenas da região. Na cidade de Humaitá foram queimados carros e barcos que eram utilizados nos deslocamentos para as aldeias; A área de administração da FUNAI CR Humaitá, a sede da FUNAI, a Casa de Saúde, e a casa onde funcionava a organização do povo indígena Parintintin também foram incendiadas.

Não indígenas pertencentes ao distrito de Santo Antônio do Matupi invadiram a terra indígena dos Tenharin. Incendiaram os postos de cobrança de indenização pela passagem na rodovia transamazônica, causadora de transtornos ao atravessar seu território. Também foram queimadas casas habitadas por famílias Tenharin e durante o ataque as crianças e mulheres se esconderam no mato, algumas se perderam, se machucaram, e os homens Tenharin não reagiram à fúria dos invasores para não aumentar o conflito.

O Povo Tenharin continua sendo criminalizado por anti-indígenas. Suas crianças foram impedidas de estudar na escola de Matupi, e todo o Povo foi ameaçado de ser atacado se fossem para a cidade de Humaitá. As redes sociais foram tomadas de mensagens condenando-os e disseminando o ódio contra eles.

O Povo Tenharin pede a liberdade dos cinco indígenas presos e a implantação urgente de postos de segurança nos limites de seu território, para que o novo cacique seja empossado, a festa de renovação espiritual aconteça, os velhos não morram de tanta tristeza, os ataques dentro de seu território não ocorram mais e que o Povo volte a viver sua vida cultural livre do medo.

TENHARIM: ETNOCÍDIO NO SUL DO AMAZONAS

Expositores:

Edmundo Antonio Peggion (UNESP)
Possui graduação em Ciências Sociais - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1992), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1996), doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (2005) e Pós-Doutorado pelo Dipartimento Uomo & Territorio da Università Degli Studi di Perugia, na Itália . Atualmente é professor Assistente Doutor II da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Graduação em Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais) e professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena, atuando principalmente nos seguintes temas: índios da América do Sul, organização social e parentesco, dualismo, ritual e Tenharim. (Fonte: Currículo Lattes)

Márcia Mura (USP)
Possui graduação em História pela Universidade Federal de Rondônia (2001).  É mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, pela Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência com educação escolar indígena, faz parte do Instituto Madeira Vivo.  Atualmente é doutoranda em História Social pela Universidade de São Paulo - USP.

Luciana Riça Mourão Borges (USP)
Licenciada e bacharel em Geografia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia. Mestre e doutoranda em Geografia Humana pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana do Departamento de Geografia da FFLCH/USP. Integrante do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Territorialidade e Sociedade, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP) e do Laboratório de Geografia Política (GEOPO).

Jera Guarani Mbya
Liderança e professora na aldeia Tenondé-Porã/São Paulo.

Israel Sassá Tupinambá – Debatedor
Assessor da Comissão de Direitos Humanos da 116° subsessão da OAB, militante do Tribunal Popular e do Movimento Indígena Revolucionário (MIR). Atua na articulação política e apoio para as Retomadas Indígenas.

sábado, 16 de agosto de 2014

QUANDO A INSANIDADE VAI DAR LUGAR À SUSTENTABILIDADE DA VIDA!

ABAIXO A INSANIDADE...DENÚNCIE...
Esse Vídeo que compartilho, elaborado quando em fevereiro de 2014 o rio Madeira tomava conta de suas margens comprimidas e oprimidas pelas águas represadas e forçadas a passar por canais de ferro...
Aqui esteve o Greenpeace e com ele estive (IMV) dentro do rio, nas margens desalojadas das gentes...e a pergunta continua...onde andará meu povo...quando a insanidade dará lugar à sustentabilidade da vida dos povos da Amazônia, da Panamazônia...assista e indigne-se..."não deixe secar o coração...não deixe secar nossos rios nosso chão...não siga sem antes dizer, a nossa Amazônia vamos proteger...quem tem amor a sua terra, à vida e tudo que há nela..." Minhas Raízes nos convida a pensar...
http://www.youtube.com/watch?v=0htEUCbZ7Uk&list=UUjgJNDwtoqJilBjuFpGOlNg&index=24

sábado, 26 de julho de 2014

DESBARRANCADOS PARTICIPA DE MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS NA III MOSTRA CINE DOCUMENTÁRIO DO SESC EM PORTO VELHO

DESBARRANCADOS DO MADEIRA EM MOSTRA LOCAL PELA PRIMEIRA VEZ


Super legal ver os Desbarrancados eM alguma mostra de Porto Velho depois de ele já ter sido exibido no Encontro Internacional de História Pública na USP e no Encontro Pan Amazônico de História Oral em Belém - PA e ter até artigo publicado em anais de eventos internacionais, para enfim aparecer em Porto Velho. Super legal!

