terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

MANIFESTO PELA VIDA NA BACIA DO RIO MADEIRA


Manifiesto por la Vida en la Cuenca de Río Madera

Aquí reunidos los Comités Defensores de la Vida Amazonica en la Cuenca del Río Madera, las comunidades campesinas, pueblos indígenas,  barrios periféricos y urbanos, organizaciones de la sociedad civil, pastorales sociales  y monsenhores de la iglesia católica de los municipios y de las ciudades de Guajará Mirim, Rondonia- Brasil, Riberalta, Cachuela Esperanza y Guayaramerín- Beni, Bolivia, y frente a las políticas de nuestros gobiernos nacionales de convertir la Región Amazónica como el corazón energético de Sudamérica mediante la construcción de
mega-represas, sobre todo en la cuenca del Madera, en especial en Cachuela Riberão, a unos 50 kilómetros de Villa Bella en el río Madera y la otra de Cachuela Esperanza en el río Beni, destruyendo (a exemplo de Santo Antonio y Jirau) la casa común de las comunidades indígenas y campesinas, los bosques y cursos naturales de agua, la flora y fauna, la seguridad alimentaria, el patrimonio histórico, las zonas urbanas y periféricas en las ciudades, provocando grandes pérdidas donde están los recursos para sustentar nuestra vida cotidiana.
Desde hace mucho tiempo, los derechos de los habitantes de la Región Amazónica están siendo violados por la hegemonía transnacional y sus mega - proyectos de infraestructura (carreteras, represas, pequeñas centrales hidroeléctricas, termoeléctricas, hidrovías, gasodutos, minería, ganadería, tala ilegal de los bosques, exploración de petróleo, expansión del monocultivo de la soya, ganadería, eucalipto, caña de azúcar, proyectos de REDD, invasiones de las áreas protegidas, y toda esa problemática depredadora culminan en amenazas y asesinato de líderes.

Nos reunimos a fin de intercambiar experiencias de vida, fortalecer la lucha y reflexionar y manifestarnos frente las crisis ambiental global, al deterioro ambiental, el impacto de los mega - proyectos y el cambio climático, consecuencia de la acción del sistema capitalista, a través de las empresas y los gobiernos actuales, carentes de una perspectiva real, despreciando la vida en su expresión ambiental y sus habitantes.

Reconocemos en la región amazónica la presencia respetuosa y la espiritualidad de los pueblos de la selva, del agua, del campo y de la ciudad, en una sola voz denunciamos las múltiples facetas del actual desarrollismo perverso, fuerza y motor del capitalismo salvaje, con estrategias para comercializar la tierra, los ríos, los bosques, el aire y la vida en general. Las comunidades nativas son expulsadas de su hábitat, y la tierra es capturada por los proyectos ecocidas, etnocidas y genocidas, ocasionando el colapso económico, social, cultural y organizativo de los pueblos indígenas, de las comunidades tradicionales, de los campesinos, de las comunidades de origen africana y de los barrios urbanos de nuestras ciudades.

Reafirmamos nuestro compromiso como guerreras y guerreros en la defensa por la Vida y nos sumamos en Alianza para impulsar los procesos de información, sensibilización, movilización y fortalecimiento de las prácticas antiguas, de la agroecología, energías renovables y justas, integración de nuestros pueblos por la cultura, la mística de la vida en sintonía con los otros seres vivos, con el agua y los ríos vivos, portadores de derechos, motivando el Buen Vivir, como una solución racional y alternativa, con nuestros niños, jóvenes, adultos e viejos, portadores de saberes ancestrales, frente a la crisis ambiental planetaria.

Los seres vivos de la cuenca del Río Madera tenemos derecho a exigir respeto a la Vida en todas sus expresiones, sobre todo en los ecosistemas de la Región Pan – Amazónica, y asegurar una vida saludable y sustentable para las generaciones presentes y futuras en la Casa Comum.


                              Guajará Mirim, Rondonia, Brasil, 8 de febrero de 2020.



MANIFESTO PELA VIDA NA BACIA DO RIO MADEIRA

Aqui reunidos, os Comitês de Defesa da Vida Amazônica na Bacia do Rio Madera, as comunidades rurais, povos indígenas, bairros periféricos e urbanos, organizações da sociedade civil, pastorais sociais e bispos da Igreja Católica dos municípios e das cidades de Guajará Mirim, Rondônia - Brasil, Riberalta, Cachuela Esperanza e Guayaramerín - Beni, Bolívia, para fazer frente às políticas de nossos governos nacionais que querem converter a Região Amazônica no coração energético da América do Sul, através da construção de mega-barragens, sobre tudo na bacia de madeira, especialmente na Cachoeira do Riberão, a cerca de 50 quilômetros de Villa Bella, no rio Madeira e a outra em Cachuela Esperanza, no rio Beni, destruindo (a exemplo de Santo Antonio e Jirau) a Casa Comum das comunidades indígenas e camponeses, as florestas e os cursos naturais de água, a flora e a fauna, a segurança alimentar, o patrimônio histórico, as áreas urbanas e periféricas das cidades, provocando grandes perdas onde estão os recursos para sustentar nossa vida cotidiana.

