MANIFESTO EM SOLIDARIEDADE AOS INDIOS MUNDURUKU
DA ALDEIA TELES PIRES
O conflito
ocorrido ontem, envolvendo índios Munduruku da Aldeia Teles Pires, fronteira
entre Pará e Mato Grosso, e a Polícia Federal do Brasil, é mais um capítulo de
uma novela pautada pelo descaso, violência e destruição das terras e dos povos
indígenas. Saldo até agora conhecido: vários índios gravemente feridos;
crianças, idosos e mulheres ameaçados e humilhados pelos agentes federais; e um
Munduruku assassinado com quatro tiros no peito e um na cabeça.
No final do
século XV, antes mesmo da chegada dos portugueses, os espanhóis já haviam
tocado a foz do rio Amazonas, levando ao partir algumas dezenas de indígenas
para serem vendidos como escravos na Europa.
No final do
século XVI, ingleses e holandeses também passaram a convergir sobre esta região
com o objetivo de explorar seus recursos naturais. Como inicialmente não foi
encontrado ouro ou prata, partiu-se para a exploração dos recursos vegetais,
bem como captura dos indígenas para trabalharem como escravos.
500 anos se
passaram desde a chegada européia a pindorama, mas o confronto de ontem repete o
que ocorria no inicio da invasão. Índio (Munduruku) com flecha defendendo o seu
território, e branco (Policial federal) com arma de fogo abatendo quem
encontrava pelo caminho.
Por trás de
toda esta situação estão os interesses de empresários, ávidos pelos recursos
minerais em terras indígenas; latifundiários do agronegócio; empreiteiras
construtoras de mega-hidrelétricas nos rios Teles Pires, Xingu e Madeira (o Tapajós
é a bola da vez), entre outros. O governo brasileiro dá sustentação ao projeto
do capital para a natureza, projeto de exaustão das riquezas naturais da
Amazônia, e do mundo.
Por tudo isso,
responsabilizamos o governo pelo ocorrido na aldeia Teles Pires. Exigimos que
os fatos sejam apurados e os culpados pelos ataques e assassinato do índio
Munduruku sejam criminalmente penalizados. Por fim, reiteramos nossa denuncia
contra o projeto do governo do Brasil. Projeto de destruição da floresta, dos
rios e da vida na Amazônia.
Belém, 08 de
novembro de 2012
Assinam este manifesto:
Associação
Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
Comissão
Pastora da Terra (CPT/PA)
Comitê Dorothy
Companhia Papo
Show
Juntos!
Coletivo de Juventude
Central
Sindical e Popular CONLUTAS
Diretório
Central dos Estudantes da UFPA
Associação
Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
Diretório
Central dos Estudantes da UNAMA
Instituto
Universidade Popular (UNIPOP)
Fórum de
Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
Fundação Tocaia
(FunTocaia)
Conselho
Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
Fórum da
Amazônia Oriental (FAOR)
TÔ!Coletivo
Fórum Social
Pan-amazônico (FSPA)
Associação dos
Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
Instituto Amazônia
Solidária e Sustentável (IAMAS)
Movimento de
Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)
Movimento Luta
de Classes (MLC)
Associação
Sindical Unidos Pra Lutar
Mana-Maní
Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
Movimento
Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)
Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL)
Instituto
Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
Diretório
Central dos Estudantes da UEPA
Partido
Comunista Revolucionário (PCR)
Sociedade
Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
Sindicato dos
Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