DEVIDO problemas técnicos foi prorrogado para data ainda à definir no mês de Agosto - aguardem informações:


POVO TENHARIN É VÍTIMA DO ESTADO BRASILEIRO

Brasil: Movimentos indígenas denunciam criminalização e perseguição política; Estado nega

Por , 26/07/2014 16:15

AMEAÇAS DE MORTE À LIDERANÇAS TENHARIN CONTINUAM NO SUL DO AMAZONAS

INDÍGENAS TENHARIN CONVIVEM COM AMEAÇAS DE MORTE EM HUMAITÁ

No último dia 25 de junho, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas (FDPI) e membro da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Federal, deputado Padre Ton, delegado por ambas esteve reunido com centenas de indígenas Tenharin na Aldeia Kampinho´hu, no km 137 da BR Transamazônica.
Na chegada foi recebido com honras indígenas, sendo conduzido até o local da reunião por um ancião e lideranças, que entoavam canto um canto de boas vindas.
Logo no início da reunião as anciãs Maria, Joana e Yretá, ambas com mais de 90 anos cada, sobreviventes do grande massacre promovido com a abertura da BR Transamazônica, foram convidadas a dar sua mensagem ao representante da CDH. Ambas foram enfáticas em afirmar em sua língua materna (tupi kagwahiwa) o quanto estão sofrendo com tudo isso. Dona Joana inicia perguntando: “quando vai acabar essa violência... depois de termos vivido o período de escravidão na época do seringal, depois abertura de estrada, mineração, tudo isso... e agora tiraram nossos netos...quando vai acabar isso”¿ Dona Yretá falou que “estou cansada de chorar, não consigo nem andar, quero ver meus netos, ajudem eles voltar”.
A fala das anciãs foram precedidas de dezenas de outras, dos representantes de cada aldeia presente (Kampinho´hu, Mafui, Bela Vista, Marmelo 1, Marmelo 2, Marmelo 3, Vila Nova e Tracuá) afirmando que o único objetivo agora é a liberdade dos cinco parentes presos injustamente (Domiceno, Gilvan, Gilson, Valdiná e Simeão). Todos manifestaram preocupação com a segurança do povo diante da certeza de que até o final de julho será julgado novo habeas corpus e estes terão a liberdade merecida.
Porém, o que mais nos chama a atenção são as constantes ameaças de morte que lideranças estão sofrendo na cidade de Humaitá e a omissão da Polícia Civil que ao ser procurada para registrar boletim de ocorrência afirma estar sem sistema. E isso não foi somente uma vez que ocorreu segundo as lideranças, as quais não se sentem mais seguras em buscar este tipo de serviço, porque o sentimento de descaso para com a proteção de suas vidas os faz se esconder cada vez mais. O direito de ir-e-vir e o direito à segurança está comprometido diante disso.
As ameaças vão desde perseguição no hotel onde se hospedam e até mesmo na hora de comer um churrasquinho no cair da tarde. Querem cercear até o direito das pessoas se alimentarem, cujas ameaças intimidatórias vão desde palavrão a até dizer que devem sair do local porque não são bem vindos à cidade. Como pode algum cidadão se dizer dono da cidade e exigir que o outro se retire para não sofrer atentado? Será que Humaitá é terra de ninguém? Cadê as centenas de policiais utilizados na busca dos corpos e na criminalização dos indígenas? Cadê a prisão dos incendiários de bens públicos e privados?
Já passou da hora da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), juntamente com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes (DNIT), regularizar a circulação de veículos durante o dia e a noite nos limites que envolve a terra indígena, á exemplo dos Waimiri Atroari - Manaus sentido Roraima. Os Jiahui e Tenharin que somam mais de mil pessoas não podem pagar com suas vidas pela irresponsabilidade do Estado brasileiro que cortou seu território tradicional com a BR Transamazônica e agora os abandona à própria sorte.
Passou da hora de cumprir a Constituição Federal e promover os direitos originários, assim como garantir o direito de ir-e-vir de todos e todas que moram nesta região, porém fazendo justiça diante daqueles que querem à todo custo destruir vidas que vivem à margem dos direitos conquistados.
Justiça Já e Liberdade aos cinco Tenharin, criminalizados por serem indígenas e por apresentarem um modo diferente de vida na relação com a natureza, o Bem Viver.

Iremar Antonio Ferreira 

Diretor do Instituto Madeira Vivo - IMV

DENÚNCIA SOBRE AMEAÇAS À TENHARIN NA IMPRENSA

Tenharim denuncia ameaças de morte a lideranças locais

Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas deverá verificar situação das aldeias na próxima quarta-feira (25/06)
Autor: Ana Aranda
Os indos Tenharim vão protocolar na Comissão Nacional de Direitos Humanos uma denúncia de ameaças de morte feitas por “gente grande da região” contra as lideranças Aurélio Tenharim, João Sena, cacique João Bosco, Ivanildo, Antônio Enésio e Marinho. “Cada cabeça destas vale um milhão de reais”, reforçou o denunciante, Aurélio Tenharim. As riquezas naturais da Terra Indigena, localizadas no Sul do Amazonas, são disputadas por garimpeiros e madeireiros e o território dos índios já foi invadido em diversas oportunidades, sendo que na década de 1980 passou a fazer parte da rodovia Transamazônica. Na próxima quarta-feira, a Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas deverá visitar as aldeias para verificar a situação da comunidade e as denúncias de ameaças.
Seis meses depois do trágico período que precedeu a morte de três moradores do Sul do Amazonas, no final do ano passado, os índios Tenharim – cerca de mil – vivem amedrontados na Terra Indígena. Acusados de forma coletiva e não comprovada pelos crimes, o povo sofreu ataques violentos e só agora, aos poucos, vai retomando a rotina. O forte aparato policial disponibilizado logo depois do conflito étnico ocorrido na região já foi desmobilizado.
No último dia 13 de junho, foi empossada a nova coordenação da Associação do Povo Indígena Tenharin (APITEN). A posse foi pontuada pela esperança de dias melhores e grande comoção provocada pela ausência de cinco parentes, presos em Porto Velho (Rondônia), acusados das mortes dos moradores de Humaitá. O professor Antônio Enésio Tenharim assumiu o cargo de coordenador geral e prometeu ” construir um documento com a história de nossa luta, desde nossos avós que tiveram os primeiros contatos e sobreviveram nos defendendo…”. Os indígenas querem apoio para a geração de emprego e renda para a população. O jornalista iremar Antônio Ferreira acompanhou a posse da nova diretoria da APITEN e faz um relato sobre a situação dos Tenharin.Confira

VOZES DA AMAZÔNIA ECOA GRITO DO POVO DE NAZARÉ NO RIO MADEIRA

OUÇAM AS VOZES DA AMAZÔNIA...
VOZES DESBARRANCADAS...
VOZES ALAGADAS, INUNDADAS DE DESESPERANÇA...
VOZES ECOADAS PELA SENSIBILIDADE DE QUEM VIVE NA BEIRA E COM A BEIRA, MÁRCIA MURA...
QUE ECOEM AS VOZES DA COMUNIDADE DE NAZARÉ NO RIO MADEIRA...
VOZES QUE GRITAM POR JUSTIÇA...
ACESSEM AQUI;
http://www.4shared.com/mp3/pHLyyF1Sba/VOZES_DA_AMAZONIA_Marcia_Mura_.html?

VOZES DA AMAZÔNIA ECOA GRITO DE SOCORRO DA COMUNIDADE NAZARÉ NO RIO MADEIRA


OUÇAM NO VOZES DA AMAZÔNIA A DENÚNCIA ECOADA DOS BARRANCOS DO RIO MADEIRA ONDE AS BARRAGENS E AS ENCHENTES DECORRENTES CONTINUAM A FAZER VÍTIMAS...TODAS VÍTIMAS DO PROJETO QUE DESEN-VOLVE, RE-TIRA, PROVOCA MORTE...
MÁRCIA MURA TRAZ AS VOZES DAS VÍTIMAS... VOZES DA COMUNIDADE NAZARÉ NO RIO MADEIRA...
ACESSE O LINK A SEGUIR: http://www.4shared.com/mp3/pHLyyF1Sba/VOZES_DA_AMAZONIA_Marcia_Mura_.html

VOZES DA AMAZÔNIA É CULTURAL POPULAR BEIRADEIRA...HIP HOP DA RESISTÊNCIA


no Vozes Da Amazônia Imv dia 20 de julho recebi Nei Mura do Comunidade Manoa e MC Claudinho falando de Hip Hop e a luta por Justiça Social e Ambiental...ouçam ai e compartilhem este bate papo musicalizado:
PARA OUVIR ACESSE AQUI http://www.4shared.com/mp3/kOLYamw2ba/vozes_da_amazonia_200714_HIP_H.html

IMV CONCLAMA APOIO EM DEFESA DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS

Carta Aberta
Nós do Instituto Madeira Vivo, (organização socioambiental sem fins lucrativos) Pedimos o apoio de todos os brasileiros e dos cidadãos estrangeiros para que o mundo saiba da total desumanidade cometida aos povos indígenas Tenharim e Mura do sul do Amazonas e as populações das margens do rio Madeira no Estado de Rondônia.
O Povo Tenharim que teve seu território atravessado na década de 70 pela rodovia Transamazônica e desde então vem sofrendo consequências causadas por essa rodovia, mais uma vez, está sofrendo com ataques etnocêntricos. Dentre esses ataques ocorreu a morte de um dos caciques do Povo Tenharim e, em seguida, a acusação e prisão sem provas concretas de cinco Tenharim, pela morte de três moradores não indígenas que desapareceram no trajeto entre Humaitá e Santo Antônio do Matupi (sul do Amazonas). Desde então, eclodiu um ataque anti-indígena direto aos Tenharim, mas que afetaram todos os povos indígenas da região. O Povo Tenharim pede a liberdade dos cinco Tenharim presos e a existência urgente de postos de segurança nos limites de seu território, para que o novo cacique seja empossado, para que a festa de renovação espiritual aconteça, para os que velhos não morram de tanta tristeza, para que não sofram mais ataques dentro de seu território e para que o Povo volte a viver sua vida cultural.
Os Mura do rio Itaparanã (sul do Amazonas) que se encontram num processo de reivindicação de demarcação de sua terra também estão se sentindo ameaçados com os ataques não-indígenas contra os Tenharim, pois todo o processo de fortalecimento político foi interrompido. Algumas famílias Mura vivem na cidade porque não se sentem seguros em permanecer em sua comunidade, pois sofrem pressão de invasão de sua terra por parte de não-indígenas que estão desmatando ilegalmente, fazendo caça e pesca predatória e abrindo estradas vicinais clandestinas dentro da terra Mura reivindicada para demarcação, além disso, os não indígenas que vivem no entorno coíbem os Mura de reivindicarem a demarcação de sua terra.

As populações das margens do rio Madeira em Rondônia e também no sul do Amazonas foram destruídas pela enchente causada não somente pelas chuvas, mas principalmente porque o rio tem duas barragens que impedem suas águas correrem livremente. Agora que as águas baixaram as casas estão destruídas, as plantações mortas e a água contaminada. Essas comunidades não podem morrer em nome do suposto progresso e desenvolvimento econômico do Brasil. Todos nós da Amazônia também somos brasileiros e merecemos viver com dignidade, também merecemos ter nossos direitos humanos respeitados. Queremos um desenvolvimento que garanta nossa existência e não um desenvolvimento que nos mata!   

quinta-feira, 19 de junho de 2014

DONA MARGARIDA TENHARIN TESTEMUNHA OCULAR DO GRANDE MASSACRE

OUÇAM AS VOZES DO POVO TENHARIN... UMA HISTÓRIA DE MUITA MORTE, MUITA DOR... DONA MARGARIDA TENHARIN TESTEMUNHA OCULAR DO GRANDE MASSACRE... https://www.youtube.com/watch?v=ZgpM7CKdYZY - dia 14/06/14

quarta-feira, 18 de junho de 2014

EM CLIMA DE DENÚNCIA, POVO TENHARIN ESCOLHE NOVA DIREITORIA DA APITEN

"Nós não seremos intimidados por ameaças...lutamos por nossos direitos! "

Com essas palavras o Cacique Léo Tenharin encerra o discurso de prestação de contas da diretoria que repassa o cargo para a nova encabeçada por Antônio Enésio Tenharin, em assembléia da APITEN, realizada entre os dias 13 a 15 de junho de 2014 na Aldeia Bela Vista, Rodovia Transamazônica, Amazonas.

