quinta-feira, 18 de abril de 2019

NASCE O COMITÊ DE DEFESA DA VIDA AMAZONICA NA BACIA DO RIO MADEIRA





COMITÊ EM DEFESA DOS POVOS E DO RIO MADEIRA É CRIADO EM GUAJARÁ MIRIM
Contra as Mudanças Climáticas e por Justiça Socioambiental

“SE O RIO GERA E ALIMENTA VIDA, ELE É SUJEITO PORTADOR DE DIREITO HUMANO À VIDA!”

No dia 17 de março de 2019, nas dependências do Centro de Formação São José, cidade de Guajará Mirim, militantes, entidades e movimentos sociais, NÓS: Indígenas, Extrativistas, Agricultores Familiares, Campesinos e Aliados das lutas sociais, decidimos fortalecer o compromisso em defesa da vida dos povos dos rios, das florestas, do campo e das cidades, constituindo o Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira: Contra as Mudanças Climáticas e por Justiça Socioambiental, nos unindo ao lado boliviano que, já seguem este caminho desde 2016, quando impulsionados pela realização do segundo Encontro Sem Fronteiras, se constituiu o Comitê Binacional de Defensa de la Vida Amazonica en la Cuenca del rio Madeira.
Com esse sentimento de que o rio conduz e gera novas vidas, as alimenta e as fecunda, para além das fronteiras geográficas entre países, convidamos todos e todas as pessoas de boa vontade, com compromisso e respeito pela vida do próximo, a se juntar a nós nesta caminhada rumo a “um outro mundo possível”, por rios livres de barragens em toda a Panamazonia.
Denunciamos que os projetos de infraestrutura em nossa região deixaram um rastro de destruição, podendo ser percebido nos últimos anos com as inundações contínuas e prolongadas, matando toda forma de vida, desalojando, gerando insegurança alimentar e empobrecendo a qualidade de vida de nossa gente. Entretanto, governos dos dois países e empresas ávidas por se apropriar dos recursos naturais para gerar riquezas, concentração de poder político e financeiro, não se cansam de tramar contra o direito à Vida de nossos rios e de seus filhos e filhas, intensificando as mudanças climáticas.
Queremos juntos, com aqueles e aquelas que quiserem se juntar a nós, denunciar toda forma de violação de direitos e anunciar a luta por Justiça Socioambiental, principalmente anunciando as energias renováveis justas, que emanam da Mãe Terra e do Pai Sol, que podem atender, com tecnologias específicas e adequadas às realidades locais, nossas demandas por energia elétrica, sem entretanto destruir nossos rios, de modo especial o Rio Madeira (já barrado com duas grandes hidrelétricas) e toda sua bacia, que a nós grita pedindo socorro!!  
Nosso compromisso é com a Vida e em abundância. Não mediremos esforços em atuar criativamente, envolvendo nossa juventude, os idosos, as mulheres e as crianças, para construir laços de solidariedade e um Outro Mundo Possível, numa sociedade de Bem Viver!

As entidades que assinam são as que lá estavam presentes e as que já aderiram ao Comitê, seguindo aberto para mais adesões, sendo elas:
-Organização ORO WARI dos povos indígenas de Nova Mamoré e Guajará Mirim;
-Associação da Terra Indígena Igarapé Ribeirão;
-Associação da Terra Indígena Igarapé Laje;
-Conselheira de Base da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira- COIAB;
-Associação dos Agroextrativistas da Resex do baixo Rio Ouro Preto- ASAEX;
-Associação dos Agricultores Familiares de Nova Mamoré- GRAMA;
-Coletivo Mura de Porto Velho;
-Instituto Madeira Vivo- IMV;
-Pastoral Indigenista de Guajará Mirim;
-Conselho indigenista Missionário- CIMI\RO;
-Comissão Pastoral da Terra – CPT\RO;
-Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social - FMCJS.

Por Iremar Ferreira - IMV\FMCJS

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