sábado, 15 de dezembro de 2018

De Xapuri ecoa Vozes distoantes do neodesenvolvimento


Indígenas, extrativistas, campesinos do Brasil e Ecuador em Xapuri denunciam a financeirização da natureza



Mais de 50 lideranças indígenas, campesinos, indigenistas, extrativistas, pesquisadores e socioambientalistas, do Brasil e do Ecuador, estão reunidos em Xapuri desde este dia 14 de dezembro e denunciam as mazelas dos projetos de sequestro de carbono, denominada economia verde, manchada de sangue dos povos que têm seus territórios privatizados por estes projetos que visam dar condições às empresas poluidoras no Brasil e exterior de continuarem a produzir e poluir, enquanto que em reservas extrativistas, assentamentos e terras indígenas seus habitantes são privados de utilizarem a natureza em prol de suas vidas.
As lideranças denunciam que a imagem de Chico Mendes e sua morte tem sido utilizada como marketing para captação de recursos e venda da floresta com o discurso da conservação ambiental.
Denunciam que Chico Mendes foi assassinado por não concordar com a prática dos "paulistas", os fazendeiros que derrubavam para se apossar e expulsar os moradores tradicionais. Com o discurso da sustentabilidade só mudaram os métodos, mas os fins continuam os mesmos.
Por outro lado, na noite desse dia 14 um show em praça pública da o tom de que uma grande festa se aproxima  e se iciará na manhã do dia 15 um mega evento, com estrelas do socioambientalismo nacional e internacional, patrocinado por muitos órgãos de governo e entidades com uma vasta programação até dia 17, porém sem espaço para debate e interlocução dos discursos com as práticas no campo.
Será que o mega evento é para denunciar as violências, esse modelo econômico do qual Chico Mendes e tantos lutadores e lutadoras foram vítimas?
O evento paralelo como tem sido chamado este das vítimas do REDD produzirá uma carta pública e a divulgará no dia 16 no encerramento do mesmo.

De Xapuri, Iremar Ferreira

Nenhum comentário: