Índios protestam contra construção de Belo Monte em Londres
Foi a materialização da expressão "para inglês ver": três índios (dois brasileiros e uma peruana) ficaram uma hora num frio de 4 ºC em plena City de Londres (centro financeiro da cidade) nesta quarta-feira cantando contra o governo brasileiro e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"BNDES, que vergonha. Ajudar destruir a Amazônia" e "BNDES, que coisa feia. Coloque as usinas na geladeira", cantavam os índios e um grupo de cerca de 50 apoiadores.
A manifestação foi na frente do banco e pretendia chamar a atenção para os prejuízos que a construção de usinas nos rios Madeira e Xingu trará para as populações indígenas.
O mesmo grupo esteve antes em Oslo, Genebra, e em Paris, onde se encontraram com políticos e empresários.
Almir Suruí, líder dos suruís, de Rondônia, diz entender que a construção dessas das usinas é irreversível, mas afirma que mesmo assim é preciso protestar para que o governo tenha responsabilidade social e ambiental em projetos futuros.
Já Sheila Juruna, do Xingu, diz que é preciso desmascarar o governo brasileiro no exterior. "O Brasil vende uma imagem mentirosa para o mundo. O governo não respeita as populações indígenas, só está interessado em dinheiro e em satisfazer as empresas."
Sheila diz que seu povo está disposto a "lutar com o próprio corpo" contra as usinas.
A viagem dos índios foi bancada por ONGs, como a britânica Survival e a americana Amazon Watch.
O ato atraiu a atenção de alguns jornalistas, mas não dos ingleses que trabalham na região. Talvez porque os índios não estivessem com roupas exóticas. Portavam cocares de pena, mas o frio obrigava que estivessem de bota, casaco e luvas.
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