quarta-feira, 25 de outubro de 2023

COMVIDA E A EDUCOMUNICAÇÃO PARA A VERDADE E A PAZ

 PROCESSO DE FORMAÇÃO DE JOVENS EDUCOMUNICADORES INDÍGENAS E EXTRATIVISTAS VISA FORTALECER A INCIDÊNCIA EM FAVOR DA VIDA!


Entre os dias 19 a 22 de outubro de 2023, o Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira - COMVIDA, realizou com apoio do Fundo Socioambiental CASA e Instituto Madeira Vivo - IMV, a etapa de formação de jovens educomunicadores indígenas na aldeia Laje Velho, da Terra Indígena Igarapé Laje, município de Guajará Mirim.

A oficina contou com a participação de mais de 30 adolescentes e jovens, sob a coordenação do professor Francisco Oro Waram, realizada nas dependências da escola da comunidade, e foi dividida em duas 3 etapas: introdução a Educomunicação, ação prática de educomunicação e encaminhamentos.

Este processo de formação foi fortalecido com a entrega de um kit de educomunicação envolvendo um celular A54 e microfone para melhor captar as mensagens, os sons...os quais ficarão sob a responsabilidade de cada grupo que está organizada para receber as oficinas de formação.

Já a oficina com jovens extrativistas foi realizada na localidade Baía do Pompeu, contou com a presença de 10 jovens os quais também passaram pelo debate e construção de uma nova caminhada com proteção.

Os registros fotográficos falam por si só.

Breve os produtos de comunicação produzidos pelos participantes nas duas oficinas, denunciando problemas e anunciando boas práticas.

Esta ação tem apoio do Núcleo RO do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental- FMCJS.






































segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A COP28 E AS GUERRAS NOSSAS DE CADA DIA!

 Hoje eu acordei mais cedo que de costume.

Levantei da cama com uma inquietação gerada por um sonho...

Sonhei que estava em um país diferente do meu... eu caminhava entre corpos estirados pelas ruas... era como que um território em guerra...

Abro o noticiário nas mídias sociais e novamente a notícia principal: mais de 20 crianças na noite anterior foram vítimas de bombardeio na zona sul da cidade que ninguém a chama assim, mas meramente de Faixa de Gaza! O pior disso tudo que foi justamente no lugar para onde o governo de Israel ordenou que fossem os palestinos que ai vivem, sob o pretexto de que iriam atacar para tirar "terroristas" do buraco na parte norte da Faixa... Entretanto, o bombardeio sob os fugitivos da guerra os tem tornado vítimas fáceis... crianças sendo mortas aos montes... será que isso PODE diante das leis internacionais; assim como não podia os outros "terroristas" atacar uma festa jovem ao ar livre em Israel...

As lágrimas saltam aos olhos diante de tamanhas atrocidades... COMO ISSO É POSSÍVEL!!!

Como é possível queimar vivos um casal de idosos indígenas Guarani no Mato Grosso do Sul no Brasil, por terem a pajelança sua única esperança de alcançar Justiça ancestral, já que a justiça dos Cari (os não indígenas) não a fazem.

Como é possível os CARI da Câmara e do Senado quererem eles dizer qual o povo indígena tem ou não tem direito, instaurando um marco temporal... qual ou quando é o Marco Temporal dos Povos Indígenas com os invasores...?

Como é possível o sul do Brasil, Hong Kong, Líbia e tantos outros países sendo devastados por inundações, enquanto que na Amazonía, principalmente no Brasil, a seca, a estiagem promovem a morte de muitas formas de vida e dificultando outras pela escassez de água nos rios, ausência de chuvas, desmatamento, queimadas... frutos da emergência climática e as autoridades, o agronegotóxico e corporações parecem que não tem nada a ver com eles...

Até mesmo as ações dos Governos da Panamazonia não refletem a urgência dos fatos... o paliativo, ajudas emergenciais humanitárias, pouco ou quase nada mudam o cenário caótico em andamento e previstos por cientistas sérios, principalmente os do IPCC. Se não pode mais aquecer como não estancar um dos vilões dessas mudanças que é a exploração e utilização de combustíveis fósseis, associados a emissão de CO2... Já passou da hora de Petróleo Zero? Será que só o Desmatamento Zero vai resolver o problema do aquecimento gerando crise global no clima, sem ação efetiva de reflorestamentos respeitando as especificidades dos ecossistemas, para recuperar verdadeiramente os corredores bioculturais... Será esse o caminho ?

