A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA, QUEREMOS DIREITOS JÁ!
O ano de 2020 mal começou com as maldades do desgoverno atual no Brasil e junto com ele veio do outro lado do mundo, a pandemia de Covid 19, o popular coronavírus.
"Como se fosse combinado, naquele dia no planeta inteiro, ninguém saiu de casa...o dia que a terra parou"... Foi um recordar das profecias do eterno cantor Raul Seixas em sua canção O dia que a Terra parou. Vimos nossas agendas de trabalho de campo, de incidência política e socioambiental, nossa militância de base ir pras nuvens literalmente... dai passamos a depender das midias sociais para tentar pelo menos entender o que estava acontecendo, além das pessoas contaminadas e até morrendo. De repente já não era mais possível cumprimentar pegando nas mãos do vizinho, distância minima de dois metros, o amigo já passou a ser visto com desconfiança, reuniões foram proibidas, viagens, etc e etc...
Ficamos atordoados com tudo isso...paramos todo o processo de articulação presencial e tivemos que aprender a usar as ditas ferramentas virtuais de comunicação, para tocar agendas de trabalho, para falar com vizinhos, amigos, parentes...se estabeleceu uma nova temporalidade e novos aprendizados.
Passamos a olhar os invisíveis ao redor, coletivos, indivíduos sem qualquer condição mínima para enfrentar essa pandemia e essa pane geral no modelo capitalista, gerando milhões de excluídos e atingindo os já excluídos, de modo particular os povos indígenas, populações tradicionais, campesinos e moradores periféricos dos núcleos urbanos.
Muito de pronto a SOLIDARIEDADE tornou-se mais evidente. As cooperações se colocaram prontamente a rever seus apoios a projetos e a redirecionar juntamente com os apoiados, os caminhos da emergência, da urgência nesta tarefa de garantir o direito essencial a Vida. Estes pequenos projetos emergenciais não só permitiram garantir alimentos, produtos de proteção, higiene e limpeza, mas acima de tudo, garantir o direito maior que é a vida, porque #VidasImportam da Mãe Natureza e de suas filhas e filhos.
De modo especial agradecemos a todos que desde abril caminham conosco, seja pela Campanha de doação voluntária em apoio aos Mura, seja através de doações mediante projetos via Coletivo Mura de Porto Velho com apoio do Fundo Socioambiental CASA e via Instituto Madeira Vivo com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos. A campanha de doações de máscaras organizada por professores da UNIR e IFRO de Ji-Paraná tem colaborado para maior proteção a pessoas vulneráveis, bem como a campanha de doações de ovos pela CUFA via KANINDÉ.
Esses apoios permitiram viabilizar ações junto a indígenas que vivem nas cidades, ações de proteção a territórios, de comunidades, a manter o povo na aldeia mediante doações de cestas básicas, materiais de trabalho para construção de casas mais distantes das margens de rodovias, perfuração poço profundo nos Mura do Itaparanã, para assegurar água limpa e diminuir verminoses, pois saúde é direito inalienável.
Convém destacar que o IMV já fez uma representação ao MPF na tentativa de acionar uma mesa de concertação institucional, para acordar responsabilidades compartilhadas na garantia de direitos assegurados aos Povos Indígenas na Convenção 169 da OIT, de modo particular dos Warao que, necessitam urgentemente, neste tempo de pandemia, de garantia de direitos fundamentais: saúde, moradia e alimentação (respeitando suas especificidades).
Estamos em ação na esperança de captar mais apoios e socializar com as pessoas que dependem deste apoio para continuar na luta pela Vida frente a esta pandemia que não tem data para terminar. Toda forma de apoio é bem vinda porque a gente não quer só comer, a gente quer garantir direitos, e a Vida com qualidade é o maior e essencial direito.
As imagens abaixo é um resumo dos resultados dessas doações solidárias que se somam e fazem a diferença na vida da parentada em vários contextos aqui representados:
Missanga pra confecção de produtos culturais (artesanatos) dos WARAO, venezuelanos que vivem em Pvh, em condições sub-humanas.
Ovos para fortalecer o rango e máscaras pra se proteger, parente em Nazaré
Parentas Mura no ato da entrega de máscaras, ovos e produtos alimentares em Nazaré
Parente Parintintin em Nazaré recebe reforço do Coletivo Mura de Pvh com as doações de parceiros.
Indígenas Warao (grupo1) em Pvh recebem doações de Ovos do projeto CUFA via Associação Kanindé e Instituto Madeira Vivo no processo de entrega.
Indígenas Warao (grupo2) em Pvh recebem doações de Ovos do projeto CUFA via Associação Kanindé e Instituto Madeira Vivo no processo de entrega.
Parente Mura do Itaparanã, que já enfrentou o Covid, recebe reforço alimentar.
Entrega de material para confecção de produtos culturais (artesanias) aos Warao (aldeia2) em Porto Velho.
Entrega de material para confecção de produtos culturais (artesanias) aos Warao (aldeia1) em Porto Velho.
Entrega de botija e fogão usado para família Warao (aldeia2) em Pvh.
perfuração de poço profundo na Aldeia Mura do Itaparanã - lideranças registram o importante momento.
cestas básicas para indígenas de Guajará Mirim e a com baixo duas fotos de recebedores destas cestas com produtos de limpeza.
Indígena Puruborá recebe apoio em tempo de Covid 19 em Guajará Mirim
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