Movimento
Estudantil Vamos à Luta
Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará
(SINDIAMBIENTAL)
Sindicato dos
Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM)
Vegetarianos em
Movimento (VEM)
Assembléia
Nacional dos Estudantes Livre (ANEL)
Associação dos
Concursados do Pará (ASCONPA)
Pastorais
Sociais Ampliadas da Diocese de Marabá
Associação
Indígena Te Mempapytarkate Akrãtikatêjê da Montanha
Movimento Xingu
Vivo Para Sempre
Movimento de
Mulheres Trabalhadoras de Altamira Campo e Cidade
Movimento Negro
da Transamazônica e Xingu,
Movimento de
Mulheres Campo e Cidade Regional Transamazônica e Xingu
Mutirão Pela
Cidadania
Sindicato dos
Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua
Partido
Comunista Brasileiro (PCB)
Fórum Nacional
da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (FONASC-CBH)
Instituto
Humanitas – Belém/PA
Centro de
Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA)
Comitê Xingu
Vivo
Articulação
Estadual das Comunidades Tradicionais de Fundos e Fechos de Pasto/BAHIA
Grupo de Defesa
da Amazônia (GDA)
Federação
Estadual das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá (FECAP)
Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém/PA
Articulação de
Mulheres Brasileiras (AMB)
Amazon Watch
ASW Ação Mundo
solidário
Casa Oito de
Março - Organização Feminista do Tocantins
Associação
Agroecológica Tijupá - Maranhão
International
Rivers
Conselho
Comunitário do Bairro do Tapanã
Movimento de
Mulheres do Tapanã
Associação
Rádio popular Tapanã
Associação das
Organizações de Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas (AOMT-BAM)
Assembleia
Nacional de Estudantes - Livre / ANEL Santarém
Associação do
Povo Indígena Juruna do Xingu - APIJUX-KM 17
Coletivo de
Mulheres Rosas de Liberdade – Santarém/PA
Rede de
Mulheres Empreendedoras Rurais da Amazônia
Rádio Rural de
Santarém
Movimento
Tapajós Vivo
Comissão
Diocesana de Justiça e Paz de Santarém
Terra de
Direitos - Organização em Direitos Humanos
Associação
Indígena Kawaip Kayabi - A.I.K.K
Instituto
Madeira Vivo (IMV)
GT Combate ao
Racismo Ambiental
AATR –
Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – Salvador –
BA
Amigos da Terra
Brasil – Porto Alegre – RS
ANAÍ – Salvador
– BA
Associação
Aritaguá – Ilhéus – BA
Associação de
Moradores de Porto das Caixas (vítimas do derramamento de óleo da Ferrovia
Centro Atlântica) – Itaboraí – RJ
Associação
Socioambiental Verdemar – Cachoeira – BA
CEDEFES (Centro
de Documentação Eloy Ferreira da Silva) – Belo Horizonte – MG
Central Única
das Favelas (CUFA-CEARÁ) – Fortaleza – CE
Centro de Estudos
e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA) – Belém – PA
Centro de
Cultura Negra do Maranhão – São Luís – MA
Coordenação
Nacional de Juventude Negra – Recife – PE
CEPEDES (Centro
de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia) –
Eunápolis – BA
CEERT (Centro
de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) - São Paulo – SP
CPP (Conselho
Pastoral dos Pescadores) Nacional
CPP BA –
Salvador – BA
CPP CE –
Fortaleza – CE
CPP Nordeste –
Recife (PE, AL, SE, PB, RN)
CPP Norte (Paz
e Bem) – Belém – PA
CPP Juazeiro –
BA
CPT – Comissão
Pastoral da Terra Nacional
CRIOLA – Rio de
Janeiro – RJ
EKOS –
Instituto para a Justiça e a Equidade – São Luís – MA
FAOR – Fórum da
Amazônia Oriental – Belém – PA
Fase Amazônia –
Belém – PA
Fase Nacional
(Núcleo Brasil Sustentável) – Rio de Janeiro – RJ
FDA (Frente em
Defesa da Amazônia) – Santarém – PA
