Companheiros/as,
Somos
militantes de diferentes movimentos sociais e de outras organizações da
sociedade civil, redigimos esta, com o intuito de manifestar nossa
indignação em relação aos atos de violência cometidos contra o Povo
Terena, e ao mesmo tempo, solidarizar com a luta legítima deste povo.
Temos consciência de que foi o próprio Estado brasileiro que promoveu a
expulsão do Povo Terena, assim como o Povo Guarani Kaiowá e tantos
outros, principalmente na década de 70 quando facilitou o arrendamento
das terras indígenas para as frentes de colonização.
Temos
conhecimento do fato de que aproximadamente há 15 dias, os indígenas do
povo Terena, estão ocupando uma área de demarcação, numa ação de
retomada as suas terras, localizada na região de Dois Irmãos do
Buriti/Sidrolândia, terras estas de posse das fazendas Buriti e Cambará,
cerca de 70 km da Capital. Estão garantindo bravamente a efetivação de
seus direitos, como um povo que historicamente foi expulso de suas
terras pela força do capital.
Há
mais de 15 anos, os Terenas, lutam incansavelmente por seus
territórios, declarados pelo Governo Federal com 17 mil hectares, e
destes, somente 3 mil hectares estão de posse deste povo, onde cerca de 5
mil indígenas vivem nesta área.
Somos
sabedores que a reintegração de posse foi determinada pelo juiz
substituto da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Ronaldo José da Silva, na
tarde desta quarta-feira (29). O magistrado ordenou o uso da força
policial para cumprir a determinação judicial.
Neste
clima de terrorismo contra os povos indígenas, mais de 20 indígenas
entre homens, mulheres e crianças, foram feridos, culminando com a morte
do indígena universitário, Oziel Gabriel, de 32 anos, em mais uma ação
desastrosa da Polícia Federal, a exemplo do ocorrido com o Povo
Munduruku no rio Teles Pires em 2012.
A
Polícia Federal de um governo democrático e realmente progressista não
pode permitir que seus policiais atuem como jagunços a serviço do
agronegócio e do latifúndio. Os responsáveis pelo assassinato da
liderança indígena em Sidrolândia e no Teles Pires, devem ser
rigorosamente punidos.
Exigimos
e apelamos ao Ministro Eduardo Cardozo, Ministra Maria do Rosário,
presidenta Dilma Rousseff e o governo do Estado de Mato Grosso do Sul,
que tomem medidas exemplares. Mostrem que em um Estado democrático de
direito os povos mais vulneráveis têm de ser protegidos, ter o direito à
vida e o acesso à terra garantidos, e não serem exterminados pelas
forças do Estado! Façam valer a Constituição Federal e a Convenção 169
da OIT.
Essa
intolerância governamental em não ouvir, garantir os territórios e
respeitar as decisões dos Povos Indígenas, está deflagrando em nosso
País um clima de intolerância que desembocará em intermináveis conflitos
cada vez mais irracionais vitimando os grupos mais vulneráveis.
Diante
de todo este cenário, as entidades abaixo assinadas, vem reafirmar o
seu compromisso com a JUSTIÇA e a PAZ resultante dela. Declaramos nossa
solidariedade à justa luta dos povos indígenas de todo o país e o nossa
luta na por uma sociedade plural e realmente democrática.
Assim assinam abaixo:
IMV – Instituto Madeira Vivo - Rondônia
CJ – Coletivo Jovem Pela Sustentabilidade de Rondônia
CEPAT - Centro de Pesquisa e Apoio ao Trabalhador
TGR - Teatral Grupo de Risco.
Centro de Estudo, Pesquisa e Intervenção Ribeirão das Neves
Grupo de Mulheres Fazenda Castro "Construindo Diálogos"
Rede Nós Amamos Neves
Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas - MG
Comissão Pastoral da Terra/MG
Grupo de Mulheres Fazenda Castro "Construindo Diálogos"
Rede Nós Amamos Neves
Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas - MG
Comissão Pastoral da Terra/MG
Assembleia Popular PR
Levante Popular da Juventude PR
CEFURIA - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araujo
Centro de Formação Milton Santos Lorenzo Milani
Rede Pinhão
Movimento de Economia Solidária
CFES PR
Consulta Popular PR
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