Certamente alguns de vocês já ouviram falar em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Em outras palavras significa produzir com baixo impacto ambiental, já que o social ficou fora da tal conta pra dizer que é limpo ou sujo, como se o humano estivesse dissociado do meio em que vive.
Bom dito isso, devo dizer que os consórcios construtores das barragens no rio Madeira das usinas de Santo Antonio e Jirau, deram entrada na ONU, numa das instâncias que avaliam pedidos de certificação de MDL o que garante à certificada vender créditos de carbono com alto valor agregado, pedindo esta certificação.
Bom para quem mora nas barrancas do Madeira como eu, acho isso uma grande piada um tanto quanto perigosa à ordem pública.
Como eles tem a cara de pau de dizer que o processo de construção e geração de energia no rio Madeira se encaixa dentro dos critérios do MDL!
Como podem ignorar as dezenas de toneladas de peixes mortos provocando insegurança alimentar e nutricional das populações amazônicas da grande bacia do Madeira, rio transfronteiriço, que produz alimento e renda para brasileiros, bolivianos e peruanos mais diretamente.
Com tantos animais mortos nas áreas em formação do lago no caso da UHE Santo Antonio e milhares de famílias que foram obrigadas a sair de suas casas e propriedades para dar lugar aos canteiros de obras e formação de lago, mal receberam indenização pelas benfeitorias e pelas "terras" nada ainda!
Com grande impacto no patrimônio material e imaterial: patrimonio histórico, arqueológico, memórias orais das vivências, espaço de manifestação religiosa nas cachoeiras... enfim...
Para ajudar na reflexão, compartilho link para acompanhar o pedido de certificação e questionamentos técnicos por profissionais da área entre eles professor Philip Fearnside do INPA no link abaixo
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