FIOCRUZ – RJ
Fórum Carajás –
São Luís – MA
Fórum de Defesa
da Zona Costeira do Ceará – Fortaleza – CE
FUNAGUAS –
Terezina – PI
GELEDÉS –
Instituto da Mulher Negra – São Paulo –
SP
Grupo de
Pesquisa da UFPB - Sustentabilidade, Impacto e Gestão Ambiental – PB
GPEA (Grupo
Pesquisador em Educação Ambiental da UFMT) – Cuiabá – MT
Grupo de
Pesquisa Historicidade do Estado e do Direito: interações sociedade e meio
ambiente, da UFBA – Salvador – BA
GT Observatório
e GT Água e Meio Ambiente do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) - Belém – PA
IARA – Rio de
Janeiro – RJ
Ibase – Rio de
Janeiro – RJ
INESC –
Brasília – DF
Instituto
Búzios – Salvador – BA
Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – IF Fluminense – Macaé –
RJ
Instituto Madeira Vivo - IMV - RO
Instituto
Terramar – Fortaleza – CE
Justiça
Global – Rio de Janeiro – RJ
Movimento
Cultura de Rua (MCR) – Fortaleza – CE
Movimento
Inter-Religioso (MIR/Iser) – Rio de Janeiro – RJ
Movimento Popular
de Saúde de Santo Amaro da Purificação (MOPS) – Santo Amaro da Purificação – BA
Movimento
Wangari Maathai – Salvador – BA
NINJA – Núcleo
de Investigações em Justiça Ambiental (Universidade Federal de São João
del-Rei) – São João del-Rei – MG
Núcleo TRAMAS
(Trabalho Meio Ambiente e Saúde para Sustentabilidade/UFC) – Fortaleza – CE
Observatório
Ambiental Alberto Ribeiro Lamego – Macaé – RJ
Omolaiyè
(Sociedade de Estudos Étnicos, Políticos, Sociais e Culturais) – Aracajú – SE
ONG.GDASI –
Grupo de Defesa Ambiental e Social de Itacuruçá – Mangaratiba – RJ
Opção Brasil –
São Paulo – SP
Oriashé
Sociedade Brasileira de Cultura e Arte Negra
– São Paulo – SP
Projeto Recriar
– Ouro Preto – MG
Rede Axé
Dudu – Cuiabá – MT
Rede
Matogrossense de Educação Ambiental – Cuiabá – MT
RENAP Ceará –
Fortaleza – CE
Sociedade de
Melhoramentos do São Manoel – São Manoel – SP
Terra de
Direitos – Paulo Afonso – BA
TOXISPHERA –
Associação de Saúde Ambiental – PR
Assinantes
individuais:
Ana Almeida –
Salvador – BA
Ana Paula Cavalcanti
– Rio de Janeiro – RJ
Angélica
Cosenza Rodrigues - Juiz de Fora – Minas
Carmela Morena
Zigoni – Brasília – DF
Cíntia Beatriz
Müller – Salvador – BA
Cláudio Silva –
Rio de Janeiro – RJ
Daniel Fonsêca
– Fortaleza – CE
Daniel
Silvestre – Brasília – DF
Danilo D’Addio
Chammas – São Luiz – MA
Diogo Rocha –
Rio de Janeiro – RJ
Florival de
José de Souza Filho – Aracajú – SE
Igor Vitorino –
Vitória – ES
Janaína Tude
Sevá – Rio de Janeiro – RJ
Josie Rabelo –
Recife – PE
Juliana Souza –
Rio de Janeiro – RJ
Leila Santana –
Juazeiro – BA
Luan Gomes dos
Santos de Oliveira – Natal – RN
Luís Claúdio
Teixeira (FAOR e CIMI) Belém- PA
Maria do Carmo
Barcellos – Cacoal – RO
Maurício Paixão
– São Luís – MA
Mauricio
Sebastian Berger – Córdoba, Argentina
Norma
Felicidade Lopes da Silva Valencio – São Carlos - SP
Pedro Rapozo –
Manaus – AM
Raquel Giffoni
Pinto – Volta Redonda – RJ
Ricardo
Stanziola – São Paulo – SP
Ruben Siqueira
– Salvador – BA
Rui Kureda –
São Paulo – SP
Samuel Marques
– Salvador – BA
Tania Pacheco -
Rio de Janeiro – RJ
Telma Monteiro
– Juquitiba – SP
Teresa Cristina
Vital de Sousa – Recife – PE
Tereza Ribeiro
– Rio de Janeiro – RJ
Vânia Regina de
Carvalho – Belém – PA
Zuleica Nycz
Prof. Luís
Antônio de Araujo Costa - UCSal - Universidade Católica de Salvador - IFBA -
Instituto Federal da Bahia
Carolina Ortiz Fernández - Prof. de
la Facultad de Ciencias Sociales - Universidad Nacional Mayor de San Marcos - Lima,
Perú.
Nenhum comentário:
Postar um comentário