sexta-feira, 11 de março de 2011

TODAS AS ENTIDADES SE ESFORÇAM NA DEFESA DOS RIOS DA AMAZÔNIA...







Do Blog do Fausto Brignel:

SETE FLECHAS CONTRA BELO MONTE


A justiça federal cassou a liminar contra Belo Monte. Era de se esperar. É de desesperar. Não há sangue nesses brancos corações. Não há amor nessa decisão cúmplice da morte. Para esses nigromantes perversos, criadores da escuridão, só resta a justiça da natureza.

Rufem os tambores. Rufem os tambores para o chamamento dos deuses. Não há mais justiça que não seja a tua, Xangô do machado duplo! Venha, meu Sete Flechas, Senhor da mata! Rufem os tambores contra o mal que se abriga naquelas lápides do planalto central; contra os que querem extrair o útero da Terra e devastar o que resta da alma do Xingu. Rufem os tambores!

A mando de Oxalá, sete flechas vão vibrar. Em cada flecha um Orixá; em cada Orixá uma luz.

Uma flecha colocada no braço direito de Oxóssi, para que derrame os bálsamos curadores e não permita que as doenças da avareza penetrem na floresta. Flecha do conhecimento e da restauração. Flecha da proteção da floresta. Aos que desejam o mal, que esse mal se volte contra eles – e se arrependam. Okê Arô!

Uma flecha colocada no braço esquerdo de Ogum. Flecha da defesa, para que sejamos protegidos de todas as maldades materiais e espirituais e não permita que o ferro seja utilizado para maltratar a floresta. Que confunda nas encruzilhadas os engenheiros do mal, os empresários da devastação. Os que desejam utilizar o ferro para a destruição, que o mesmo ferro se volte contra eles – e se arrependam. Ogunhê!

Uma flecha cruzada no peito de Xangô, para nos defender das injustiças da humanidade. Não permita que o fogo e a eletricidade sejam desvirtuados de sua natureza e utilizados para o mal. É sua a natureza da justiça; é sua a proteção dos injustiçados. Os que desejam usar a justiça para o mal que recebam de volta o mesmo mal que desejam praticar – e se arrependam. Kaô Kabiesilê!

Uma flecha cruzada nas costas de Iansã, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos. Oyá, mãe do céu rosado e do entardecer, senhora protetora das águas, não permita que o Xingu seja exterminado pelos maus! Que os que desejarem mexer nas águas que a natureza doou, sejam castigados por essas mesmas águas. E se arrependam. Epa Hey!

Uma flecha colocada sobre a perna direita de Iemanjá, para abrir os nossos caminhos na senda da espiritualidade. Rainha do mar e de todas as águas que para ele convergem, não permita que o teu reino seja conspurcado com a maldade e a ganância dos homens que perderam a alma. Protege os teus filhos e que todos aqueles que desejarem o mal sobre o teu reino prateado, azul e branco, recebam de volta o mesmo mal que desejaram – e se arrependam. Odò iyá!

Uma flecha colocada sobre a perna esquerda de Oxum, para lavar os nossos caminhos, iluminar os nossos espíritos e nos defender de todas as forças negativas. É teu o poder sobre os rios. Não permita que cachoeiras artificiais sejam construídas nas águas que proteges! Que todos aqueles que desejarem o mal e a destruição da natureza recebam de volta o mal que desejaram – e se arrependam. Ora ye ye ô!

Caboclo sete flechas, a quem Omulu/Obaluaiê entregou em suas mãos a flecha do astral superior, protetor das ervas e da flora: não permita que a maldade humana prospere. Que todos aqueles que desejam o mal sobre a natureza recebam esse mesmo mal de volta – e se arrependam.

Está cravado.

Saravá, meu pai das matas!

Saravá, ó mãe dos rios!

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