Porém antes disso, Rosinho Tenharin ex-coordenador da APITEN - Associação do Povo Indígena Tenharin, fez uso da palavra e muito emocionado (com óculos escuros para cobrir os olhos vermelhos de emoção), discursa cumprimentando os poucos não-indígenas presentes e todo seu povo: "para mim é um momento muito triste...estou sentindo muito a falta de meu sobrinho (Gilvan - tesoureiro) aqui nesse momento...(lágrimas)... não é fácil, é diferente quando todo mundo está aqui presente...não sei se nesse momento ele foi informado que ia acontecer a mudança da diretoria...(lágrimas)...porque fui eu que escolhi ele pra trabalhar junto comigo na diretoria da APITEN, o Gilvan... Tenho dois sobrinhos presos em Porto Velho e ao mesmo tempo ele perdeu o pai dele também (cacique Ivan Tenharin) e por isso mais a minha ausência na associação...vocês podem perceber isso...eu não tive essa energia, porque quando eu dou passos na associação eu vejo ele sempre a minha frente, entendeu... Mas, eu quero dizer aqui pra meu irmão que tá assumindo outra vez (Antônio Enésio Tenharin) que cuide bem da associação...está tudo em dia...não executei projetos...o que está mais me chamando a atenção é o meus parentes presos em Porto Velho, mas tenho certeza que vamos vencer esta luta e o nome deles está conosco e isso é muito importante...esse momento tá muito difícil pra mim...". Em suas palavras o peso da tristeza, da dor e da desesperança diante da prisão arbitrária dos parentes Tenharin presos: Domiceno, Gilvan, Gilson, Valdiná e Simeão.

Já Willis Tenharin fala da equipe que montaram na gestão anterior e todo esforço para atuar na defesa de seus direitos e que "o símbolo da APITEN a flecha apontada para o horizonte representa o Povo Tenharin, sempre na frente, nunca abaixa a flecha e deve manter a cabeça erguida. É na organização que a gente faz o Movimento Indígena, que a gente aprende e por isso os jovens devem participar cada vez mais. Quero falar que as lideranças que não estão presentes estão trazendo energia pra nós".

Já na posse da nova diretoria composta por: Antônio Enésio Tenharin (coordenador geral), Márcio Tenharin (vice-coordenador), José Humberto Tenharin (secretário geral), Alcides Tenharin (vice-secretário), Leandro Tenharin (tesoureiro) e Francineide Tenharin (vice-tesoureira), e no uso da palavra o coordenador agradeceu a presença de apoiadores, aliados e da Comissão do Movimento Indígena de RO, noroeste do MT e sul do AM nas pessoas de Ahin (Antenor) Karitiana, Adelson Oro Win (Conselho de Saúde Indígena - CONDISE) e Henrique Yabadai Surui e afirmou que: "não tenho medo de desafios...apesar dos problemas que o Povo Tenharin está passando, nós estamos retomando nossa mesma política de antes...nós não estamos mortos não...porque nós temos compromisso e eu vejo a necessidade de nós darmos continuidade na luta...como coordenador da associação à partir deste momento eu tenho compromisso com meu povo...não tenho medo, porque tenho experiência com associação desde 1999 quando comecei minha formação...eu sou professor e não vou ter dificuldade, porque vou trabalhar com os caciques, com as comunidades, com as lideranças, com agentes de saúde e principalmente com as lideranças mais antigas, com os quais quero construir um documento com a história de nossa luta, desde nossos avós que tiveram os primeiros contatos e sobreviveram nos defendendo...vamos dar continuidade neste compromisso".

