terça-feira, 13 de novembro de 2012

QUEM É QUE NÃO SABIA DISSO... PORTO VELHO PODE SUMIR DO MAPA COM ACIDENTE EM HIDRELÉTRICAS

USINAS - Elevação da cota do reservatório de Santo Antônio pode trazer impactos ambientais e sociais não previstos

O governo assiste à briga entre as gigantes do Rio Madeira na torcida por um acordo entre elas que resulte no aproveitamento máximo da calha do rio, tendo em vista que essa solução apresentaria o melhor resultado para o Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio do qual a energia é distribuída para todo o país.

 O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) — que opera Jirau e cujo controlador é a multinacional GDF Suez — sustenta que, sem alterar nenhum centímetro de ambos os reservatórios, seria possível obter ganho de 80 megawatts (MW) médios em sua usina com quatro novas turbinas. Isso evitaria a necessidade de debater novas licenças ambientais, com audiências públicas ou riscos imprevistos. Jirau, no entanto, teve esse pedido negado pelo governo.
 Já o consórcio Santo Antônio Energia (SAE), que tem entre seus sócios Furnas, Cemig, Odebrecht e Andrade Gutierrez, fez um pedido de avaliação ao governo para instalação de seis turbinas adicionais, o que exige elevação da cota do seu reservatório de 70,5 metros para 71,3 m. Segundo o grupo, seu projeto foi apontado pelo governo como aquele que propicia o maior ganho energético para o complexo do Rio Madeira, considerado, assim, com “aproveitamento ótimo” para o SIN.
 “Essa energia firme adicional equivale a uma nova usina com potência instalada de 800 MW, sem os impactos socioambientais que uma nova usina deste porte acarretaria”, argumentou, em nota, o consórcio responsável por Santo Antônio.
 Jirau alerta para risco ambiental
 A elevação da cota (profundidade do reservatório) de Santo Antônio reduziria a queda d’água em Jirau, que fica antes (de Santo Antônio) no curso do Rio Madeira. Essa elevação de cota pretendida implicaria, segundo os argumentos de Jirau, queda na sua geração de energia e um impacto socioambiental bastante significativo, com riscos de alagar, no período de chuvas, parte da cidade de Jaci-Paraná (RO), além da rodovia BR-364 e da Ferrovia Madeira-Mamoré, que têm pontes atravessando o rio.
 — A proposta de esvaziamento rápido do reservatório na época de cheia, previsto no pedido, criaria um tsunami na região. É um crime ambiental e social, podendo afundar balsas e atingir ribeirinhos e pescadores — afirmou Victor Paranhos, diretor-presidente do consórcio responsável por Jirau. (CONTINUA)

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