AGRICULTOR@S FAMILIARES DO ASSENTAMENTO FLOR DO CANDEIAS RECEBEM TÍTULOS DO PROGRAMA TERRA LEGAL EM RONDÔNIA
Numa cerimônia na beira de um riacho (sede do antigo projeto PAMOS no município de Candeiras do Jamari), numa manhã de sol forte, onde só tinha gente importante, começando pelos agricultores e agricultoras familiares (que produzem alimento para a cidade comer), Fetagro, Associações, Faperon, Governador do Estado de RO, secretários de Estado, Emater, Mda, Incra, Programa Terra Legal, EU representando Dep. Fed. Pe. TON, Prefeito e deputados estaduais e já pretensos representantes políticos de plantão, recheado de crianças que buscaram o rio pra refrescar, uma grande festa e um grande sonho se realizou. Foram entregues titulos definitivos aos agricultor@s, devolvendo-lhes a cidadania roubado por ciclos e projetos econômicos excludentes.
Faço questão de registrar este acontecimento porque fiz parte desta história. Em 2003 quando estava na assessoria técnica do PT de RO na sede em Porto Velho, recebido um grupo de trabalhador@s rurais sem-terra querendo acessar à terra e via naquela localidade um espaço com todas as possibilidades de serem ocupadas e torna-las produtivas de alimentos que tanto Candeias do Jamari quanto Porto Velho precisam. De prontidão me coloquei à disposição de Dona Nazaré e do Sr. Raimundinho e de alguns outros que me fogem os nomes agora... muitos documentos elaborados à maçonaria responsável pela área, ao Incra, Sedam e etc. Os passos começaram e até elaboramos um projeto de ocupação desta área para dar consistência na negociação e assim se procedeu... depois veio a formação da Associação Rural da localidade, organização social e muita luta... quantas vezes Sr. Raimundinho veio de bicicleta pra Porto Velho para acompanhar o processo... até que a negociação entre Incra e dono da área avançou, ai o sonho ficou mais perto!
Alguns enfrentaram problemas depois que tiveram acesso à terra: tentativa de grilagem com expulsão violenta; incêndios de plantações, casas.. mas o povo resistiu!
Agora nessa fase vi o sonho de dona Nazaré, Raimundinho e tantos outros que chegaram depois, entre eles meus tios Manoel e Raimundinha que com o título na mão diziam: "agora nós somos gente! temos o que é nosso por direito e ninguém tira ele de nós mais e nós precisamos manter nossa organização, produzir com qualidade pra continuar a alimentar a cidade!".
Parabéns a vocês guerreiros e guerreiras, que inclusive tiveram na fala do Governador Sr. Confúcio a certeza de que "precisam produzir alimentos com qualidade que o Estado vai comprar para alimentar as escolas, hospitais e presídios para precisarem ter a preocupação para quem vender... que a Emater dará apoio técnico na produção".
Encerro para apresentar algumas imagens do momento e ao mesmo tempo deixar uma inquietação que nenhum dos oradores frizaram: o termo jurídico - título definitivo - lhes dá autonomia e cidadania, mas que devem zelar, torna-lo produtivo sustentávelmente de fato e de direito e não comercializa-lo com o primeiro comprador que lhe bater à porta...
Nenhum comentário:
Postar um comentário