Durante muito tempo, os direitos dos habitantes da Região Amazônica estão sendo violados pela hegemonia transnacional e seus mega- projetos de infraestrutura (estradas, represas, pequenas centrais hidrelétricas, termelétricas, hidrovias, gasodutos, mineração, pecuária, corte e extração ilegal de madeira, exploração de petróleo, expansão da monocultura de soja, gado, eucalipto, cana-de-açúcar, projetos de REDD, invasões de áreas protegidas e toda essa problemática predatória culminam em ameaças e assassinatos de lideranças.

Nos reunimos para trocar experiências de vida, fortalecer a luta, refletir e nos manifestar diante das crises ambientais globais, a deteriorização ambiental, o impacto dos megaprojetos e as mudanças climáticas, consequência da ação do sistema capitalista, através de empresas e dos governos atuais, carentes de uma perspectiva real, desprezando a vida em sua expressão ambiental e de seus habitantes.

Reconhecemos na região amazônica a presença respeitosa e a espiritualidade dos povos da floresta, das água, do campo e da cidade. Em uma voz denunciamos as múltiplas facetas do atual desenvolvimentismo perverso, força e motor do capitalismo selvagem, com estratégias para comercializar a terra, os rios, as florestas, o ar e vida em geral. As comunidades nativas são expulsas de seu habitat, seu território e a terra é capturada por projetos ecocidas, etnocidas e genocidas, causando o colapso econômico, social, cultural e organizacional dos povos indígenas, das comunidades tradicionais, dos camponeses, e das comunidades de matriz africana e dos bairros urbanos de nossas cidades.

Reafirmamos nosso compromisso como guerreiras e guerreiros na defesa da Vida e nos unimos à Aliança para impulsionar os processos de informação, sensibilização, mobilização e fortalecimento de práticas antigas, da agroecologia, energias renováveis e justas, a integração de nossos povos pela cultura, a mística da vida humana em sintonia com outros seres vivos, como a água e os rios vivos, portadores de direitos, motivando o Bem Viver, como uma solução racional e alternativa, com nossas crianças, jovens, adultos e idosos, portadores de sabedoria ancestral, diante da crise ambiental planetária.

Os seres vivos da bacia do Rio Madera têm o direito de exigir respeito pela Vida em todas as suas expressões, sobretudo nos ecossistemas da Região Pan-Amazônica, e garantir uma vida saudável e sustentável para as gerações presentes e futuras na Casa Comum.


Guajará Mirim, Rondônia, Brasil,
8 de fevereiro de 2020

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

NÚCLEO DO FMCJS EM RO REALIZA ENCONTRO NA FRONTEIRA

NÚCLEO DO FMCJS EM RO REALIZA ENCONTRO NA FRONTEIRA
Foto: Marina - Caritas de Gm.


O Núcleo do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental em RO, sob articulação do Comitê em Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira: contra as mudanças climáticas e pela Justiça Socioambiental, realizou no salão do Centro Catequético de Guajará Mirim, o Encontro: FORTALECENDO BOAS PRÁTICAS EM DEFESA DA CASA COMUM NA BACIA DO MADEIRA no último dia 07 de Fevereiro.
O Encontro foi articulado por meio do Instituto Madeira Vivo, da MISEREOR, na pessoa do sr. Stefan Kramer e da Diocese de Guajará Mirim, na pessoa de Dom Benedito. Foram mobilizados coletivos organizados do Brasil (Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará Mirim) e da Bolívia (Guayaramerin e Riberalta), para juntos refletirmos sobre as ameaças que rondam nossos territórios e as potencialidades organizativas para dialogar com a sociedade civil de ambos os países, na perspectiva de manter e promover a vida na sua integralidade nesta Casa Comum.
O dia todo foi tomado não só de reflexões, mas também da construção de ideias para ações comuns, criativas que possam mobilizar nossa população na percepção da importância de nossos rios seguirem livres para nós também tenhamos vida digna, sã e com nossos povos livres dos projetos de morte, à exemplo do já ocorrido com as construções das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, promovendo inundações, perdas da biodiversidade, de vidas humanas, dos recursos naturais essenciais à manutenção das pessoas que vivem nesta grande bacia do rio Madeira.
Ao final do encontro os participantes que vieram das aldeias, pescadores, ribeirinhos, agroextrativistas, das cidades, da agricultura familiar, das pastorais sociais das igrejas irmãs, de organizações sociais, de centros de pesquisa\investigação e dos Comitês Populares, decidimos que de mãos dadas teremos mais condições de atuar e sermos mais fortes. Para tanto, seguiremos nos organizando à partir das bases onde cada um e cada um atua, para construir um projeto de Vida plena.
Assumimos o compromisso de organizar junto com nosso povo ações que nos mova no sentido de valorizar e promover a vida de nossos rios, florestas, povos e culturas. Para tanto, queremos contar com mais gente nesta caminhada e de modo especial da cooperação nacional e internacional.
Decidimos seguir com nossa Campanha internacional: "SIM A VIDA, NÃO AS REPRESAS NA AMAZONÍA", lançado em 2019 em La Paz com apoio de UNITAS e que no IX FOSPA em Mocoa será expandida para os demais países da Panamazonia.
Decidimos marcar este momento com um Manifesto Popular a sociedade como forma de fincar nossos pés no chão da luta com e junto à nosso povo, que breve será divulgado.
Quem quiser somar nesta luta é só chegar.

Iremar Ferreira