Caros leitores e leitoras deste humilde blog... após ilustrações algumas reflexões...
Tenho exposto aqui por meio de fotos, vídeos e textos um pouco da linha do tempo do processo de implantação do Complexo hidrelétrico do Madeira.
A primeira vista parece algo distante da realidade de muita gente e por isso difícil até de reagir, até mesmo pelo sentimento de pequenez diante da grandeza física e financeira que envolvem as duas hidrelétricas no Rio Madeira, que faço questão de não citar os nomes porque não merecem.
Num breve olhar para esta linha do tempo nos recordamos da Campanha Usinas Já, organizado pelo Comitê Pró-Usinas que envolveu desde empresas, lideranças políticas à parte do movimento social desta região... todos ávidos pelo "progresso". Estes inclusive usavam frases como: Usinas Neles!; Fora os Ecoxiitas; Madeira Neles! entre outros, de forma a intimidar os poucos que defendiam Águas para a Vida e não para a Morte!; Águas sim Barragens Não!; Viva o Rio Madeira Vivo!...
Pois é... aproveitando a "janela hidrológica" do tempo da legalização, atos de desconstrução do marco legal foram efetivados na calada da noite, boicotando análises sérias de técnicos responsáveis pelo processo de licenciamento ambiental, contratando outros nem tão sérios assim, que à serviço dos "honoráveis bandidos" desencadearam a PRIVATIZAÇÃO DA VIDA na bacia do rio Madeira, segundo maior rio em importância na formação do rio Amazonas...
Passados 3 anos do início das obras o rastro é de destruição. Destruição de direitos das milhares de famílias expulsas da beira do rios, quebrando a lógica onde "o rio comanda a vida", submetidas à novos padrões nas agrovilas padronizadas e sem estrutura produtiva ou lotes distantes de terra firme, bem como forçados à migrar pra cidade na tentativa de ter condições de criar os filhos e netos, restando-lhes às periferias; dos milhares de trabalhadores que foram atraídos para a oportunidade de emprego e que foram criminalizados indistintivamente por se rebelarem contra a violação de seus direitos contratuais (com reversão pela ação do Mistério Público do Trabalho e Emprego); das dezenas de toneladas de peixes mortos nas ensecadeiras e explosões de bombas comprometendo a segurança alimentar da população ribeirinha, indígena entre outros até mesmo no país irmão, a Bolívia, provocando a escassez do alimento básico - o peixe...
É, o banzeiro é grande... não vou dizer que "eu avisei", porque isso pouco importa. O que importa é que com a água batendo na bunda mais gente está preocupado com sua cidade, com sua família, com sua história, com o patrimônio histórico material e imaterial... Desta indignação surge o Movimento Banzeiro, do qual o Instituto Madeira Vivo faz parte... Mas o banzeiro precisa aumentar nas redes sociais, no nosso dia-a-dia, nas escolas, nas ruas... Vamos manifestar que estamos vivos, que o bairro Triângulo, os indígenas isolados, os ribeirinhos expulsos...enfim que Não Morremos... Avantes guerreiros e guerreiras da PanAmazônia porque é possível um modelo novo que nos envolva e não (des)envolva...
Nenhum comentário:
Postar um comentário