Voltando pra minha realidade, acordando desse sonho triste, a pergunta que não quer calar: que função terá a COP28 nessa conjuntura de guerras nossas de cada dia, de modo particular a desse momento de Israel contra o povo Palestino, num cenário em que os EUA aplicam ou desejam aplicar por meio de seu Presidente, bilhões em armas e milhões em ajuda humanitária pra região, tendo como pano de fundo desse conflito a hegemonia sobre regiões com alta capacidade petrolífera, ao tempo que, parece que tenta cercar, destruir, tomar uma região por meio de Israel, para evitar que uma nova ordem hegemônica se instale por meio da aliança dos BRICS...

E o que os BRISC trazem de novo, de compromisso diante da emergência climática?

Teremos como sociedade civil, capacidade suficiente para promover mudanças estruturais nos processos econômicos, socioculturais em favor do ambiente por inteiro? Conseguiremos traçar ou forçar compromissos dos Governos nessa COP, vislumbrando consolidar um caminho de sustentabilidade da Vida ou geraremos mais guerras para, no desespero, tentar salvar algumas fontes de água e ilhas de florestas, colocando para fora delas os poucos povos e comunidades tradicionais que ainda restam, impecilho a manutenção do pouco oxigênio disponível diante do tamanho caos...?????

A COP28 será muito mais que uma guerra de narrativas... ela deverá representar um clamor coletivo em favor dos Direitos da Natureza, um direito originário, para que a natureza tenha condições de nos proteger de nós mesmos e recriar condições de gerar Vidas...eis o desafio posto a União por Ação Emergencial!

Pelos que vieram antes de nós, por nós e pelos que virão...eu aceito o desafio de mudar radicalmente a relação com o Todo Ambiente e Você ????



 

COMVIDA FAZ INCIDÊNCIA POLÍTICA EM BRASÍLIA DE 24 A 28 DE ABRIL DE 2023

 

O Caminho se faz ao caminhar...com essa certeza na madrugada do dia 24, eu Iremar Ferreira articulador do Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira, juntamente com David Braba Vaca, articulador no lado boliviano, embarcamos rumo à Brasília levando documentos para fazer compromissos junto às autoridades que previamente contactamos e agendamos reuniões entre os dias 24 a 28 de abril, mesmo período do Acampamento Terra Livre- ATL, entre eles: Ministério de Desenvolvimento Regional- MDR; Ministério de Minas e Energia- MME; Organização do Tratado da Cooperação Amazônica- OTCA e Ministério das Relações Exteriores- MRE\Itamaraty.

Madrugada do dia 24 no aeroporto de Porto Velho – foto de Alef

 

Por volta de 7 horas chegamos em Brasília e fomos diretamente ao ATL, próximo ao Teatro Nacional em Brasília, onde membros do Coletivo Indígena Mura de Porto Velho- COINMU e Instituto Madeira Vivo- IMV, membros do COMVIDA estavam chegando para o acampamento, e dessa maneira fomos encontrar com indígenas da Amazônia brasileira para coordenar atividade conjunta no MME.

  

 

Neste dia 24 a inauguração do ATL se deu com a recepção de lideranças indígenas de todo Brasil, com mais de 6 mil participantes. Ao final do dia uma grande marcha em defesa da Mãe Terra foi realizada e nós nos somamos. Levamos um faixa dizendo Não as Hidrelétricas do Ribeirão no rio Madeira e Tabajara no rio Machado, marcando posição política junto com a parentada indígena.

 

                  

 

Na manhã do dia 25 de abril participamos de uma reunião na Secretaria do FMCJS, aproximando o núcleo RO do processo nacional para fortalecer ainda mais nossa presença, seja pelo processo de formação continuada e multiplicadora, seja pela produção de material de educomunicação sobre os corredores bioculturais\biomas.

