COMVIDA FAZ INCIDÊNCIA POLÍTICA EM BRASÍLIA DE 24 A 28 DE ABRIL DE 2023
O Caminho se faz ao
caminhar...com essa certeza na madrugada do dia 24, eu Iremar Ferreira
articulador do Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira,
juntamente com David Braba Vaca, articulador no lado boliviano, embarcamos rumo
à Brasília levando documentos para fazer compromissos junto às autoridades que
previamente contactamos e agendamos reuniões entre os dias 24 a 28 de abril,
mesmo período do Acampamento Terra Livre- ATL, entre eles: Ministério de
Desenvolvimento Regional- MDR; Ministério de Minas e Energia- MME; Organização
do Tratado da Cooperação Amazônica- OTCA e Ministério das Relações Exteriores-
MRE\Itamaraty.
Madrugada do dia 24
no aeroporto de Porto Velho – foto de Alef
Por volta de 7 horas chegamos em
Brasília e fomos diretamente ao ATL, próximo ao Teatro Nacional em Brasília,
onde membros do Coletivo Indígena Mura de Porto Velho- COINMU e Instituto
Madeira Vivo- IMV, membros do COMVIDA estavam chegando para o acampamento, e
dessa maneira fomos encontrar com indígenas da Amazônia brasileira para
coordenar atividade conjunta no MME.
Neste dia 24 a inauguração do ATL
se deu com a recepção de lideranças indígenas de todo Brasil, com mais de 6 mil
participantes. Ao final do dia uma grande marcha em defesa da Mãe Terra foi
realizada e nós nos somamos. Levamos um faixa dizendo Não as Hidrelétricas do
Ribeirão no rio Madeira e Tabajara no rio Machado, marcando posição política
junto com a parentada indígena.
Na manhã do dia 25 de abril
participamos de uma reunião na Secretaria do FMCJS, aproximando o núcleo RO do
processo nacional para fortalecer ainda mais nossa presença, seja pelo processo
de formação continuada e multiplicadora, seja pela produção de material de
educomunicação sobre os corredores bioculturais\biomas.
Já na parte da tarde deste dia
acompanhei, junto com o COINMU\IMV, liderança do Povo Mura do Itaparanã em uma
reunião com representante do Ministério dos Povos Indígenas para tratar de
assuntos de interesse desse povo, que faz parte da bacia do rio Madeira, região
da Rodovia Transamazônica, km90 sentido Lábrea, região com forte pressão
agropecuária, violando os direitos desse Povo.
Na manhã do dia 26 junto com
David fomos recebidos no Ministério do Desenvolvimento Regional, na secretaria
que trata de recursos hídricos, onde fomos recebidos por Giusepy e Natália. Na oportunidade
apresentamos nossas preocupações com o avanço do agronegotóxico na bacia do rio
Madeira e os riscos para nosso Povo que já vive a insegurança hídrica.
Já na primeira parte da tarde,
participamos a convite da Secretária de Mudanças Climáticas da Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, à convite do FMCJS, de uma
mesa de debate junto à Juventude da CONTAG sobre Mudanças Climáticas e boas
práticas rumo ao enfrentamento às suas consequências. Na mesa de diálogo divide
espaço com a Ministra de Meio Ambiente Marina Silva entre outras. Após ouvir as
juventudes presentes, fez breve fala contextualizando a importância da
juventude se envolver nas dinâmicas comunitárias e somar na busca de soluções.
Neste mesmo dia 25 às 17hs, no
reunimos com Mauro Luiz Rufino na sala do Observatório da Amazônia na OTCA-
Organização do Tratado da Cooperação Amazônica. Na oportunidade apresentamos um
documento solicitando a mediação da OTCA para a constituição de uma Comitê
Interinstitucional na região de fronteira para discutir os problemas comuns
nesta região, assim como a busca de solução para muitos desafios. Convidamos a
OTCA para estar conosco até final de julho num seminário a ser realizado sobre
Contaminações: mercúrio e agrotóxico – caminhos de morte, com o compromisso de
se fazerem presentes para apresentar a gestores públicos e sociedade civil os
instrumentos digitais de monitoramento de desastres, visando fortalecer a
capacidade local de intervenção frente às mudanças climáticas.
No final do dia participamos da
Marcha Alerta às Mudanças Climáticas feita pelo ATL, levando ao Congresso
Nacional as cores das lutas indígenas em favor da Casa Comum e dos caminhos para
evitar o Não Retorno, que passa pela Demarcação dos territórios indígenas.
Na manhã do dia 27 voltei a
acompanhar os indígenas Mura em mais uma reunião no MPI, mas com técnicos da
FUNAI- Fundação Nacional dos Povos Indígenas, para organizar o processo de
atendimento às reivindicações feitas pelos parentes, acordado da realização de
uma força tarefa para buscar solução nos diversos níveis de incidência.
Ainda neste dia, por volta das
13:30 fomos recebidos no Ministério de Minas e Energia por Gentil (Secretário
de Energia Elétrica), Guilherme (monitoramento de sistemas) e Igor (gabinete
secretário), numa força tarefa dos rios
Madeira, Machado, Marmelos e Juruena do MT com Raisa da OPAN, Brent do GT
Infra, Flávio da IR, Angélisson Tenharim da APITEM, David Barba de OCMA\COMVIDA,
Jaime RIkbaktsa, Carlos Arara e Iremar do COMVIDA\FMCJS, para colocar em pauta:
suspensão dos processos de licenciamento de projetos hidrelétricos Tabajara e Castanheira,
assim como o inventário da usina binacional no rio Madeira. Nos foi afirmado que
até este momento não tem nenhum projeto hidrelétrico sob estudos.
Já no dia 28 pela manhã fomos
recebido pela embaixadora Ministra Maria Angélica Ikeda, do MRE, a qual se
colocou a ouvir, falar e solicitar participação nossa em espaços de decisão,
incluindo um seminário rumo a Cumbre dos Presidentes em agosto – Belém do PA,
cujo seminário será realizado dias 16 a 18 de maio. Lhe apresentamos documento pedindo
atenção para ajudar a construir caminhos para parcerias na região de fronteira
rumo à sustentabilidade da Vida Integral. Ela se colocou à disposição para
participar de agenda na região de fronteira, marcada com antecedência.