Data: 24 de março de 2011 08:55
População das áreas de risco em Altamira sofre com alagamento
População das áreas de risco em Altamira sofre com alagamento
A população de Altamira que reside nas margens dos igarapés que cortam a cidade está sofrendo, mais uma vez, com o alagamento. Milhares de pessoas que podem ficar desabrigadas nas próximas semanas se o nível dos rios continuarem a subir aguardam ansiosas para serem realocadas pela empresa dona da concessão de Belo Monte, a Norte Energia S.A (NESA). Entretanto, até hoje a empresa não deu nenhuma informação sobre como nem quando fará isso, muito menos para onde estas pessoas irão, o que deixa os moradores apreensivos.
Três igarapés cortam a cidade e deságuam no Rio Xingu: Ambé, Panelas e Altamira. Na margem deste último, que tem o mesmo nome da cidade, residem mais de 10 mil pessoas em cerca de duas mil moradias, a grande maioria delas palafitas instaladas em áreas de risco. O Rio Xingu se encontra na cota 97.81 e com isso o Igarapé Altamira está transbordando, começando a invadir mais de 600 casas. Como as chuvas devem continuar a cair na região pelo menos até o final de abril, milhares de pessoas podem ter que deixar suas casas.
O Igarapé Ambé tem em suas margens mais de 2.500 residências e uma população de 12 mil habitantes. A água também começa a invadir as residências dos moradores, que não sabem pra onde ir. Eles vivem esta situação quase todos os anos, mas ouviram que com a construção de Belo Monte, este problema iria acabar, pois seriam transferidos para um novo bairro, em terra firme, e ganhariam uma moradia digna, com saneamento básico e acesso a serviços como energia e abastecimento de água.
O sofrimento destas pessoas não tem nenhuma relação com o início da construção da usina, no entanto, como eles não recebem informações sobre o futuro, estão apreensivos e ainda mais preocupados. As informações sobre para onde vão e como vão viver são desencontradas e acaba gerando muita especulação, o que deixa as famílias com receio de piorarem as condições de vida.
“Já falaram que vão nos transferir para uma área longe da cidade, mas nós trabalhamos perto de nossas casas e, se formos morar longe, não teremos como ir para o trabalho. Estamos preocupados e não sabemos o que vai acontecer com a gente”, disse Maria das Dores, mãe de dois filhos que reside na Baixada do Tufi, na margem do Igarapé Altamira, e trabalha como empregada doméstica em uma residência no centro da cidade, a menos de mil metros de sua casa.
“Já falaram que vão nos transferir para uma área longe da cidade, mas nós trabalhamos perto de nossas casas e, se formos morar longe, não teremos como ir para o trabalho. Estamos preocupados e não sabemos o que vai acontecer com a gente”, disse Maria das Dores, mãe de dois filhos que reside na Baixada do Tufi, na margem do Igarapé Altamira, e trabalha como empregada doméstica em uma residência no centro da cidade, a menos de mil metros de sua casa.
Lideranças dos moradores manifestam inconformismo com a situação. Em reunião recente, representantes da Norte Energia afirmaram que têm tempo para cumprir a condicionante de realocar as famílias e que pode fazer isso ate quando os reservatórios começarem a ser cheios, daqui a três anos. “Isso demonstra que o interesse financeiro está acima dos problemas da população local. A situação destas pessoas é o maior problema de Altamira hoje e resolver isso deveria ser prioridade”, disse Dilermando Zorteia presidente do CONBEMAT.
Fort Xingu - Unidos somos mais forte. - http://fortxingu.blogspot.com
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