Aurélio Tenharin faz uso da palavra e pede desculpas pela emoção (lágrimas), mas que isso é necessário e faz bem porque é um desabafo: "agradeço aos aliados e lideranças indígenas de RO, a solidariedade com o Povo Tenharin e minha pessoa, e quero dizer pra todos vocês que a presença de vocês é uma nova energia que estão trazendo pra gente...uma coisa fica registrada em nossa cabeça em memória de 5 indígenas, nossos irmãos que estão em Porto Velho e também em nome do cacique tradicional Ivan Tenharin (um dos fundadores da APITEN), que não está aqui presente, mas que está bem lá no céu... eu quero dizer pra todos vocês, em nome deles reafirmo nosso compromisso em dar continuidade na luta do movimento indígena...agradeço em nome do Ivanildo Tenharin todo empenho lá fora (junto às instâncias de justiça), da nossa pequena Comissão para falar em nome do Povo Tenharin lá fora: Ivanildo, Antônio Enésio, Valeriano, Marinho, Angélisson e Nilcélio Jiahui) porque depois que nós encostamos um pouco ele tocaram a luta, falando em defesa do Povo Tenharin... Quero falar com muita tristeza, mas também com muita alegria, que pra nós que estávamos sendo atingidos por tudo isso, tinha acabado tudo...descobrimos que apesar dos grampos de nosso face, enternet, do sofrimento de nossas crianças e idosos, de estarmos cercados por militares por todo lado, de nosso cansaço físico e mental, isolados de tudo na Transamazônica, desmobilizados... Eu quero fazer uma denuncia aqui...cada cabeça das lideranças do Povo Tenharin custa meio milhão de reais...está na linha de ameaça Aurélio Tenharin, João Sena, cacique João Bosco, Ivanildo, Antônio Enésio e Marinho...essas lideranças estão ameaçadas de morte e tem muita gente grande por trás disso, de grande interesse na região... Mas a gente não se intimidou com isso não... ficamos triste, porque mesmo já tendo alcançado nosso direito ao Luz para Todos, ajudamos também o povo do Km 180 e nos pagaram dessa forma... Nós estávamos recebendo pressão da polícia, da justiça, da sociedade e de grandes interesses como madeireiros, fazendeiros, garimpeiros...aqui nós estamos recebendo ameaças constantemente...hoje estamos aqui e amanhã podemos não estar mais porque eles ameaçam invadir as aldeias... Por isso quero dizer da grande importância da vinda de vocês... a sociedade condenou o Povo Tenharin...hoje o Tenharin é visto como monstro, como criminoso mas não é... por isso meus parentes, de todo coração, ajudem nós porque a nossa cabeça acabou... nós não temos concentração de idéias, porque e difícil... até a comunicação nossa foi bloqueada, nós fomos violados, fomos condenados e onde nós falamos assim - vivemos num País democrático, num País livre, de liberdade de expressão, mas não dão oportunidade pra gente falar o que está acontecendo com nós... Nós não tínhamos este direito de falar...só a mídia condenando a gente...(lágrimas escorrem por sua face e junto com ele quase todos e todas presentes)...É por isso que agradeço a nossa Comissão que teve coragem de colocar sua cara à tapa e levar essa mensagem pra vocês...ela foi levada pra vocês (pausa)... nós pedimos pra eles procurar as pessoas pra nos ajudar... mas tínhamos uma coisa em nossa vida - Esperança...porque nós não queríamos ver mais nossas crianças dormirem no mato...tinha muitas crianças, velhinhos e mulheres machucadas... esse desabafo que estou fazendo aqui é para me fazer bem, porque como liderança, todos nós Tenharin, perdemos nossa liberdade...por isso vocês que são nossos porta vozes, apoio, que se identificam a nós, queremos que tragam mais lideranças indígenas pra ver nossa realidade... porque até alguns parentes discriminou a gente, porque a sociedade não-indígena jogou outros parentes contra nós, chegaram a dizer que não iriam pagar o pecado dos Tenharin...é muito difícil isso... os nosso inimigos tem nome e sobrenome: madeireiros, garimpeiros, fazendeiros e a bancada ruralista. Eu quero nossas crianças assim, correndo, brincando alegres...agora que elas estão voltando ao normal...desejo que a Comissão e a Coordenação de nossa associação trabalhem pela Justiça com o Povo Tenharin... porque a ída de nossa Comissão à Brasilia no final de junho foi nosso ultimo grito de socorro, porque tinha esgotado tudo, tudo...onde nós falamos pras nossas lideranças, essa é nossa última tentativa, depois dessa não tem mais não...Brasília é a ultima instância de colocar a realidade do Povo Tenharin...agradeço aos que acompanharam nosso sofrimento e não nos abandonaram...Por isso agradeço ao CIMI pela parceria jurídica que está ajudando em nossa defesa... eu tenho certeza que Justiça será feita e nós ainda vamos realizar nossa festa tradicional Mboatawa e vamos empossar o Gilvan como nosso cacique tradicional em breve... mas para que isso aconteça precisamos da força de todos vocês que acreditam na Justiça e do Movimento Indígena".