 

Já na parte da tarde deste dia acompanhei, junto com o COINMU\IMV, liderança do Povo Mura do Itaparanã em uma reunião com representante do Ministério dos Povos Indígenas para tratar de assuntos de interesse desse povo, que faz parte da bacia do rio Madeira, região da Rodovia Transamazônica, km90 sentido Lábrea, região com forte pressão agropecuária, violando os direitos desse Povo.

 

Na manhã do dia 26 junto com David fomos recebidos no Ministério do Desenvolvimento Regional, na secretaria que trata de recursos hídricos, onde fomos recebidos por Giusepy e Natália. Na oportunidade apresentamos nossas preocupações com o avanço do agronegotóxico na bacia do rio Madeira e os riscos para nosso Povo que já vive a insegurança hídrica.

                                        

 

Já na primeira parte da tarde, participamos a convite da Secretária de Mudanças Climáticas da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, à convite do FMCJS, de uma mesa de debate junto à Juventude da CONTAG sobre Mudanças Climáticas e boas práticas rumo ao enfrentamento às suas consequências. Na mesa de diálogo divide espaço com a Ministra de Meio Ambiente Marina Silva entre outras. Após ouvir as juventudes presentes, fez breve fala contextualizando a importância da juventude se envolver nas dinâmicas comunitárias e somar na busca de soluções.

 

Neste mesmo dia 25 às 17hs, no reunimos com Mauro Luiz Rufino na sala do Observatório da Amazônia na OTCA- Organização do Tratado da Cooperação Amazônica. Na oportunidade apresentamos um documento solicitando a mediação da OTCA para a constituição de uma Comitê Interinstitucional na região de fronteira para discutir os problemas comuns nesta região, assim como a busca de solução para muitos desafios. Convidamos a OTCA para estar conosco até final de julho num seminário a ser realizado sobre Contaminações: mercúrio e agrotóxico – caminhos de morte, com o compromisso de se fazerem presentes para apresentar a gestores públicos e sociedade civil os instrumentos digitais de monitoramento de desastres, visando fortalecer a capacidade local de intervenção frente às mudanças climáticas.

      

 

No final do dia participamos da Marcha Alerta às Mudanças Climáticas feita pelo ATL, levando ao Congresso Nacional as cores das lutas indígenas em favor da Casa Comum e dos caminhos para evitar o Não Retorno, que passa pela Demarcação dos territórios indígenas.

 

Na manhã do dia 27 voltei a acompanhar os indígenas Mura em mais uma reunião no MPI, mas com técnicos da FUNAI- Fundação Nacional dos Povos Indígenas, para organizar o processo de atendimento às reivindicações feitas pelos parentes, acordado da realização de uma força tarefa para buscar solução nos diversos níveis de incidência.

  

 

Ainda neste dia, por volta das 13:30 fomos recebidos no Ministério de Minas e Energia por Gentil (Secretário de Energia Elétrica), Guilherme (monitoramento de sistemas) e Igor (gabinete secretário),  numa força tarefa dos rios Madeira, Machado, Marmelos e Juruena do MT com Raisa da OPAN, Brent do GT Infra, Flávio da IR, Angélisson Tenharim da APITEM, David Barba de OCMA\COMVIDA, Jaime RIkbaktsa, Carlos Arara e Iremar do COMVIDA\FMCJS, para colocar em pauta: suspensão dos processos de licenciamento de projetos hidrelétricos Tabajara e Castanheira, assim como o inventário da usina binacional no rio Madeira. Nos foi afirmado que até este momento não tem nenhum projeto hidrelétrico sob estudos.

 

 

Já no dia 28 pela manhã fomos recebido pela embaixadora Ministra Maria Angélica Ikeda, do MRE, a qual se colocou a ouvir, falar e solicitar participação nossa em espaços de decisão, incluindo um seminário rumo a Cumbre dos Presidentes em agosto – Belém do PA, cujo seminário será realizado dias 16 a 18 de maio. Lhe apresentamos documento pedindo atenção para ajudar a construir caminhos para parcerias na região de fronteira rumo à sustentabilidade da Vida Integral. Ela se colocou à disposição para participar de agenda na região de fronteira, marcada com antecedência.