COMITÊ EM DEFESA DOS
POVOS E DO RIO MADEIRA É CRIADO EM GUAJARÁ MIRIM
Contra as Mudanças
Climáticas e por Justiça Socioambiental
“SE O RIO GERA E ALIMENTA VIDA, ELE É SUJEITO PORTADOR DE
DIREITO HUMANO À VIDA!”
No dia 17 de março de 2019, nas dependências do Centro de
Formação São José, cidade de Guajará Mirim, militantes, entidades e movimentos
sociais, NÓS: Indígenas, Extrativistas, Agricultores Familiares, Campesinos e Aliados
das lutas sociais, decidimos fortalecer o compromisso em defesa da vida dos
povos dos rios, das florestas, do campo e das cidades, constituindo o Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia
do rio Madeira: Contra as Mudanças Climáticas e por Justiça Socioambiental,
nos unindo ao lado boliviano que, já seguem este caminho desde 2016, quando
impulsionados pela realização do segundo Encontro Sem Fronteiras, se constituiu
o Comitê Binacional de Defensa de la Vida Amazonica en la Cuenca del rio
Madeira.
Com esse sentimento de que o rio conduz e gera novas vidas,
as alimenta e as fecunda, para além das fronteiras geográficas entre países,
convidamos todos e todas as pessoas de boa vontade, com compromisso e respeito
pela vida do próximo, a se juntar a nós nesta caminhada rumo a “um outro mundo
possível”, por rios livres de barragens em toda a Panamazonia.
Denunciamos que os projetos de infraestrutura em nossa região
deixaram um rastro de destruição, podendo ser percebido nos últimos anos com as
inundações contínuas e prolongadas, matando toda forma de vida, desalojando,
gerando insegurança alimentar e empobrecendo a qualidade de vida de nossa gente.
Entretanto, governos dos dois países e empresas ávidas por se apropriar dos
recursos naturais para gerar riquezas, concentração de poder político e
financeiro, não se cansam de tramar contra o direito à Vida de nossos rios e de
seus filhos e filhas, intensificando as mudanças climáticas.
Queremos juntos, com aqueles e aquelas que quiserem se juntar
a nós, denunciar toda forma de violação de direitos e anunciar a luta por
Justiça Socioambiental, principalmente anunciando as energias renováveis justas, que emanam da Mãe Terra e do Pai Sol,
que podem atender, com tecnologias específicas e adequadas às realidades
locais, nossas demandas por energia elétrica, sem entretanto destruir nossos
rios, de modo especial o Rio Madeira (já barrado com duas grandes
hidrelétricas) e toda sua bacia, que a nós grita pedindo socorro!!
Nosso compromisso é com a Vida e em abundância. Não mediremos
esforços em atuar criativamente, envolvendo nossa juventude, os idosos, as
mulheres e as crianças, para construir laços de solidariedade e um Outro Mundo
Possível, numa sociedade de Bem Viver!
As entidades que assinam são as que lá estavam presentes e as
que já aderiram ao Comitê, seguindo aberto para mais adesões, sendo elas:
-Organização ORO WARI dos povos indígenas de Nova Mamoré e
Guajará Mirim;
-Associação da Terra Indígena Igarapé Ribeirão;
-Associação da Terra Indígena Igarapé Laje;
-Conselheira de Base da Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira- COIAB;
-Associação dos Agroextrativistas da Resex do baixo Rio Ouro
Preto- ASAEX;
-Associação dos Agricultores Familiares de Nova Mamoré-
GRAMA;
-Coletivo Mura de Porto Velho;
-Instituto Madeira Vivo- IMV;
-Pastoral Indigenista de Guajará Mirim;
-Conselho indigenista Missionário- CIMI\RO;
-Comissão Pastoral da Terra – CPT\RO;
-Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social - FMCJS.
Por Iremar Ferreira - IMV\FMCJS
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