Os índios bolivianos contra obra da OAS
Enviado por luisnassif, seg, 15/08/2011 - 12:00
Por Edson Joanni
Da Folha.com
Índios bolivianos protestam contra obra de empreiteria brasileira
Índios das tribos mojeño, yuracaré e chimán, e outros defensores do Território Indígena Parque Nacional Isidoro Secure (Tipnis), iniciam às 10h desta segunda (9h em Brasília) uma marcha de 500 km entre as cidades de Trinidad e La Paz, em protesto à construção de uma estrada, por uma empreiteira brasileira, que cortará a reserva indígena.
O projeto da rodovia que ligará Villa Tunari, no Departamento (estado) de Cochabamba, e San Ignacio de Moxos, em Beni, tem sido contestado pelos indígenas.
O problema central da estrada que será construída pela empreiteira brasileira OAS, com fundos de US$ 332 milhões (R$ 536 milhões) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está no trecho 2, de 177 km, que passará pela área de preservação de 12 mil km entre La Paz, Cochabamba e Beni.
Ontem, o presidente em exercício, Álvaro García, pediu que as tribos locais ajudassem o governo a seguir com a construção, que teve início em 3 de junho. "Quem quer solucionar o problema dialoga, mas alguns acham que o diálogo não os convém. O governo continuará os chamando ao diálogo", disse ao "La Razón" García, que substituiu Evo Morales durante a viagem do mandatário à China.
A presidente da CPEMB (Central de Povos Étnicos Mojeños de Beni), Bertha Bejarano, no entanto, acusou o governo de tentar deter as manifestações contrárias à construção da rodovia. Segundo ela, membros do MAS (Movimiento Al Socialismo, partido do presidente) e representantes do governo convocaram organizações sociais e autoridades da cidade para um encontro em San Ignacio de Moxos no domingo.
"Querem deter a marcha e isso só vai provocar confrontos com os irmãos indígenas", disse Bejarano ao site de notícias boliviano "Erbol".
Segundo o site, no entanto, vários indígenas que vivem na reserva ameaçada pela construção da rodovia chegaram, no fim de semana, a Trinidad, de onde partirá a marcha, que deve durar 35 dias. A estimativa é que cerca de 400 pessoas participem da caminhada até La Paz.
Os dirigentes cocaleiros, que ajudaram a eleger Morales, também mantêm a pressão sobre o presidente para cumprir a promessa feita há seis anos. "O governo, durante a campanha eleitoral, se comprometeu a construir essa estrada esperada pelos cochabambinos e benianos", cobrou ontem o dirigente cocalero, David Herrera.
O prefeito de Villa Tunari, Feliciano Mamani, do mesmo partido de Morales, argumenta que a estrada levará "saúde e educação" aos povos indígenas, principais opositores do projeto. "De Villa Tunari a Santa Cruz há estrada, mas não a Beni; agora é oportuno construir a rodovia, não podemos atrasar milhares de pessoas por uns poucos povos indígenas."
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-indios-bolivianos-contra-obra-da-oas#more
Enviado por luisnassif, seg, 15/08/2011 - 12:00
Por Edson Joanni
Da Folha.com
Índios bolivianos protestam contra obra de empreiteria brasileira
Índios das tribos mojeño, yuracaré e chimán, e outros defensores do Território Indígena Parque Nacional Isidoro Secure (Tipnis), iniciam às 10h desta segunda (9h em Brasília) uma marcha de 500 km entre as cidades de Trinidad e La Paz, em protesto à construção de uma estrada, por uma empreiteira brasileira, que cortará a reserva indígena.
O projeto da rodovia que ligará Villa Tunari, no Departamento (estado) de Cochabamba, e San Ignacio de Moxos, em Beni, tem sido contestado pelos indígenas.
O problema central da estrada que será construída pela empreiteira brasileira OAS, com fundos de US$ 332 milhões (R$ 536 milhões) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está no trecho 2, de 177 km, que passará pela área de preservação de 12 mil km entre La Paz, Cochabamba e Beni.
Ontem, o presidente em exercício, Álvaro García, pediu que as tribos locais ajudassem o governo a seguir com a construção, que teve início em 3 de junho. "Quem quer solucionar o problema dialoga, mas alguns acham que o diálogo não os convém. O governo continuará os chamando ao diálogo", disse ao "La Razón" García, que substituiu Evo Morales durante a viagem do mandatário à China.
A presidente da CPEMB (Central de Povos Étnicos Mojeños de Beni), Bertha Bejarano, no entanto, acusou o governo de tentar deter as manifestações contrárias à construção da rodovia. Segundo ela, membros do MAS (Movimiento Al Socialismo, partido do presidente) e representantes do governo convocaram organizações sociais e autoridades da cidade para um encontro em San Ignacio de Moxos no domingo.
"Querem deter a marcha e isso só vai provocar confrontos com os irmãos indígenas", disse Bejarano ao site de notícias boliviano "Erbol".
Segundo o site, no entanto, vários indígenas que vivem na reserva ameaçada pela construção da rodovia chegaram, no fim de semana, a Trinidad, de onde partirá a marcha, que deve durar 35 dias. A estimativa é que cerca de 400 pessoas participem da caminhada até La Paz.
Os dirigentes cocaleiros, que ajudaram a eleger Morales, também mantêm a pressão sobre o presidente para cumprir a promessa feita há seis anos. "O governo, durante a campanha eleitoral, se comprometeu a construir essa estrada esperada pelos cochabambinos e benianos", cobrou ontem o dirigente cocalero, David Herrera.
O prefeito de Villa Tunari, Feliciano Mamani, do mesmo partido de Morales, argumenta que a estrada levará "saúde e educação" aos povos indígenas, principais opositores do projeto. "De Villa Tunari a Santa Cruz há estrada, mas não a Beni; agora é oportuno construir a rodovia, não podemos atrasar milhares de pessoas por uns poucos povos indígenas."
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