Dona Margarida Tenharin diz que toda essa angústia, que não é só de hoje, mas que apesar disso tudo, aposta muito nas novas lideranças, na juventude, que eles são guerreiros e estão preparados... "eu quero enxergar para frente, apesar de tudo que estamos passando...agora se nossos antepassados, que nem entendia direito fizeram de tudo para termos esta terra (na época nós crianças e jovens não entendia nada).. nós não vamos ficar intimidado com tentativa do governo de acabar com nossas terras, com nossos povos... por isso nossos jovens que são guerreiros vão continuar nessa luta...nisso eu acredito...Eu acredito no espírito, na voz do nosso passado...isso eu acredito e nós vamos vencer...Meu pai lutou muito por muitas etnias na frente de contato, isso eu vi...a gente resistiu... por isso muito mais daqui pra frente a gente vai resistir...por isso eu falo com nossos jovens, com as mulheres que estão aqui e em nome das mulheres...nós não vamos ficar de cabeça baixa, porque estamos falando na voz do passado e do momento...isso a gente vai conseguir sim com a ajuda de todos os parentes e amigos... Se tem Justiça nesse País queremos que ela não olhe para os povos indígenas só pra dizer que é monstro ou assassino, mas que veja que quem invadiu nossos territórios sagrados foi o governo com rodovia e depois garimpo e medeireiro...se tem algum culpado pelos conflitos com povos indígenas no Brasil este é o próprio governo brasileiro... ninguém nos descobriu porque o Brasil sempre foi antes do invasor, dos povos indígenas, então exigimos respeito do governo brasileiro... Quando eu falei com Comissão da Verdade eu falei que conflito poderia acontecer, mas governo fingiu que estava cego e nada fez... Não vamos ficar de braços cruzados, vamos cobrar sim nossos direitos e não vamos deixar passar uma grama de nosso direito, porque queremos o que nós temos direito e nada do direito dos outros...por isso vamos cobrar muito forte do governo, por isso vamos começar agora a cobrar nossos direitos...a energia gerada nesta assembléia vai nos levar pra frente...".

Os representantes do Movimento Indígena e as entidades presentes: CIMI, IMV, IEB, CTL FUNAI, Equipe da CASAI de Humaitá, Mandato dep. Federal padre TON assumiram o compromisso de levar este grito por Justiça aos Tenharin e Liberdade Já aos 5 indígenas presos por todos os cantos e meios, denunciando as forças do capital que agem na surdina criando conflitos para avançar na pauta da negação de direitos indígenas à exemplo da PEC 215, Portaria da AGU 303 entre outros... 

Documentos foram elaborados denunciando a situação e convocando a presença da Comissão Nacional de Direitos Humanos e da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas da Câmara Federal. Também serão convidados órgãos do Governo do Amazonas - SEIND e SEPRO para discutir projetos de sustentabilidade, além de órgãos como MDA e MDS que assumiram compromissos no processo de desenvolvimento de práticas produtivas para produzir alimentos e gerar renda.

Iremar Antonio Ferreira - 18 de maio de 2014.


Dona Margarida Tenharin
Márcia Mura solidária a luta e contribui na reflexão
Iremar orienta debate sobre UHE Tabajara e projetos econômicos
Ahin Karitiana e Henrique Yabadai Surui, da Comissão do Movimento Indígena falam dos desafios...
a alegria voltou...o futebol ganha a cena em tempos de copa...
dentro ou fora da sala tradicional de reunião o povo participa...
parceria com IEB gera expectativas...
as crianças voltaram a sorrir, a brincar...o medo está passando...
o fogão a lenha funciona mesmo...
volmir do CIMI fala da aliança com os povos indígenas

cozinha comunitária onde todo mundo frequentava..
na cozinha sempre tinha gente...
Rosinho passa documento da APITEN a Antônio Enésio Tenharin novo coordenador.

imagens de Márcia Mura, Lucas e Tanan Maciel Mura