terça-feira, 12 de março de 2013

PADRE TON QUESTIONA NA JUSTIÇA FEDERAL ELEIÇÃO DO CDHM

Sessão reservada que elegeu Marco Feliciano é questionada no Supremo

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A sessão reservada realizada no último dia 7 que acabou elegendo o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) será questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), em ação de mandado de segurança a ser apresentada hoje (12).

A ação foi decidida durante reunião ocorrida no plenário 16 da Câmara dos Deputados, com a presença dos parlamentares que se recusaram a participar da votação ocorrida na semana passada. Representantes de movimentos sociais acompanharam a reunião dos dissidentes. 

Ocorreram vários questionamentos sobre a legitimidade da eleição de Feliciano, dentre eles do deputado federal Padre Ton (PT-RO), que defendeu a anulação da eleição ao invocar o principio da proporcionalidade partidária. Para o deputado, algo está muito errado com a representação dos partidos na comissão, lembrando que com apenas 17 deputados o PSC ocupa várias vagas cedidas pelo PMDB e PSDB entre outras legendas.

“Considero isso uma ilegalidade, não tem amparo no regimento e deve ser revisto”, disse Padre Ton, manifestando ainda repúdio pela presença do deputado Jair Bolssonaro (PP-RJ) na CDHM, mesmo que na condição de suplente. “Um deputado que xinga as mulheres, os homossexuais, os negros, não pode”.

O deputado Jean Willys (PSOL-RJ) também condenou os “acordos partidários que levaram a esta eleição” e o deputado Domingos Dutra (PT-MA), após registrar que o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), foi “precipitado” ao decidir por uma reunião fechada, “impedindo o acesso de manifestantes e com polícia”, disse que as lideranças de todo os partidos devem se posicionar sobre a situação.  

O advogado Antonio Rodrigo Machado, militante dos direitos humanos e do escritório Cezar Britto Advogados Associados, representa Padre Ton, os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Erika Kokai (PT-DF) e parlamentares do PSOL e PSB no STF.

Rodrigo Machado disse que alem de contrariar o artigo 58 (remete ao papel das comissões) da Constituição Federal, a sessão ocorrida no dia 7, por decisão unilateral de Henrique Alves, contrariou o regimento interno da instituição. “Se fosse uma reunião secreta, teria que ser por motivos de segurança nacional ou de guerra. Para ser reservada, apenas o presidente da comissão poderia pedi-la", disse. O mandado tem por base estes argumentos.

Igrejas
A situação do deputado Marco Feliciano tem se complicado. Neste final de semana ele passou a ser criticado por entidades religiosas. Uma delas, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, enviou nota ao deputado Jean Willys (PSOL-RJ), em que repudia o comportamento do deputado em relação aos homossexuais e negros e diz que à presidência cabe alguém com “histórico de compromisso com os direitos culturais, humanos, ambientais e sociais”.

O deputado Chico Alencar disse que circula na Internet um vídeo em que o deputado Marco Feliciano destila fortes criticas à Igreja Católica. “A cada dia que segue essa visibilidade pública negativa que a própria indicação provocou mostra ser insustentável a situação dele”, disse.

Medidas
Outras medidas para impedir que o deputado Marco Feliciano continue à frente da CDHM foram debatidas. Os parlamentares registraram o fato de ter solicitado ao PSC a escolha de um outro nome para presidir a CDHM, cuja sugestão, feita pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), foi pelo nome da deputada Antonia Lucia (AC), não tendo sido aceita pela liderança do PSC.    


LEGENDA FOTO: O DEPUTADO PREENCHE A PROCURAÇÃO PARA O ADVOGADO  ANTONIO RODRIGO MACHADO

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